Comissão do Senado virá a São Luís debater trabalho escravo

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Senadores que integram a Subcomissão de Combate ao Trabalho Escravo do Senado Federal estarão em São Luís esta semana para uma entrevista coletiva na qual apresentarão um balanço das operações realizadas no país para coibir esse tipo de crime. Os senadores decidiram vir ao Maranhão pelo fato de o estado ser o maior fornecedor de mão-de-obra escrava do país. Nada menos que 40% das pessoas flagradas em condições análogas ao trabalho escravo são oriundas de municípios maranhenses.

Os membros da comissão, presidida pelo senador José Nery (PSOL-PA), concederão entrevista na próxima quinta-feira, às 10h, no auditório Ari Rocha, na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TR), na avenida Vitorino Freire, Areinha. Os senadores vão expor a autoridades locais, entre as quais o governador Jackson Lago, a situação vexatória do Maranhão no que se refere ao trabalho escravo.

Na ocasião, será apresentado um balanço das ações realizadas no estado para coibir a exploração de mão-de-obra escrava. A subcomissão aproveitará sua estada em São Luís para iniciar a campanha nacional de coleta de assinaturas para pressionar o Congresso Nacional a votar a Proposta de Emenda Constitucional que prevê a expropriação, para fins de reforma agrária, de terras onde for comprovada a presença de trabalhadores em situação análoga à escravidão.

À tarde, os membros da subcomissão seguirão para Açailândia, onde visitarão a Cooperativa Dignidade, que atende trabalhadores resgatados após serem submetidos a regime de escravidão.

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Técnicos da Aged notificam Aderson Lago sobre paralisação

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Representantes dos sindicatos dos Trabalhadores do Serviço Público (Sintsep), dos Fiscais da Aged (Sinfa) e dos Técnicos Agrícolas do Maranhão (Sintaema) notificaram o chefe da Casa Civil do governo Jackson Lago, Aderson lago, sobre a paralisação de advertência aprovada em assembléia-geral pela categoria no último dia 15. Os técnicos da Aged cruzarão os braços de 30 de agosto a 2 de setembro, o que pode acarretar vários prejuízos, comprometendo até mesmo a realização da 51ª Exposição Agropecuária do Estado do Maranhão (Expoema), cuja abertura está marcada para o dia 2.

No documento entregue a Aderson Lago, os técnicos da Aged reivindicam passe livre no transporte rodoviário intermunicipal, por meio de convênio a ser firmado com as empresas que operam as linhas, e no transporte marítimo por ferry-boat. Eles exigem ainda adicional por interiorização, adicional de serviço extraordinário, adicional de periculosidade, adicional de insalubridade, auxílio-alimentação, entre outros benefícios.

A paralisação dos técnicos da Aged, cujo dia de encerramento coincidirá com a data de abertura da Expoema, tem causado preocupação na Associação dos Criadores do Estado do Maranhão (Aged), organizadora do evento. Isso porque esses servidores são responsáveis pela emissão das Guias de Transporte Animal (GTAs), documento que permite a circulação de bovinos, eqüinos, caprinos, aves, entre outros, como os que são negociados e expostos na Expoema. Sem as GTAs, os animais da exposição ficarão em situação irregular, o que poderá inviabilizar sua permanência no Parque Independência.

A Assessoria de Comunicação da Ascem informou que o calendário elaborado pela organização da Expoema prevê que todos os animais estarão nos estábulos até o próximo dia 30, ou seja, no primeiro dia do movimento. Ainda de acordo com a assessoria, a diretoria da entidade não se pronunciará no momento sobre a questão.

A seguir, a pauta de reivindicação completa dos técnicos da Aged:

1 – Passe livre, por meio de convênio, junto às empresas de transporte intermunicipal e de ferry-boat;
2 – Adicional por interiorização;
3 – Adicional de serviço extraordinário;

4 – Adicional de periculosidade;
5 – Adicional de insalubridade (nos moldes antigos: 20%, 30% ou 40%);
6 – Auxílio-alimentação para funcionários do Aged, por terem turnos de oito horas diárias e regime de plantão de 24 horas consecutivas semelhantes à Junta Comercial do Estado do Maranhão (Juema) e ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran);
7 – Adicional por dedicação exclusiva de função;
8 – Auxílio-benefício;
9 – Diferença salarial por titulação;
10 – Equiparação dos salários dos fiscais, assistentes e auxiliares da Aged aos cargos correlatos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
11 – Retribuição pelo cumprimento da meta geral de arrecadação tributária própria semelhante à Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz);
12 – 75% dos cargos comissionados para funcionários estatutários da área, nos níveis DAS 1, 2 e 3 e 50% para o nível DAS 4, conforme Decreto Presidencial nº 5.497, de 21 de julho de 2005;
13 – Regulamentação da Lei Federal de Serviço Essencial da Aged, por meio de lei estadual.
14 – Garantia de segurança pública nas barreiras zoofitosanitárias.

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Em nota oficial, Lourenço lamenta morte

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de diretora pressionada pela própria Seduc

O secretário estadual de Educação, Lourenço Vieira da Silva, mandou publicar hoje, em jornais alinhados ao governo Jackson Lago, uma nota na qual lamenta a morte da diretora da escola Erasmo Dias, no Maiobão, Luzia Lopes Pinheiro, 68 anos. O corpo da diretora foi encontrado na manhã de ontem, no Araçagi. Na bolsa de Luzia foi encontrado um bilhete no qual ela repudia a política de opressão do governo aos professores. Autópsia feita pelo Instituto Médico Legal atesta que ela foi morta por estrangulamento.

Em um texto breve, de apenas cinco linhas, assinado pelo secretário, ele diz que a Seduc sente-se “profundamente consternada com o falecimento da professora Luzia Lopes Pinheiro”. Lourenço encerra a nota dando pêsames à família da vítima pelo “doloroso acontecimento”.

Em circunstâncias normais, a nota representaria tão somente a manifestação oficial de um órgão pela perda de um de seus servidores. Mas o atual contexto da educação do Maranhão, marcado por um clima tenso – em que professores tiveram direitos constitucionais suprimidos a mando do governo e passaram a lutar pelo restabelecimento de suas garantias por meio de uma greve que já dura 85 dias – dá margem a diferentes interpretações.

Se a diretora não tivesse sido pressionada pela Secretaria de Educação a entregar a lista de professores da escola que comandava, ela não teria ficado abalada emocionalmente e permaneceria exercendo suas funções na escola, em vez de se dirigir à Superintendência de Recursos Humanos da Seduc para entregar o cargo, na última terça-feira, dia em que desapareceu.

É importante lembrar que em um dos últimos momentos em que foi vista com vida, ela parecia desesperada e chorava copiosamente, enquanto andava, aparentemente sem destino, na calçada da avenida Jerônimo de Albuquerque, na Cohab, nas proximidades da Maternidade Marly Sarney. Ou seja, o abalo psicológico causado pela pressão da Seduc para que ela encaminhasse ao órgão a lista de professores faltosos da escola Erasmo Dias pode ter levado a diretora a vagar pela cidade, indo parar no Araçagi, onde foi morta.

Diante dos fatos que antecederam a morte de Luzia Lopes Pinheiro, a iniciativa da Seduc de publicar nota de pesar pelo triste episódio, pode confundir-se, aos olhares mais atentos, com o mais puro cinismo.

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Criadores deverão se mobilizar para evitar prejuízos

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à 50ª Expoema por causa da greve da Aged

Causou extrema preocupação na Associação dos Criadores do Estado do Maranhão (Ascem) a informação publicada por este blog sobre a intenção dos técnicos da Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Aged) de entrar em greve. Esses servidores são responsáveis pela emissão das Guias de Transporte Animal (GTA’s), obrigatórias para o transporte dos bovinos, eqüinos e caprinos que serão expostos e comercializados durante a 50ª Exposição Agropecuária do Maranhão (Expoema).

Em assembléia-geral realizada esta manhã, convocada pelo sindicato da categoria, os técnicos decidiram cruzar os braços a partir do próximo dia 30, até 2 de setembro em protesto contra os baixos salários, os menores do Brasil. O início da paralisação coincide com a data de abertura da exposição. A 50ª Expoema se estenderá até 9 de setembro, no Parque Independência.

A Assessoria de Imprensa da Ascem informou, no final da tarde de hoje, que o presidente Cláudio Azevedo só se pronunciaria caso a intenção dos técnicos de paralisar as atividades se concretizasse. Ao ser comunicada por este blog sobre a confirmação da greve, a assessoria disse que a data estipulada pela organização para que todos os animais estejam no Parque Independência é justamente o dia 30. Ou seja, se o cronograma for cumprido, o movimento grevista não deverá causar prejuízo ao evento.

Mesmo assim, a Assessoria afirmou que repassaria a informação à diretoria da Ascem para que a situação seja analisada.

Diretor de auto-escola sai algemado do Detran acusado de fraudar CNH’s

Uma fonte informou a este blog sobre a prisão, ontem à tarde, do diretor de uma conhecida auto-escola de São Luís dentro das dependências do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Acusado de participar de um esquema de emissão de carteiras de habilitação frias, ele teria saído algemado do órgão, colocado dentro de uma viatura e conduzido a uma delegacia da capital.

O Sindicato das Auto-Escolas de São Luís confirmou o episódio, mas não quis entrar em detalhes.

Por causa da paralisação de delegados, encerrada ontem, não foi possível obter detalhes da prisão.

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Greve dos técnicos da Aged ameaça realização da 50ª Expoema

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Técnicos da Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Aged) ameaçam entrar em greve por reajuste salarial. A categoria está insatisfeita por receber os menores salários dentre todos os estados brasileiros. Uma possível paralisação dos técnicos da Aged comprometerá a realização da 50ª Exposição Agropecuária do Maranhão (Expoema), marcada para o início de setembro. Amanhã, às 9h30, na Casa do Trabalhador, eles farão uma assembléia-geral para deliberar sobre a proposta de greve.

Em caso de greve dos técnicos da Aged, o processo de emissão das Guias de Transporte Animal (GTAs) será suspenso. O documento permite aos criadores pôr seus bovinos, caprinos e eqüinos em trânsito. Sem a guia, esse tipo de transporte é proibido. Como a maior parte dos animais expostos e negociados na Expoema vem do interior e de outros estados, esses precisam ter a GTA. Se a greve for confirmada, a exposição não deverá repetir o bom desempenho financeiro de anos anteriores.

O presidente do Sindicato dos Técnicos Agrícolas do Maranhão, Wennder Robert, explica que mesmo que os transportadores optem por fazer desvios clandestinos para furar as barreiras, haverá prejuízo. Isso porque os animais deverão passar por inspeção dentro do Parque Independência – local de realização da Expoema – e caso o responsável não apresente a GTA, os mesmos ficarão retidos. “Os criadores de fora não vão querer correr o risco de ter seus animais apreendidos”, observa Wennder.

Além de reajuste salarial, os técnicos agrícolas, agrônomos, veterinários, engenheiros florestais e servidores administrativos da Aged reivindicam auxílio-alimentação. Os que trabalham fora da capital exigem ainda ajuda de custo para deslocamento, pois reclamam que costumam tirar dinheiro do próprio bolso para custear esse tipo de despesa.

O salário bruto de um técnico agrícola de nível médio da Aged é de R$ 650,00. Já um técnico de nível superior recebe R$ 1.200,00, também brutos. A título de comparação: em Tocantins, um técnico de nível médio ganha R$ 1 mil e um de nível superior recebe R$ 2.020,00, valores acrescidos de gratificações.

Jackson ligou para o arcebispo para reclamar da carta da CNBB

Indignado com a repercussão negativa da carta de repúdio elaborada pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por causa da greve de professores, o governador Jackson Lago teria telefonado para o arcebispo Dom José Belisário para reclamar.

Depois de ouvir as lamentações do pedetista, o arcebispo respondeu, com a serenidade que lhe é peculiar, que a carta expressou tão somente a posição da Igreja Católica de defender os mais fracos.

Dada a resposta, só restou a Jackson resignar-se e despedir-se.

Presidente do Sinproesemma quase apanha por defender proposta do governo

O presidente do Sindicato Trabalhadores do Magistério Público do Estado do Maranhão (Sinproesemma), Odair José Neves, por pouco não leva uma sova dos colegas durante a assembléia-geral realizada na manhã de hoje, no Cegel, na qual a categoria decidiu dar continuidade à greve, que hoje completou 84 dias.

Ao defender a proposta feita pelo governo de incorporar as gratificações aos salários dos professores, reajuste de 12% nos subsídios de docentes em início de carreira e eleição para diretores de escolas dentro de 60 dias, Odair foi alvo de sonoras vaias. Cada vez que sugeria o fim da paralisação, sob o argumento que a proposta era positiva, o líder sindical era vaiado por quase toda a platéia, composta por cerce de 2 mil docentes.

No auge da tensão, um grupo de professores se aproximou da mesa onde Odair discursava, chamando-o de mercenário, vendido, entre outros adjetivos. Os mais revoltados chegaram a apontar os dedos no rosto do presidente. Quando as agressões físicas pareciam inevitáveis, integrantes do comando de greve intervieram e, a muito custo, conseguiram acalmar os ânimos.

Após decidirem pela manutenção da greve, os professores saíram em passeata até o Palácio dos Leões, onde, mais uma vez, cobraram do governador Jackson Lago o restabelecimento dos seus direitos.

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Escolas sitiadas

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Um forte aparato policial amanheceu posicionado hoje em frente às escolas da rede estadual. Essa foi a estratégia montada pelo governador Jackson Lago para tentar garantir o reinício das aulas e assim pôr fim à greve de professores, que está no seu 83º dia. A medida não surtiu o efeito esperado, pois a grande maioria dos alunos nem sequer compareceu às unidades de ensino, provavelmente por não acreditar em algo tão improvisado. A situação é tão absurda que em algumas escolas o número de policiais era maior do que o de alunos.

Nem mesmo a idéia – tida como genial – da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) de juntar três turmas em uma só para tentar fazer quorum em sala de aula funcionou. Isso porque o contingente de estudantes era tão reduzido que a artimanha não funcionou.

A impressão que ficou mesmo da estratégia malfadada foi a de que o governo está disposto a reprimir as manifestações dos que fazem e apóiam a greve ao melhor estilo da ditadura militar. Parece até que revivemos os anos de chumbo, quando a presença da polícia impunha medo, ao invés de dar sensação de segurança aos cidadãos.

Novo impasse na Polícia Civil

Um novo impasse deve tomar conta da Polícia Civil caso a proposta que está sendo negociada entre delegados e governo seja concretizada. Tudo porque a proposta é bem maior do que a aceita há duas semanas pelos agentes e escrivães para que estes não entrassem em greve. O presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Amon Jessen, já avisou que se o governo conceder aos delegados aumento maior na remuneração, a entidade buscará a equiparação e não descartará a possibilidade de uma greve.

Depois de paralisar as atividades por 48 horas, semana passada, e voltar a cruzar os braços desde a manhã de hoje, desta vez por 72 horas, os delegados reivindicam a concessão de auxílio-alimentação de R$ 440,00 mais 9% sobre o valor dos subsídios. Para evitar a greve dos agentes, o governo concordou em pagar um auxílio-alimentação de R$ 365,00 à categoria e um percentual de apenas 5% sobre os subsídios, a serem pagos na próxima folha.

Amon Jessen observa que os direitos são inerentes à atividade policial, independente se a reivindicação parte de agentes ou delegados. “Se o governo concordar em pagar pelo menos R$ 1,00 a mais e aprovar para os delegados um percentual maior que os 5% oferecidos aos agentes, correremos atrás dos nossos direitos”, assinala.

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Pais de alunos elaboram carta de repúdio a Jackson Lago por causa da greve de professores

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A Comissão de Pais de Alunos da Rede Estadual elaborou uma carta na qual atribui ao governador Jackson Lago a continuidade da greve de professores, que hoje completa 81 dias. Em tom de indignação, eles classificam como insanas e inconseqüentes as medidas do governo que resultaram em massacre dos servidores públicos.

Em seu manifesto, os pais revelam sua decepção com o governo e afirmam que as medidas provocaram desespero, sofrimento e terror em todo o funcionalismo público estadual, principalmente à categoria de professores e, conseqüentemente, neles e em seus filhos.

A seguir, a íntegra da carta:

Carta aberta dos pais de alunos da rede pública estadual ao Governo do Maranhão

Senhor Governador, quando uma sociedade desconhece as leis que a regem, torna-se fragilizada, portanto fácil de ser manipulada, e sente-se incompetente para reagir diante de medidas inconseqüentes e repressoras, tomadas contra essa mesma sociedade. A sociedade a que nos referimos neste momento, Senhor governador, ERA a sociedade maranhense que se deixava manipular em troca de favoritismos passageiros, durante décadas de opressão. Hoje, Senhor Governador, já aprendemos a caminhar com nossos próprios pés. Já não nos sentimos na obrigação de aceitar tudo aquilo que nos querem empurrar “goela abaixo”. Já não nos sentimos amedrontados quando nos ameaçam retirar nosso ganha-pão. Isso porque passamos a conhecer nossos direitos e não apenas a cumprir com nossos deveres.

Por isso, Senhor governador Jackson Lago, nós, pais de alunos da rede pública deste Estado e cientes de nossos direitos, resolvemos manifestar nosso repúdio às ações descabidas que o Seu governo, apoiado pela Assembléia Legislativa, vem tomando contra a educação no Maranhão.

Acreditamos que, a partir do momento em que a maioria da sociedade maranhense o escolheu (assim como aos deputados) para representá-la, independentemente de siglas partidárias, seu compromisso (e o deles) é para com a sociedade como um todo. O maranhense não o elegeu para que o Senhor, com suas medidas insanas e inconseqüentes, provocassem desespero, sofrimento e terror em todo o funcionalismo público estadual, principalmente à categoria de professores e, conseqüentemente, a nós, pais de alunos, e em nossos filhos. Mas, como bem disse um dos “Seus” – o Senhor Aderson Lago – quando questionado por uma mãe “se, entre os alunos sem aula, algum fosse filho dele” e obteve a seguinte resposta “filho de rico não passa por esses problemas”, ficou bastante claro o descaso deste Governo para com a educação.

Os senhores conseguiram fazer com que a educação, no Maranhão, desse um grande salto. Mas, para o abismo. Se antes este Estado circulava entre os piores na área da educação, não resta a menor dúvida de que, agora, ele deve estar abaixo do pior.

Os senhores conseguiram destruir o nosso sonho de vida: ver nossos filhos ascenderem na vida, honestamente, ou seja, através da educação escolar, e não por meios ilícitos, tão comuns de exemplos em nosso Estado .
Os senhores conseguiram destruir a esperança que os nossos filhos tinham de se preparem convenientemente para participarem de processos seletivos, seqüenciais ou não, tais como o ENEM, o PSG e os vestibulares tradicionais.

Os senhores tiveram a proeza de deixar professores e professoras, que também são chefes de família e pais de alunos da rede pública estadual, tanto do ensino básico como do ensino superior (UEMA), sem condições de subsistência, quando, descumprindo e burlando uma liminar judicial favorável a eles, retiraram destes seus vencimentos.

Os senhores conseguiram, realmente, provocar um caos social e cultural. E, com isso, pagamos hoje o preço da nossa ingenuidade em acreditar em políticos despudorados e “marionetes” que hoje representam o governo do Maranhão.

São tantas as irregularidades e atrocidades cometidas por Seu governo que, numa única carta de repúdio, não comportariam todas elas. Mas, como bem diz o dito popular: “Dor de barriga não dói só uma vez”; estamos em aguardo, para praticarmos a nossa verdadeira cidadania. Mas não aquela utilizada por todos vocês em época de pleito eleitoreiro.

Por tudo isso e outras injúrias mais, como nos induzir a acreditar em informações inverídicas, veiculadas em jornais também corrompidos por este governo, a respeito das causas que levaram os professores a reivindicarem, de forma justa, seus direitos usurpados, é que nos solidarizamos à causa dos professores, pois também é nossa. São eles que, a duras penas, ainda conseguem encher nossos corações e os de nossos filhos de esperança de ascensão social e cultural. São eles que tiram do próprio bolso (diga-se de passagem, salário indigno para com a função que exercem) recursos para garantir o processo ensino-aprendizagem aos nossos filhos. Função que seria de responsabilidade do governo; principalmente num ano em que (todos nós sabemos) foram destinados milhões de reais (verba do FUNDEB) aos cofres públicos deste Estado e que deveriam ser empregados na melhoria e na qualidade de ensino da educação pública.

Recusamo-nos a aceitar quer sejam os contratados quer sejam os nomeados de última hora para substituírem os já professores de nossos filhos. Até porque sabemos que não está havendo o trâmite legal e pertinente ao processo ordinário de nomeação e de contratação de professores. Inclusive, Senhor governador, seria irresponsabilidade nossa compactuar com a irresponsabilidade de seu secretário de educação se aceitássemos que estagiários substituíssem professores experientes e comprometidos com a educação de nossos filhos. Afinal de contas, onde está o compromisso com a qualidade da educação? Queremos os professores (agora, por Sua Senhoria, ameaçados de exoneração) que já iniciaram o ano letivo com nossos filhos. Foram eles que, em semana pedagógica, elaboraram projetos, dentro do conteúdo programático, direcionados à clientela que já conhecem.

Portanto, Senhor Governador, diante do desrespeito e da falta de compromisso e de sensibilidade para conosco – pais de alunos da rede pública estadual – e para com a educação de qualidade deste Estado, decidimos neste momento não mandar nossos filhos para as escolas, enquanto não houver uma decisão favorável à nossa causa. Queremos nossos filhos de volta às aulas, porém com a certeza de que eles terão um ensino de qualidade. Não aceitamos mais que eles sejam utilizados como números acrescidos ao montante respectivo às verbas federais, destinadas à educação do Maranhão.

Comissão de Pais de Alunos da Rede Pública Estadual do Maranhão

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Triste Dia do Estudante

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Hoje Dia do Estudante, uma data que deveria ser marcada por comemorações. Mas este 11 de agosto de 2007 será lembrado como o mais triste da história do Maranhão. Impedidos de assistir aulas por culpa de um governo incapaz de resolver o impasse gerado pela greve de professores, que está no seu 81º dia, eles vêem seu futuro cada vez mais ameaçado. A teimosia do governador Jackson Lago já ganhou as manchetes da mídia nacional. Todos os dias, emissoras de rádio e tv, jornais, revistas e portais de notícias da internet dão destaque à paralisação, mostrando para todo o Brasil o descaso da administração pedetista com a educação.

Ontem, o governador Jackson Lago voltou a destilar seu ódio durante a solenidade que marcou a assinatura de dois convênios firmados com a Prefeitura de São Luís. Os contratos prevêem o asfaltamento de 400 ruas em 51 bairros da capital e uma operação tapa-buracos em toda a cidade. Como é seu estilo, o pedetista disparou impropérios contra os veículos de comunicação que fazem oposição ao seu governo, principalmente os que compõem o Sistema Mirante.

Depois de iniciar seu discurso com aquele velho lengalenga de oligarquia, libertação do Maranhão, grupo dominante, 40 anos de atraso e outros devaneios, Jackson afirmou, para espanto de boa parte da platéia, formada em sua maioria por secretários, assessores e outros subalternos, que 90% das escolas estaduais já haviam retomado as aulas.

No mesmo instante em que o governador dava as “boas novas”, mais de 100 professores protestavam na Superintendência de Recursos Humanos da Seduc na intenção de alertar os colegas de que os contratos que assinariam com o Estado seriam suspensos tão logo a paralisação fosse encerrada. A mobilização foi mais uma demonstração de que os docentes continuam firmes e que o clima de indignação gerado pela lei dos subsídios está longe de arrefecer.

Qualquer pessoa razoavelmente informada e em sã consciência jamais acreditaria que a greve está no fim. A realidade mostrada diariamente pela imprensa não-amilhada é completamente diferente. Isso porque a maioria dos alunos e pais não aceitou a forma improvisada encontrada pela Seduc para retomar o ano letivo e passou a ir às ruas protestar. Com sua medida destrambelhada, o máximo que o governo tem conseguido é colocar uns gatos pingados em sala de aula, juntando três turmas em uma só.

Também é fato que muitos professores contratados não se interessaram pela oferta de emprego feita pela Seduc e os que, por falta de opção, embarcaram na aventura, não terão condições de dar aulas em um ambiente conturbado como o das escolas estaduais desde o início da paralisação, há 80 dias.

O governador aproveitou seu discurso também para fazer promessas. Ele garantiu que até o ano que vem sua gestão terá construído 100 escolas. Ou seja, antes de resolver o problema que tanta dor de cabeça tem lhe causado, Jackson, na intenção de desviar o foco do desgaste causado pela greve, anuncia ações futuras, que nem sabe se terá condições de executar.

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Rodson Almeida: de delegado atuante a líder de piquete

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A má gestão do sistema de segurança pública do Maranhão nos últimos cinco anos, além de instalar um clima de intranqüilidade no estado, tem produzido fatos inusitados. Um dos que mais me surpreendeu e decepcionou nesse tempo todo foi ver o delegado Rodson Almeida, antes operacional e elogiado por sua dureza com os bandidos, liderando a paralisação de delegados deflagrada segunda e terça-feira últimas.

Muitos lembram quando Rodson chefiava o 8º Distrito Policial, na Liberdade, um dos bairros mais violentos de São Luís. Nessa época, ele prendeu assaltantes, traficantes e estupradores, usando, em toda plenitude, seu estilo particular de comandar pessoalmente as diligências policiais, muitas vezes de arma em punho e a pé. Eu mesmo, em 2001, cobri uma dessas operações e pude testemunhar quão entusiasmado era o delegado no exercício da profissão. Ele parecia estar disposto a tudo no combate à bandidagem.

Sua saída do 8º DP gerou grande decepção na comunidade, que chegou a fazer um abaixo-assinado pedindo sua permanência no 8º DP. O bom desempenho se repetiu no Maiobão, outra área com alto índice de criminalidade, para onde o delegado seguiu após deixar a Liberdade.

Hoje, provavelmente insatisfeito por receber um baixo salário e por trabalhar em delegacias lotadas e sem estrutura, Rodson Almeida perdeu o estímulo, deixando de lutar em benefício da comunidade para reivindicar direitos de sua categoria, o que é mais do que justo. Para externar sua revolta, até em entrevista na TV ele deu, usando a mesma coragem que tinha em confrontos com bandidos para denunciar o descumprimento, pelo governo, do acordo firmado em maio com a Associação de Delegados (Adepol).

Tem sido assim a política de segurança do Maranhão nos governos de José Reinaldo e Jackson Lago. Ao invés de avançar, aproveitando a estrutura herdada da gestão anterior, o sistema é marcado pelo retrocesso, que atinge tanto os recursos materiais como os profissionais da polícia.

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Desafio e privilégio

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Informar tendo como suporte um site de notícias como o imirante.com é um grande desafio e um privilégio ao mesmo tempo. Afinal, neste espaço estão alguns dos principais profissionais da imprensa do Maranhão, além de políticos, escritores, professores e técnicos com projeção em diferentes áreas. Todos, ao seu modo, dão grande contribuição ao Maranhão, seja com notícias em primeira mão e comentários bem embasados ou com textos de conteúdo diverso. Estes, por sinal, embora não tenham teor jornalístico, nos levam a reflexões profundas e nos ajudam a compreender a realidade.

Com o propósito de somar em um universo tão qualificado, dou início a esta nova etapa da minha carreira jornalística, que inclui experiências em rádio, assessoria de imprensa, jornal impresso e uma breve passagem por um site de notícias. Não será fácil conciliar esta nova atividade com as demais tarefas que exerço, mas o entusiasmo ajudará a transpor esse obstáculo.

A interação com os leitores será um grande estímulo para a continuidade do trabalho e levarei em conta essa perspectiva na produção do conteúdo do blog. Críticas serão aceitas, e, salvo eventuais ofensas à honra de quem quer que seja, todos os comentários serão imediatamente publicados.

Ao ocupar um espaço tão nobre, espero colaborar, por meio da notícia, para que tenhamos uma sociedade mais justa e para que o bem comum esteja ao alcance de todos.

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