DEZ ANOS SEM RENATOARCHER

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No dia 20 de junho de 1996, o Maranhão amanheceu triste e lamentando a morte de um de seus mais qualificados filhos, do ponto de vista intelectual e político: Renato Archer, de 73 anos. O óbito deu-se no Instituto do Coração de São Paulo, em decorrência de problemas respiratórios depois de ter sofrido uma cirurgia cardíaca.

Nascido em São Luis, a 10 de julho de 1922, filho de Maria José e Sebastião Archer da Silva. Fez o primário em São Luis e continuou os estudos no Rio de Janeiro, preparando-se para ingressar na carreira militar, na Escola Naval, da qual saiu em fevereiro de 1945, no posto de segundo-tenente da Marinha.

Sua carreira militar foi meteórica, pois, em 1946, dava os primeiros passos na política, participando da campanha do pai e ex-prefeito de Codó, Sebastião Archer, candidato ao Governo do Maranhão, pelo Partido Proletário do Brasil, que Vitorino Freire alugou pela perda da legenda do PSD para Genésio Rego.

No governo do pai, exerceu o cargo de oficial de gabinete, de onde alçou vôo para disputar a vice-governança, nas eleições de 1950, na chapa encabeçada pelo ex-prefeito de Caxias, Eugênio Barros, que, eleito, não deu a oportunidade a Renato de participar da administração estadual.

Em 1954, candidata-se a deputado federal pelo PSD, que Vitorino reconquistara, sendo um dos mais votados. Na Câmara Federal, com os jovens parlamentares, Ulisses Guimarães, Nestor Jost, Cid Carvalho, Vieira de Melo, José Jofilly e Oliveira Brito, forma a Ala Moça do PSD.

Partiu desse grupo renovador, o lançamento da candidatura de Juscelino Kubitscheck à Presidência da República, que, eleito, deflagra um processo de reformas no País, sofrendo, por isso, a tentativa de deposição por um grupo de oficiais da Aeronáutica. Renato reage a essa conspiração, que visava instalar um regime de exceção e entregar as nossas riquezas naturais aos americanos e acabar o programa de pesquisas de energia nuclear, que o deputado maranhense, autoridade no assunto, denuncia no Congresso Nacional.

Pelo convincente desempenho, reelege-se deputado em 1958.  Em 1961, a renúncia do presidente Jânio Quadros leva o País a uma crise institucional, cujo desfecho é a posse do vice-presidente João Goulart, com o regime presidencialista transformado em parlamentarista. Nesse Governo, Renato assume o cargo de Subsecretário do Ministério das Relações Exteriores, a convite do ministro Santiago Dantas.

Em 1962, se elege pela terceira vez deputado federal. Assume a vice-liderança do PSD e trabalha obstinadamente pela volta de JK à Presidência da República, projeto interrompido pelo movimento militar de abril de 1964, que detona João Goulart e instala uma explícita ditadura.

Mesmo sob o regime de exceção, em 1965, Renato lança-se candidato à sucessão do governador Newton Bello, tendo o deputado José Sarney como principal opositor e apoiado pelo regime militar, que realiza no Maranhão uma avassaladora revisão eleitoral.

Para defenestrar Renato do páreo sucessório, o Presidente Castelo Branco exige do governador Newton Bello a degola de seu candidato. O parlamentar repudia o veto militar, mas não consegue derrubá-lo. Resultado: troca o PSD pelo PTB, participa do pleito, mas sem o respaldo das tradicionais forças políticas, não se elege.

Com a extinção do multipartidarismo, surgem a Arena e o MDB. Por este partido, Renato, nas eleições de 1966, conquista o seu quarto mandato, no exercício do qual articula a Frente Ampla, com a participação de Carlos Lacerda, JK e Jango.

O Governo, por meio do Ato Institucional nº 5, suspende as atividades políticas da Frente Ampla, cassa mandatos e suspende por dez anos os direitos políticos de Renato, sendo, ademais, perseguido e preso.

Afastado coercitivamente da vida pública, a ela só retorna em 1979, engajado ao PMDB, pelo qual disputa o pleito de governador do Maranhão, enfrentando o deputado Luiz Rocha (PDS), que o vence inapelavelmente. Isto, contudo, não retira dele a vontade férrea de livrar o Brasil do draconiano regime. Ao lado de Ulisses Guimarães, percorre o País de ponta a ponta, pregando o retorno das eleições diretas. Enquanto isso não ocorre, as forças democráticas criam a Aliança Democrática e derrotam no Colégio Eleitoral os candidatos do Governo. Eleitos para Presidente e vice da República, Tancredo Neves e José Sarney, convocam Archer para chefiar o Ministério da Ciência e Tecnologia. Com a reforma ministerial, Sarney o nomeia ministro da Previdência Social, onde fica até o rompimento do PMDB com o Chefe da Nação.

Em 1986, tenta recuperar o mandato de deputado federal, no Maranhão, mas, desta feita, as urnas não se mostram a ele favoráveis. Decepcionado, transfere o domicílio eleitoral para o Rio de Janeiro, onde é insistentemente convidado a se candidatar, mas prefere presidir a Embratel, no governo do Presidente Itamar Franco e mantido na gestão de Fernando Henrique. Depois, preside o Comitê Rio 2004, para a Cidade Maravilhosa ser a sede dos Jogos Olímpicos de 2016.  Esta, a última função que exerceu ao longo de sua brilhante trajetória pública.

SOLIDARIEDADE A SARNEY

O advogado Fernando Belfort, em louvável gesto, recolhe assinaturas de advogados para a formalização de um documento cujo destino é Brasília.

O documento tem duplo objetivo: Primeiro, prestar solidariedade a José Sarney por ser desabridamente atacado por um “monstro moral”.

Segundo, revelar ao povo brasileiro que o Maranhão jurídico repudia aquela sórdida delação premiada, com o sentido de macular a honra e a vida pública de um homem que prestou relevantes serviços ao País.

NADA DE CELULAR

Para evitar complicações políticas, o Palácio dos Leões, estaria estudando um meio de evitar a presença de aparelhos celulares nas audiências do governador.

Como a medida é delicada e precisa ser analisada sob diversos ângulos, ainda não tem prazo para ser adotada.

Ao ser informado dessa novidade, Flávio Dino não a viu com bons olhos.

GREVE DE 1951

Mais uma produção cinematográfica sobre um episódio histórico ocorrido no Maranhão está em processo de realização pelo cineasta Joaquim Haickel.

Trata-se da Greve de 1951, movimento político desencadeado em São Luis contra a posse do governador Eugênio Barros.

As filmagens já se iniciaram com as entrevistas de Benedito Buzar, Reginaldo e Maria Lúcia Teles, Joaquim Itapary e Sebastião Jorge.

FENÔMENO POLÍTICO

Eu ouvi da boca de Ricardo Murad a afirmação de se não aparecer um fenômeno político em São Luis a futura prefeita será Eliziane Gama.

Pelo que as recentes pesquisaram mostraram, a profecia de Ricardo pode virar realidade, pois o deputado Wellington do Curso promete ser o fenômeno das eleições de 2016.

DEVOLVER MANDATO

O deputado Waldir Maranhão acertou com a direção da Universidade Estadual do Maranhão o plano para devolver, mensalmente, o dinheiro que indevidamente lhe foi pago.

Falta agora Waldir acertar com o povo a devolução do mandato que lhe foi outorgado, mas que não soube cumprir.

CAMISA DE VARA

O deputado Hildo Rocha pode vestir camisa de vara por conta da denúncia na Câmara Federal de que congressistas estão extorquindo empresários, para não serem convocados a depor na CPI.

Até agora Hildo não revelou o nome desses parlamentares, mas a pressão já é grande para abrir a boca. Será que resiste?

A cidade de Cantanhede, principal reduto do deputado maranhense, está apreensiva.

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