DONA JANDYRA GOMES

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Em 27 de novembro de 1935, há oitenta anos,  um movimento sedicioso, que a história registra com nome de Intentona Comunista é articulado pelo PCB, com vistas à instalação de um governo popular e revolucionário.

A insurreição comunista dá-se através de levantes armados nos Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Pernambuco, mas sufocada pela ação das forças legais. Em São Luis, onde um grupo de adeptos de Luis Carlos Prestes marcava presença na Aliança Libertadora Nacional, não promove qualquer iniciativa para desestabilizar a ordem social e a situação política vigente.

Os maranhenses da ANL mantiveram-se apáticos em relação aos acontecimentos pipocados em algumas cidades do país, mas não deixaram de ser perseguidos, presos, deportados e julgados pelo Tribunal de Segurança Nacional.

Dentre os oitenta prisioneiros, a presença do empresário Jesus Norberto Gomes, preso por denúncia infundada. Sem culpa formada, ficou trancafiado no Quartel do 24º Batalhão de Caçadores por mais de um ano. Para tirá-lo dessa situação, a esposa Jandyra Nogueira Gomes, aparece de forma corajosa e altiva. Ela move uma encarniçada batalha para convencer as autoridades executoras do famigerado Estado de Guerra de que o seu marido era inocente e pagava um preço alto por uma acusação inidônea e inconsistente.

Com fibra e valentia, Jandyra Gomes não se intimida com o clima de insegurança vivido pelo o país em 1935. Destemidamente escreve cartas e faz relatórios circunstanciados ao coronel Othon Feio da Silveira, que executava o Estado de Guerra no Maranhão, e aos interventores federais  major Roberto Carneiro de Mendonça, e Paulo Ramos, aos quais exige não somente a apuração dos fatos e atos que conduziram o marido à prisão, mas a restituição da sua liberdade, para continuar junto “à família, no trabalho, na direção de sua farmácia, e no convívio de seus concidadãos”, pois nos inquéritos a que respondeu nenhuma culpabilidade foi comprovada, até porque quando estourou o movimento sedicioso ele não se encontrava em São Luis.

Essa renhida batalha, pela soltura do marido Jesus Gomes, foi longa, sofrida e insana. Mas não esmoreceu e se deixou abater com as dificuldades encontradas no árduo caminho. A sua luta só chegou ao fim no dia 10 de março de 1937, quando o Tribunal de Segurança Nacional mandou soltá-lo por não encontrar motivos que o incriminassem.

REMI TRINTA E DELCÍDIO

Em 1999, o deputado Remi Trinta ganhou manchete nacional por um problema de origem racista. Foi preso, a despeito da proteção da imunidade parlamentar. O episódio volta à tona por analogia com a prisão do senador Delcídio Amaral.  A bordo de uma aeronave, no trajeto Brasília – São Luis. Remi, desentendeu-se com um tripulante de cor negra, ao qual dispensou tratamento racista. O comandante comunica o fato à Polícia Federal, sediada em Imperatriz, que prende Remi pelo cometimento de crime preconceituoso. Os deputados maranhenses que vinham na aeronave, imediatamente informam do acontecido ao presidente da Câmara Federal, deputado Michel Temer, o qual, por medida judicial, requer a imediata liberdade do deputado maranhense, com base no respeito à imunidade parlamentar. Por medida liminar, o Supremo Tribunal Federal, manda imediatamente libertar Remi.

DESCONTRAÇÃO NO VELÓRIO

O poeta José Maria Nascimento foi o agente do momento de descontração no velório do inseparável amigo, Nauro Machado.

Contou que estava em Recife, tratando-se de uma tuberculose, eis que recebe a visita de Nauro Machado. Ao verificar que o amigo doente residia num apartamento localizado no 9º andar, o poeta desabafou: – José Maria, você está morando num lugar adequado para o suicídio. Não houve quem ficasse sério.

HOMENAGENS AO VIVO

O poeta Nauro Machado antes de morrer recebeu três merecidas e justas homenagens.

Pelo seu talento de poeta consagrado e dedicação às letras e à sua terra, teve a felicidade de recebê-las em momentos de gloriosa vitalidade.

Da Prefeitura de São Luis, a fixação de seu nome em importante praça, do Centro Histórico; da Academia Maranhense de Letras, uma sessão especial pelos seus oitenta anos; da Universidade Federal do Maranhão, o título de Doutor Honoris Causa.

SENTIMENTO DO ÓDIO

“Deus me poupou do sentimento do ódio”, esta frase é muita conhecida dos brasileiros. Há dúvidas quanto à sua autoria. Há quem ache ser do ex-presidente José Sarney, mas há, também, os que advogam a autoria ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Antes que o assunto seja questionado na Justiça, quanto à titularidade da frase, não custa dar a minha opinião e o faço com base na máxima de “bebe água limpa quem chega primeiro na fonte”.

Como Sarney governou o Brasil antes de Fernando Henrique, ao maranhense cabe o direito de propriedade da frase.

VIAGEM BOVINA

Nem na época em que a pecuária maranhense tinha boa cotação no mercado, o nosso gado teve cotação tão alta.

Está tão valorizado que não é mais transportado em vagão de trem ou em carroceria de caminhão. Ou viaja de navio, ou não sai do Maranhão. Antes, só o Boi Barrica teve o privilégio de viajar para o exterior em melhores e mais confortáveis condições.

Mas o boi nosso de cada dia só partiu para a Venezuela depois de boa alimentação, descanso e assistência de pessoal treinado.

LIÇÃO DE ROSEANA

O governador Flávio Dino, se não quiser passar por outro vexame, no interior do Estado, deve mirar-se na assessoria da ex-governadora Roseana Sarney.

Nas visitas dela ao interior, prefeitos e deputados eram previamente avisados de que podiam usar da palavra em eventos de inauguração. Mas, qualquer discordância contra essa orientação, o evento podia ser cancelado ou mantido. Se mantido, só a governadora falava.

Em certos casos, ela radicalizava. Chegava, descia do carro, dava uma volta a pé na cidade, fazia o que tinha de fazer e vinha embora.

A MOÇA DO SENADO

Em entrevista ao jornal O Globo, referindo-se à fidalguia do senador Delcídio Amaral, o senador João Alberto o comparou a uma moça.

Não é a primeira vez que João Alberto vacila e dá margem à imprensa de explorar equivocadamente o seu pensamento em torno de um fato ou de uma pessoa.

Em São Luis, ao deixar o cargo de governador, em março de 1991, disse impensadamente: – No governo, fui honesto apenas noventa por cento.

A frase mal construída custou a ele um preço alto. A imprensa e os adversários políticos até hoje não o perdoam por isso.

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