A MINHA FELIZ CIDADE

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Ontem, a gloriosa cidade de Itapecuru-Mirim  completou 147 anos. Nos seus primórdios, conhecida por Itapucuru ou Itapicuru, denominação, derivada do tupi – ita (pedra), pe (caminho) e cura (muita)- que significa caminho de muitas pedras.

Antes de ser cidade, status que conquistou a 21 de julho de 1870, decorrente da Lei 919, votada pela Assembleia Provincial e sancionada pelo governador em exercício, José da Silva Maia, Itapecuru foi povoação, freguesia (25-09-1801) e vila (07-11-1817).

Ao longo do regime monárquico, Itapecuru consolidou-se como vila. Nessa época, o Brasil era governado pelo imperador Dom Pedro II, que nomeava os governadores das províncias, do Partido Liberal ou do Partido Conservador, que se alternavam no poder conforme as circunstâncias políticas.

Segundo o Almanack do Maranhão, quem administrava Itapecuru, na fase imperial, era a Câmara Municipal composta pelos vereadores Ildefonso Henoch de Berredo (presidente), Joaquim Gonçalves Pereira, Frederico Antônio Pinheiro Lisboa, João Lopes de Souza, Miguel Archanjo Nunes Paes, José Odorico Madail, Manoel Verissimo de Moraes Rego, Fortunato José da Costa e Raimundo Rufino Lisboa.

Além da Câmara Municipal, uma corporação militar, com 1.321 praças, um estado-maior e seis companhias, sob o comando do coronel Antônio Serra de Berredo, protegia a cidade, que contava, também, com uma agência de correio e uma coletoria.

O vigário Francisco José Cabral cuidava da parte espiritual da população, que fazia parte da Freguesia de Nossa Senhora das Dores. Nela, existiam 994 votantes qualificados, um comissário vacinador, um subdelegado de polícia, Catão Bandeira de Melo, um professor e uma professora de 1ª letras, Antônio da Silva Braga e Olívia Castelo Branco.

Sendo comarca de 2ª entrância, tinha como juiz de Direito, Dr. Antônio de Souza Martins, juiz de Paz, capitão José Maximiano Cardoso, juiz de Órfãos, Dr. Antônio de Carvalho Serra, e promotor público, Dr. Aristides Coelho de Souza.

Sessenta e oito anos depois do ato governamental que fez Itapecuru ganhar o direito de ser cidade, nela, eu vim ao mundo,  a 17 de fevereiro de 1938, em que o Brasil transitara de Monarquia para República, à frente da qual se encontrava o ditador Getúlio Vargas, que governava o País sob o regime de exceção e de supressão das liberdades.

O Maranhão, dessa época, tinha como governante o  interventor federal, Paulo Ramos, que imprimia uma administração autoritária, mas,  empreendedor. Com o Poder Legislativo desativado e o Judiciário garroteado, o chefe do Executivo governava com mão de ferro, conforme preconizava o Estado Novo.

Nos municípios, em vez de prefeitos eleitos, pontificavam os gestores nomeados pelo interventor. Em Itapecuru, reinava na prefeitura o comerciante Felício Cassas, que, ajudado por Paulo Ramos, construiu escolas, estradas, pontes e açudes, mas não conseguiu convencê-lo a liberar recursos para a construção de um prédio para alojar a burocracia do município, que funcionava em casas alugadas. Instalou na cidade uma balsa flutuante, para facilitar a travessia de passageiros e de mercadorias  no Rio Itapecuru.

De acordo com a Diretoria de Estatística e Publicidade do Maranhão. Itapecuru-Mirim, em 1938, contava com uma população em torno de 25 mil habitantes, equivale dizer, nove habitantes por quilômetro quadrado, tendo por limites as cidades de Rosário, Vargem Grande, Coroatá e Arari.

Naquele ano, incrivelmente, o interventor, por decreto, fixou nova divisão territorial, administrativa e judiciária no Maranhão, por meio da qual Itapecuru perdeu o status de comarca, passando a ser termo da comarca de Coroatá.

No aspecto religioso, por deliberação do arcebispo Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos, a paróquia de Nossa Senhora das Dores era exercida pelo padre Alfredo Furtado Bacelar, que, no seu vicariato, realizou a recuperação interna e externa da igreja matriz.

Em rápidas palavras, procurei homenagear a minha Itapecuru-Mirim, como vila e cidade, ou seja, antes e depois de meu nascimento.

UMA CONFRARIA DE PESO

HÁ anos, um grupo de amigos se reúne nas primeiras quintas-feiras de cada mês, com o objetivo de se confraternizar e trocar figurinhas.

Os convescotes mensais se realizam na Cabana do Sol, onde Aparício Bandeira, presidente da confraria, Benedito Buzar, Remi Ribeiro, José Jorge Leite, Eliézer Moreira,  Joaquim Haickel, Fabiano Vieira da Silva, Francisco Leda, Nan Sousa, Jura Filho e o coronel José Vieira se juntam para animadas conversas, que se estendem ao longo da tarde.

O grupo não costuma convidar estranhos para tais reuniões, pois o que ali é tratado não pode extrapolar a outros ambientes. Esse compromisso é rigorosamente cumprido pelos seus membros.

CONFRARIA E SARNEY

Na quinta-feira passada, a confraria, pela primeira vez, convida uma personalidade, não integrante de seus quadros, para comparecer ao tradicional rega-bofe.

Trata-se de José Sarney, que aceita e convite e assume o compromisso de sempre participar da companhia de amigos tão fraternos. Pontual como o é, chega ao restaurante hora marcada, onde ouviu mais do que falou.

De política, só a do passado, relembrando as lutas renhidas e travadas entre oposicionistas e governistas, vencidas pelos situacionistas, que contavam com as armas poderosas da fraude eleitoral.

Como  bom apreciador da culinária maranhense, Sarney deixou a carne de sol de lado para saborear arroz de cuxá e o inseparável peixe frito.

SARNEY NA LIVRARIA

Após o gostoso almoço, este colunista convidou Sarney a visitar e conhecer a Livraria e o Espaço Cultural da Associação Maranhense de Escritores Independentes, instalado em boa hora no São Luís Shopping, que só comercializa títulos exclusivamente de escritores da terra.

Como intelectual e membro das Academias de Letras do Brasil e do Maranhão, impressionou-se com a imensa e variada produção livresca  exposta e o apoio do maranhense a uma iniciativa pioneira e bem-sucedida.

A presença de Sarney no Shopping causou enorme alvoroço. Consumidores, comerciantes e comerciários acorreram em massa ao Espaço Cultural para vê-lo, abraçá-lo, pedir autógrafo, ser fotografado ou tirar selfs.

Ele deixou o shopping com o ego altamente massageado e convencido de que continua venerado pelo povo maranhense, a despeito de não ser poupado pelos adversários políticos, que tentam destruir a sua imagem de homem público.

TORNOZELEIRAS

No país inteiro há uma escassez de tornozeleiras eletrônicas. Os presos da Lava-Jato estão sendo liberados sem o imprescindível equipamento.

Na Rua da Paz, nas lojas de material esportivo, os proprietários aproveitaram o momento para promover as tornozeleiras usadas pelos praticantes de atividades esportivas.

Até agora, a Secretaria de Segurança não se apresentou para comprá-las, sinal de que no Maranhão as tornozeleiras eletrônicas abundam.

 

 

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