MAIS ASFALTO, MENOSVOTOS

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Um dos programas que o governo Flávio Dino desenvolve com prioridade é o “Mais Asfalto”, que, segundo o secretário de Infraestrutura, Clayton Noleto, objetiva “melhorar a qualidade de vida dos maranhenses, através do asfaltamento de ruas e avenidas de nossas cidades.”

Em São Luis, diz o secretário que “por meio de convênio com a prefeitura o governo destinou R$ 20 milhões para pavimentação de 296 ruas e avenidas de 17 bairros da capital”.

Por conta disso, e não por acaso, jornais e blogs mostram, quase diariamente, o prefeito Holanda Junior nas ruas e bairros da cidade a acompanhar a execução dos trabalhos de pavimentação e a comunicar ao povo que, agora, com a ajuda do governo do estado, ele e a prefeitura vivem momentos novos e podem mostrar serviços para melhorar São Luis.

Na verdade, a pavimentação de ruas ajuda a melhorar a qualidade de vida da população e proporciona a qualquer gestor virar a página do derrotismo, sobretudo aos que, como Holandinha, comiam o pão que o diabo amassou.

Mas a prudência chama a atenção do prefeito para o seguinte: asfalto é um serviço que toda pessoa, seja morador urbano ou suburbano almeja ter um dia, mas, em São Luis, até aonde a vista alcança, não significa dinamizar máquina eleitoral e nem encheu com votos a barriga de candidato a cargo majoritário ou proporcional. Para a comprovação disso, basta remontar às eleições de 1978 e de 1985.

Em 1978, pela Arena, José Sarney concorreu à reeleição de senador. Pelo PMDB, o economista José Mário Ribeiro da Costa foi lançado apenas para fazer número.

Sarney no exercício do cargo de governador (1966 a 197) realizou uma administração exemplar e voltada à promoção de mudanças e construção do desenvolvimento. Tratou São Luis como se fosse o seu prefeito. Cuidou de modernizá-la e de expandi-la para a orla litorânea, construindo a ponte de São Francisco, que gerou um bairro, considerado o mais importante da cidade.

Além disso, executou obras de vulto, que deram à cidade imponência e vigor, pontificando as Barragens do Bacanga e do Batatan, a maternidade do Anil, os conjuntos habitacionais das COHABS, o Porto do Itaqui, as Faculdades de Engenharia e Administração, o Centro Educacional do Maranhão, com a TV Educativa, a Ponte do Caratatiua,a  Avenida dos Franceses, a Prodata e a Vila Anjo da Guarda .

Este acervo de preciosas obras foi acompanhado de um plano de pavimentação da cidade. O centro urbano, com a retirada dos trilhos sob os quais trafegavam os bondes movidos a eletricidade e da cristalização da indústria automobilística no país, foi literalmente asfaltado, ato que levou a classe média citadina ao delírio.

Sarney por tudo que realizara em benefício da cidade, não imaginava que o povo de São Luis não lhe desse uma votação consagradora. Abertas as urnas, o que se viu?  Para ele os votos minguaram, mas para o opositor, José Mário Ribeiro da Costa, os sufrágios quase ultrapassaram a barreira do som.

Em 1985, com José Sarney na Presidência da República, a autonomia política e administrativa das capitais de estados voltou e com ela as eleições diretas de prefeitos.

Naquelas eleições, concorreram seis candidatos à prefeitura de São Luis: Gardênia Gonçalves, Jaime Santana, Jackson Lago, Haroldo Saboya , Luiz Vila Nova e Emanoel Viana. O candidato do grupo Sarney era Jaime Santana.

Para elegê-lo, um programa audacioso foi preparado e ser urgentemente executado em São Luis, centrado na pavimentação de ruas e bairros. Com essa finalidade, arregimentaram-se, em abundância, recursos federais e aplicados por uma força tarefa da prefeitura.

Em tempo recorde, centenas de quilômetros de ruas foram pavimentadas, algumas com perfeição, outras nem tanto, para o candidato da Nova República sair ungido das urnas como o mais votado e ganhar o pleito, fato atestado pelas pesquisas.

Apurados os votos, eis a surpresa: Jaime foi ultrapassado eleitoralmente pela candidata Gardênia Gonçalves, que, na campanha, não se comprometeu a asfaltar nenhuma rua.

Elegeu-se graças ao marido, João Castelo, que, quando governador,empregou só em São Luis cerca de 40 mil pessoas. Foi, portanto, emprego e não asfalto, que a elegeu e fez Castelo, ao longo de várias eleições, a obter, nesta cidade, gigantescas votações que lhe valeram cargos proporcionais ou majoritários.

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