CONSELHO PARA BEM-GOVERNAR

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No dia 31 de agosto de 1750, ascendeu ao trono de Portugal, D. José I, que nomeou Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, como primeiro ministro.

Homem inteligente e arrojado promoveu grandes reformas no Brasil colonial, destacando-se a criação da Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão, para a qual nomeou o sobrinho, o coronel-engenheiro Joaquim de Melo e Póvoas para administrá-la.

À frente desse empreendimento, o sobrinho do Marquês de Pombal desencadeou ações e iniciativas que  mudaram significativamente a situação econômica do Maranhão, dentre as quais a substituição da mão de obra indígena pela escrava, a concessão de crédito, a introdução de equipamentos e máquinas para beneficiar e incrementar o comércio e a incipiente indústria.

Na partida de Joaquim de Melo e Póvoas para o Maranhão, o tio Sebastião José de Carvalho Melo entregou-lhe uma carta, em 16 de julho de 1761, que, pelo seu conteúdo e atualidade, parece não escrita no século XVIII, mas nos dias correntes.

Na carta, além dos conselhos para bem-governar, encontram-se avisos, advertências, orientações e recomendações que o sobrinho deve tomar para se prevenir contra os que não se preocupam em bem servir, mas querem apenas  aproveitar e usufruir das benesses e vantagens que o poder  oferece.

As primeiras palavras do Marquês de Pombal mostram o tipo de gente que o sobrinho vai encontrar em terras maranhenses: “O povo que V. Ex. vai governar é obediente, fiel a El-Rei, aos seus generais e ministros. Com estas circunstâncias, há de amar um general afável, prudente, modesto e civil. A justiça e a paz com que V.Ex. governar o farão igualmente benquisto e respeitado porque, com uma e outra causa se sustenta a saúde pública.”

Em seguida, um alerta sobre os bajuladores: “Quase todos os que governam querem que se lisonjeiem, e sempre ouvem com agrado os elogios que lhes fazem. Desta espécie de homens ou de inimigos em toda a parte se encontram e V. Ex. os achará também no seu governo, aparte-os de si como veneno mortal. O Espírito Santo diz que os que governam devem ter ouvidos cercados de espinhos só para que quando os aduladores se cheguem a eles, os lastimem e os façam afugentar.”

Depois, esta oportuna advertência: “V. Ex. vai para um governo moderno, mas continue a criar; imite em tudo aquilo que achar ter sido grato ao povo e útil a serviço de El-Rei e a República. Não altere cousa alguma com força e nem violência, porque é preciso muito tempo e muito jeito para emendar costumes inveterados, ainda que sejam escandalosos. Quando a razão o permite e é preciso desterrar abusos e destruir costumes perniciosos, em benefício de El-Rei, da justiça e do bem comum, seja com muita prudência e moderação, que o modo vence mais do que o poder.”

Agora um relevante conselho para governar: “Em qualquer resolução que V.Ex. intentar, observe estas três cousas – prudência para deliberar, destreza para dispor e perseverança para acabar. Não resolva V.Ex. com aceleração as pendências árduas de seu governo para que não lhe aconteça logo emenda; menos mal é dilatar-se para acertar com maduro conselho, que deferir com ligeireza para se arrepender com pesar sem remédio. Quando duvidar, informe-se e pergunte, para não dar a entender oque quer obrar, figure o caso, como questão, às pessoas que o possam saber, para o informarem em termos.”

Sobre como proceder com amigos e inimigos: “A família de V.EX. seja a cousa mais importante e escolhida, que consigo leve, pois por ela há de V.Ex. ser amado ou aborrecido; e por ela há de ser aplaudido ou murmurado. São os criados inimigos domésticos, quando são desleais e companheiros estimados, quando são fieis. Se não são como devem ser, participam para fora o que sabem de dentro e depois passam a dizer o que não se sonha fora.”

Quanto ao dia a dia no governo, aduziu: “Tiradas as horas de seu natural e precioso descanso, dê V. Ex. audiência, todos os dias e a todos e em qualquer ocasião que lhe queiram falar. Das primeiras informações, nunca V.Ex. se capacite, ainda que estas venham acompanhadas de lágrimas e a causa justificada com o sangue do próprio queixoso, porque nesta mesma figura podem enganar V.Ex. e se a natureza deu com previdência  dois ouvidos, seja um para ouvir o ausente e o outro o acusado. Atenda V.Ex. e escute o aflito que se queixa, lastimado e ofendido, console-o, mas não lhe defira sem plena informação”.

Com relação aos conflitos sociais, lembrou: “Não consinta V. Ex. a violência dos ricos contra os pobres; seja defensor das pessoas miseráveis, porque de ordinário os poderosos são soberbos e pretendem destruir e desestimular os humildes; esta a recomendação das leis humanas e divinas. Toda a República se compõe de mais pobres e humildes que de ricos e opulentos; e nestes termos, conheça antes a maior parte do povo a V.Ex. por pai, para aclamarem defensor da piedade, do que o menos protetor das suas temeridades para se gloriarem de seu rigor”.

No que diz respeito ao comportamento com os súditos, explicitou: “Nunca V. Ex. trate mal de palavras nem ações a pessoa alguma dos seus súditos, porque o superior deve mandar castigar, que para isso tem cadeia, ferro e oficiais que lhe obedeçam, mas nunca deve injuriar com palavras e afrontas, porque os homens se são honrados sentem menos o peso dos grilhões e a privação da liberdade que a descompostura de palavras ignominiosas”.

Por fim, este admirável aviso: “Mostre-se V.EX. em todos os momentos, de paixão e de perigo, superior e inalterável; porque com os dois atributos, de prudência e valor, o temerão os seus súditos”.

A CARTA DE POMBAL

Assim como o compromisso constitucional, que todo governador se obriga a ler no ato de posse, a carta do Marquês de Pombal, da qual extraí as partes mais importantes, deveria, também, ser objeto de leitura a quem assumisse a nobre missão de governar, pois nela estão consignados os maiores e os menores problemas que um governante terá no poder.

Esta epístola histórica, redigida há três séculos,  revela, em toda a plenitude, que, ontem como hoje, as questões que dizem respeito à sociedade, mutatis mutandis, guardam semelhanças entre si, e que os governantes, para cumprirem a difícil arte de administrar, precisam estar preparados e prevenidos  contra as adversidades, as dificuldades e as animosidades geradas pelo poder.

PRAÇA E RUA

Um vereador apresentou à Câmara Municipal de São Luís um projeto de lei dispondo sobre a criação do programa “Música na Praça”.

Outro vereador, que faz oposição discreta a Edivaldo Holanda, sem querer hostilizá-lo, pretende apresentar um projeto de lei “Prefeito na Rua”.

Pelo projeto, doravante, os gestores, no exercício do mandato, se obrigarão a ficar mais na via pública e menos no gabinete.

A IDEOLOGIA DE ZÉ REINALDO

Num bem elaborado texto, publicado num jornal local, o deputado José Reinaldo revela que a sua ideologia na Câmara Federal não é a da direita e nem da esquerda, mas a do empenho pelas causas do povo do Maranhão.

Estribado nesse raciocínio, desde que chegou à Câmara dos Deputados só teve uma preocupação: fazer do Centro de Lançamento de Alcântara um projeto factível, verdadeiro e real.

Nesse sentido, apresentou um elenco de propostas viáveis, em que uma delas já é  realidade: a realização no Maranhão de um curso de especialização em Engenharia Espacial, o único no Brasil, graças a um protocolo de cooperação assinado entre o Centro de Lançamento de Alcântara, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica e a Universidade Federal do Maranhão.

ÉDIPO REI

A Universidade Ceuma convida a sociedade maranhense a assistir um belo espetáculo teatral, na noite desta quarta-feira, 30 de agosto, às 19 horas.

A encenação da peça grega Édipo Rei, de Sófocles, por um grupo artístico, dirigido pelo competente Tácito Borralho, que contará com a participação musical do Coral Ceuma.

O espetáculo acontecerá na área de lazer do Ceuma-Renascença e a entrada é livre.

CHORO DE GOVERNADOR

Nas cidades nordestinas, visitadas pelo ex-presidente Lula, os políticos não conseguem segurar as lágrimas no momento em que ele discursa e reporta-se à perseguição que vem sofrendo da Operação Lava-Jato.

Esse chororô ocorreu em Salvador, João Pessoa e Maceió.

Em São Luís, estão abertas as apostas em torno do choro do governador Flávio Dino ao ouvir o pronunciamento xaroposo de Lula.

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DE JOMAR E DE JOSUÉ

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Neste mês, duas datas marcam significativamente a Academia Maranhense de Letras: 16 de agosto de 2016, falecimento de Jomar Moraes; 21 de agosto de 1017, nascimento de Josué Montello.

São datas que trazem no seu bojo sentimentos diferenciados: tristeza pelo desaparecimento de Jomar; alegria pela chegada de Josué.

De Jomar Moraes, que nos deixou recentemente, vale dizer, sua presença ainda é muito forte em nosso meio, daí porque não conseguimos esquecer a sua figura humana e de intelectual, sempre a serviço da Casa de Antônio Lobo, pela qual devotava incomensurável paixão a partir de 10 de maio de 1969, ao nela ingressar pela vontade da maioria acadêmica, que, mais tarde, o conduziu à presidência da instituição.

No comando da AML, ao longo de 22 anos, entregou-se de corpo e alma e em tempo integral e dedicação exclusiva, a ponto de fazê-la renascer das cinzas, revigorando-a materialmente, de modo a impor-se na sociedade maranhense como o templo do saber e da cultura.

Concomitante ao trabalho em prol da Academia Maranhense de Letras, Jomar deixou o seu nome gravado no cenário cultural maranhense como pesquisador, ensaísta, cronista, historiador e editor. De sua vasta e rica bibliografia, destacam-se obras de grande repercussão nacional, que poderiam servir de passaporte para ingressar na Academia Brasileira de Letras, hipótese que jamais pensou, por pura modéstia.

A minha amizade com Jomar vem dos idos de 1968 e da redação do extinto Jornal do Dia, no qual, aos domingos, a gente publicava uma página literária, por meio da qual se lançou candidato à Academia Maranhense de Letras, para ocupar a cadeira 10, vaga com a morte de Henrique Costa Fernandes. Mesmo sabendo que enfrentaria o poeta Fernando Braga, apoiado pelo jornalista Erasmo Dias, partiu para a luta, à qual eu e a minha coluna Roda Viva, que escrevia diariamente no Jornal do Dia, nos engajamos. Lembro que no dia do pleito, um temporal desabou sobre a cidade, mas nem por isso deixamos de visitar os acadêmicos que participaram do processo eleitoral, que, ao final, apresentou o insofismável triunfo de Jomar.

Participei daquele embate acadêmico sem jamais pensar em recompensa. Por isso, num dia de abril de 1990, surpreendo-me com o convite de Jomar para candidatar-me à Academia Maranhense de Letras, à vaga do meu saudoso e querido professor Fernando dos Reis Perdigão, falecido no Rio de Janeiro.

Como a AML não estava em minhas cogitações, tentei recusar o convite, mas ele conseguiu quebrar a minha resistência e mudei de opinião.  Como estava escrito nas estrelas, a eleição foi tranquila, pois não tive competidor. A 2 de agosto de 1990 recebi 31 votos dos acadêmicos. Oito dias depois do pleito, a 10 de agosto, eu tomava posse na cadeira 13, patroneada por José Cândido de Moraes e Silva, sendo recepcionado por Milson Coutinho.

Quanto a Josué Montello, que seja, também, evocado e louvado neste mês, pelo seu nascimento, ocorrido no dia 21de agosto de 1017, em São Luís do Maranhão, cidade que  exaltou em prosa brilhante, pois sempre a usava para cenário de sua obra romanesca.

Antes de conhecê-lo pessoalmente, já tinha intimidade com os seus romances, que comecei a lê-los no Rio de Janeiro, quando fazia o curso de Agronomia, na Universidade Rural, onde costumava trocar as aulas enfadonhas pelas leituras de renomados autores da literatura brasileira e portuguesa.

Foi por obra do jornalismo que o meu relacionamento com Josué Montello corporificou-se. Sua nomeação para o cargo de reitor pro-tempore da Universidade Federal do Maranhão, em outubro de 1972, nos aproximou.  Muita gente, à época, pensava ser eu o seu assessor de imprensa, pois as informações mais preciosas da Universidade eram veiculadas através de Roda Viva, que ele fazia questão de dar em primeira mão.

Acompanhei de perto o seu trabalho na UFMA, bem como as desavenças verbais e explosivas que manteve com o ex-reitor, cônego Ribamar Carvalho, que repercutiram dentro e fora do campus universitário.

Ao término de sua gestão, retorna para o Rio de Janeiro, mas a nossa amizade permanece firme e forte. Com ele gostava de escrever cartas, não foram poucas as endereçadas à minha pessoa. Guardo-as todas com imenso carinho, uma delas com a revelação de um episódio, muito explorado politicamente, de um forte atrito dele com Nunes Freire, no Palácio dos Leões.

POSSES NO EXECUTIVO

Anotem, para conferir depois. Das novas regras eleitorais a serem votadas pelos deputados federais, só uma deverá ser aprovada.

A que estabelece novas datas para as posses dos eleitos para os cargos executivos: 6 de janeiro para governadores e prefeitos; 7 de janeiro para presidente da República e 1º de fevereiro para deputados e vereadores.

Afinal, 1º de janeiro volta a ser o que era: o dia da confraternização universal.

FÓRMULA VITORINISTA

O secretário de Esportes do Governo do Estado, Márcio Jardim, quer que o PT do Maranhão  convide a ex-presidente Dilma Roussef para se candidatar ao Senado  da República.

Essa fórmula teve seus dias de glória no Maranhão, quando o vitorinismo reinava de modo avassalador na política estadual.

Estribada nela, o PSD maranhense fez o senador Antônio Bayma e o suplente Newton Bello renunciarem aos cargos, para que o jornalista Assis Chateaubriand, o poderoso dono dos Diários Associados, derrotado na Paraíba, recuperasse o mandato de senador, num pleito intempestivo, realizado em março de 1955.

Nas eleições majoritárias de 1962, o próprio senador Vitorino Freire trouxe do Rio de Janeiro o empresário Miguel Lins para ser o seu companheiro de chapa.

ZÉ REINALDO EM CENA

O deputado José Reinaldo encontra-se em estado de graça.

No sábado passado, a convite do amigo Mauro Fecury, marcou presença, em companhia da namorada, na festa realizada no Espaço Renascença, em comemoração ao Dia dos Pais. Dançou e se divertiu como nos velhos tempos.

Dias depois, reencontrou-se com o governador Flávio Dino, do qual havia se afastado politicamente. Pelo que se sabe, a conversa entre os dois foi proveitosa e parece que assumiram um pacto para marcharem novamente juntos nas eleições do ano vindouro.

ENREDOS CARNAVALESCOS

As escolas de samba de São Luís resolveram imitar as escolas de samba do Rio de Janeiro, quanto à maneira de arrebanhar recursos para os desfiles carnavalescos.

Se as escolas de sambas cariocas se valem dos temas regionais para atrair a grana dos governadores e dos empresários, as escolas de samba da capital maranhense correm atrás dos prefeitos e dos homens de negócios do interior em busca de verbas para exaltá-los em seus enredos.

A Flor do Samba, por exemplo, já encontrou um empresário forte para bancar o seu carnaval em 2018: Ilson Mateus, que terá a sua vida e o seu empreendimento louvados e cantados em pleno desfile carnavalesco.

DEPUTADOS FOLCLÓRICOS

Dois deputados federais do Maranhão, nesta legislatura, chegaram a fazer parte da Mesa Diretora da Câmara.

Waldir Maranhão ocupou o cargo de 1º vice-presidente, no exercício do qual praticou os maiores vexames e envergonhou a nossa terra e a nossa gente.

Agora é o deputado André Fufuca, eleito 2º vice-presidente, que não chega a cometer as sandices de Waldir Maranhão, mas faz sucesso nas redes sociais por causa do cabelo e do sobrenome, razão pela qual é comparado à figura folclórica de Zacarias, de Os Trapalhões.

A FEIRINHA E AS IGREJAS

Desde a instalação da Feirinha na Praça Benedito Leite, os padres que celebram os ofícios religiosos nas igrejas de Nossa Senhora do Carmo, da Sé e de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, todas, no Centro da Cidade, passaram a viver dias de tranquilidade e de paz.

Os abusos, os roubos e assaltos, praticados à luz do dia, que espantavam os católicos dos atos litúrgicos, sumiram e as igrejas voltaram a ser frequentadas, pois sabem que um esquema de segurança ali marca presença nos finais de semana.

Se for pela vontade do clero e dos fiéis, nunca mais aquela Feirinha dali sairá.

 

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35 ANOS DA UEMA

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Recebo do reitor da Universidade Estadual do Maranhão, Gustavo Pereira da Costa, a comunicação de ser um dos homenageados com a Medalha Gomes de Sousa do Mérito Universitário, conferida pelo Conselho Universitário, nas comemorações dos 35 anos de fundação da Instituição.

Dias depois, outro comunicado do mesmo reitor, dando conta da minha indicação para falar em nome dos homenageados, na solenidade comemorativa da significativa efeméride, a 2 de agosto de 2017.

A honra de ser duplamente distinguido proporcionou-me alegria e felicidade, pois através da retórica teria a oportunidade de evocar e lembrar a trajetória da Instituição, que ao longo de 35 anos cumpriu o objetivo de fomentar o saber e de formar profissionais dos mais diversos campos do conhecimento humano e cientifico.

Para cumprir a incumbência a mim foi delegada, fiz um recuo no tempo e trouxe a lume, ainda que de forma sumária, a gloriosa história da Universidade Estadual do Maranhão, desde os seus primórdios, da qual participei como docente e com atuação, modéstia a parte, exemplar.

Sustentado na minha bem conservada memória de jornalista e de pesquisador, sempre pronta a me ajudar nesses momentos, transmiti preciosas informações sobre iniciativas e atos praticados por autoridades governamentais, que resultaram, depois de um processo de maturação, na fundação da Universidade Estadual do Maranhão.

Na condição de testemunha viva daquele processo histórico, afirmei que tudo começou nos meados da década de 1960, no governo José Sarney, que levado por circunstâncias conjunturais, decide criar as Faculdades de Engenharia, Administração e Agronomia, em São Luís, e a Escola Superior de Educação, em Caxias, para a preparação de quadros técnicos que o Maranhão carecia, com vistas a modernizar suas estruturas administrativas e promover o desenvolvimento econômico e social.

O sucessor de Sarney, professor Pedro Neiva, empenhado  na consolidação desse projeto educacional, cria as Faculdade de Veterinária, em São Luís,  e de Educação, em Imperatriz, que, aglutinadas em torno das existentes, formaram uma autarquia denominada Federação das Escolas Superiores do Maranhão.

Como substituto de Pedro Neiva, o governador Nunes Freire, também deu o seu contributo, levando as Faculdades instaladas em São Luís, que funcionavam isoladamente, para um campus próprio, com o nome de Cidade Universitária Paulo VI, onde alunos, professores e servidores comungaram vivências e trocaram experiências necessárias à formação do espírito universitário.

Para coroamento de tudo isso, o governador João Castelo, sucessor de Nunes Freire, realiza o sonho maior de todos nós: o envio à Assembleia Legislativa de um projeto de lei, criando a Universidade Estadual do Maranhão, sancionado pelo mesmo em 30 de dezembro de 1981.

Ao longo dessa árdua caminhada de  vitoriosas conquistas e exitosas iniciativas, no campo acadêmico, técnico e científico, mas, também, de tempos difíceis e de lutas adversas, a Instituição só não chegou a desativar o ensino, a pesquisa e a extensão, porque os corpos docente, discente e administrativo se levantaram e reagiram contra o impensado gesto de alguns gestores que criaram dezenas de cursos de graduação, muitos dos quais dispensáveis, mas, com o fito exclusivo de atender interesses eleitoreiros.

Felizmente, aquela maldita fase passou e se perdeu na poeira do tempo, graças aos compromissados assumidos pelos professores José Augusto Oliveira e Gustavo Pereira da Costa, o anterior e o atual reitor, que á frente da UEMA souberam com competência, seriedade e honestidade, darem a volta por cima, respaldados na máxima do grande escritor paraibano, José Américo, ao dizer que “voltar é renascer e no caminho da volta ninguém se perde”

APLAUSOS A SARNEY

O acadêmico Joaquim Haickel assistiu em Brasília, na semana passada, a posse do novo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão.

Ele saiu da solenidade radiante por uma cena que há muito tempo não via: o ex-presidente José Sarney receber as mais ruidosas manifestações de aplausos da plateia.

Essa manifestação de louvação deu-se no momento em que o ministro da Cultura,  em alto e bom som, proclamou que o Brasil devia duas coisas importantes ao político maranhense: a Lei Sarney, posteriormente adulterada no Governo Collor de Melo,  e a fundação do Ministério da Cultura.

RITUAL ACADÊMICO

Quem assistiu, na noite da última quarta-feira, a solenidade de posse do magistrado e intelectual Manoel Aureliano Neto, na Casa de Antônio Lobo, viu algo insólito.

Em dois bons momentos do discurso do novo imortal, deu-se  a quebra do ritual acadêmico, mas de forma sutil e adequada.

No primeiro, ao reportar-se à obra poética de Gonçalves Dias,  chamou o ator Tourinho para declamar um dos mais belos poemas do vate caxiense.

No segundo, ao falar sobre Catulo da Paixão Cearense, pediu que o Coral do Ceuma cantasse a linda canção Luar do Sertão.

VEREADORES E PREFEITURA

Depois que a prefeitura de São Luís ganhou autonomia política-administrativa, apenas um vereador chegou a exercer o cargo de prefeito: Tadeu Palácio, por meio de eleição universal, direta e secreta.

Depois de Tadeu nenhum vereador à Câmara Municipal de São Luís, concorreu ao cargo de gestor da capital maranhense.

Pelo andar da carruagem, nas eleições de 2018 à sucessão de Edivaldo Holanda Junior, dois representantes do povo pretendem conquistar o tão ambicioso cargo: o presidente da Câmara, Astro de Ogum, e o vereador Ivaldo Rodrigues, ora no exercício do posto de secretário de Agricultura, onde desenvolve um bom trabalho.

LUTA CORPORAL

Por pouco o livro do poeta Ferreira Gullar, Luta Corporal, não serve de pano de fundo ao confronto físico entre os senadores João Alberto e Lindberg Farias.

A luta entre os dois senadores só não houve porque João Alberto comportou-se à altura do cargo que exerce, não revidando as grosserias proferidas pelo parlamentar do PT.

A sorte do senador Lindberg é porque João Alberto deixou de ser carcará e virou xerife.

NOVENTA ANOS

Até antes do século XX acabar, São Luís contava com alfaiates de primeira linha, dentre os quais Mário Rocha, o preferido da elite empresarial e política.

Durante o tempo em que exerceu a profissão, para José Sarney não havia alfaiate que chegasse perto dele.

Mário, contudo, era um profissional diferenciado, porque politizado, intelectual e sabia português como poucos.

Antes de deixar a profissão, ingressou na Universidade Federal do Maranhão e diplomou-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais.

Mário completa dia 18 de agosto noventa anos, ocasião em que os familiares realizarão um culto em ação de graças, na igreja Batista do Calhau, às 19: 30 horas.

Como seu antigo amigo, farei questão de marcar presença nessa solenidade religiosa.

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O BUSTO DE GOMES DE SOUZA

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O Congresso Nacional instituiu 2017 e 2018 como o Biênio da Matemática, no Brasil, contando com o apoio dos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia.

Nesses dois anos, eventos importantes na área da Matemática acontecerão no Brasil, objetivando colocá-la no centro da comunicação e torná-la imprescindível no processo de crescimento do País e do desenvolvimento humano.

Dentre os eventos previstos, com o propósito de criar, produzir e trazer para o Brasil múltiplas experiências que gerem novas descobertas e estimulem o aprendizado da Matemática, destacam-se a Olimpíada Internacional da Matemática e o Congresso Internacional da Matemática.

A Câmara dos Deputados, por mérito e justiça, indicou para patrono de tão importante acontecimento, o maranhense de Itapecuru-Mirim, Joaquim Gomes de Souza, mais conhecido por Souzinha, considerado uma das maiores autoridades da Matemática.

O introito acima tem uma razão de ser: lembrar e registrar que  Joaquim Gomes de Souza nasceu a 15 de fevereiro de 1829, no povoado  Kelru, na Fazenda Conceição, às margens do rio Itapecuru, onde os pais, Inácio José Gomes de Souza e Antônia Carneiro de Brito Souza , vindos de Portugal, instalaram-se na primeira metade do século XVIII, investiram recursos na produção agrícola e contribuíram sobremodo para o desenvolvimento econômico daquela região.

Para perpetuar a memória de Gomes de Souza em sua terra natal, o prefeito de Itapecuru, Miguel Fiquene (1947-1950) inaugurou no dia 1º de janeiro de 1949, na principal praça da cidade, o busto de tão insigne cientista, esculpido em bronze pelo artista Mauro Lima.

Anos depois, na administração do prefeito João Rodrigues (1966-1970), a mesma praça sofreu ampla reforma, sendo o monumento em homenagem ao matemático itapecuruense muito modificado.

Com o correr do tempo, a praça que leva o nome de Souzinha, como também era chamado, passou por nova reforma, no segundo mandato do prefeito Júnior Marreca ( 2009-2013). Mas abrangente do que as anteriores, a obra botou a baixo simultaneamente o pedestal e o busto,  substituídos por novos modelos, que nada tinham a ver com os originais.

Mas o pior aconteceu na gestão do prefeito Magno Amorim ( 2013-2017), quando vândalos destruíram literalmente o busto do matemático itapecuruense, sem que gestor da cidade fizesse o menor gesto para recuperá-lo, num total desprezo e desrespeito à memória de um homem que elevou para as alturas o nome de sua terra e de sua gente.

Na recente campanha eleitoral do candidato a prefeito, o médico Miguel Lauand, que venceu o pleito, nós prometemos ao povo que o busto de Gomes de Souza retornaria ao lugar de origem.

Foi o que fizemos, com a ajuda de Mauro Fecury , que contratou o escultor Eduardo Sereno para refazer o busto do matemático em resina. Para completar a obra, o prefeito reconstruiu o pedestal em granito.

No aniversário de Itapecuru, 21 de julho, ao completar 147 anos, os itapecuruenses vibraram ao verem, na principal praça da cidade, o novo busto de Gomes de Souza, que ali ficará para ser reverenciado e receber as homenagens de seus conterrâneos.

POLÍTICOS CORRUPTOS

Recentemente, o Movimento Sem Terra invadiu dezenas de  propriedades rurais de políticos comprovadamente corruptos.

A invasão foi eminentemente política, emblemática e de abrangência nacional.

No Maranhão, o MST não invadiu nenhuma propriedade rural.

Se isso aconteceu é porque o Movimento Sem Terra acha que em nosso Estado não há político comprovadamente corrupto.

BIG BEN E DROGASIL

Há poucos dias, a cidade tomou conhecimento de que o grupo  farmacêutico Big Ben, de Belém do Pará, fechou as suas portas no  Maranhão.

Mas o lugar ocupado pela Big Ben brevemente será preenchido por outro grupo farmacêutico e fortíssimo.

Trata-se da Drogasil,  empresa com sede em São Paulo, que ora investe nas capitais do Norte e Nordeste do Brasil.

Com a chegada da Drogasil, a competição entre a Extrafarma, a Pague Menos e a Globo se acirrará novamente.

EMPÓRIO SANTA CRUZ

Empório Santa Cruz, instalado na Avenida dos Holandeses, num dos pontos mais valorizados de São Luís, encerrou as suas atividades comerciais.

Seus frequentadores e clientes sabiam que o empreendimento não passava por um bom momento, haja vista a perda do padrão de qualidade dos serviços prestados, mas não imaginavam que de repente deixasse de funcionar.

São desconhecidos os motivos que levaram o estabelecimento a desaparecer de cena, pois era um dos lugares bem frequentados da cidade, especialmente pelos produtos de primeira linha, nacionais e estrangeiros, que comercializava.

MIAMI E LISBOA

Durante anos Miami foi a preferida dos maranhenses para fazer turismo e onde os mais dotados financeiramente investiam de preferência em imóveis.

Há um bairro naquela urbe americana que é o xodó dos maranhenses, tamanha a quantidade de residências sob o domínio de gente de nossa terra.

De uns tempos para cá, contudo, Miami perdeu o fascínio  exercido sobre os maranhenses, que estão trocando a cidade americana pelas vilas de Portugal.

Os imóveis portugueses, mais atraentes do ponto de vista financeiro, construídos em cidades aprazíveis, oferecem  uma qualidade de vida invejável aos que a habitam.

MOMENTO DE GLÓRIA

O prefeito de Trizidela do Vale, Fred Maia, viveu um momento excepcional em sua vida, como ser humano e político.

De repente, ficou famoso e conhecido pela coragem de praticar um gesto que pouca gente ousaria fazer.

Numa reunião, no Palácio dos Leões, o gestor de uma pequena cidade do Maranhão, do alto de sua espontaneidade, pede a palavra para dizer em alto e bom que o governador Flávio Dino devia imitar o ministro da Saúde, que, ao final de sua exposição, concedeu a palavra a quem desejasse usá-la.

Quem participou da reunião e assistiu o desabafo do prefeito, ficou impressionado com a sua indômita coragem.

EMENDA PARLAMENTAR

Alguns deputados federais foram acusados de receber do Palácio do Planalto recursos provenientes de emendas parlamentares, para votar a favor do parecer que dava direito ao Presidente Temer de continuar no comando do Governo federal.

Se isso é verdade, o povo maranhense precisa saber duas coisas. Em primeiro lugar: os nomes dos parlamentares de nossa bancada, que se beneficiados com tamanha vantagem.

Em segundo lugar: onde, quando e como serão aplicados os recursos advindos daquele negócio.

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