Grupo de extermínio tem lista de índios marcados para morrer no Maranhão

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exterminio.jpgNa madrugada de quinta (26) para sexta-feira passada (27), dois indígenas do povo Guajajara – que vive próximo ao município de Arame, no Maranhão – tiveram suas casas baleadas. Os indígenas, que vivem entre a aldeia e o município de Grajaú, estavam no momento do atentado em Grajaú.

Os disparos aconteceram entre as 23h30 e 00h30 e os autores deixaram bilhetes com ameaças na porta dos indígenas que diziam: “Instinto de sobrevivência todo mundo tem, mas só alguns têm coragem de matar. Chegou a hora dessa turma morrer”. Além da ameaça, os bilhetes continham uma lista com os nomes de seis outros indígenas Guajajara a serem executados.

Na mesma noite, horas antes dos disparos em Grajaú, por volta das 21h30, também foram disparados tiros na aldeia Angico Torto, na terra indígena Araribóia, município de Arame. Nesta ocasião também foi deixada uma cópia do bilhete, contendo as mesmas ameaças mencionadas acima.

Os indígenas tentaram fazer um Boletim de Ocorrência na delegacia de Grajaú, mas a Polícia Civil no estado encontrava-se em greve e se negou a registrar a queixa.

As comunidades indígenas do Maranhão têm sofrido inúmeras ameaças e muitos indígenas têm sido vítimas de crimes. O preconceito contra os indígenas é muito forte na região. No dia 5 de maio, dois homens encapuzados invadiram a aldeia Anajá, na terra indígena Araribóia, próxima ao município de Arame, e mataram uma menina Guajaja de seis anos com um tiro na cabeça. Eles também deixaram o irmão da menina ferido.

Já no dia 23 de maio, um casal de indígenas também Guajajara que caminhava em direção à aldeia Bacurizinho pela rodovia MA-006 – próximo ao povoado de São Raimundo – foi atingido a tiros por dois homens que passavam de moto pelo local. Itamar Guajajara foi atingido com um tiro nas costas, que perfurou seu pulmão. Já Deolice foi atingida na coxa direita.

Não foi identificado nenhum motivo para as agressões. Após uma observação detalhada dos casos de violência, a equipe do Cimi na região identificou que todos possuem relação com a questão da terra e/ou com a exploração ilegal de madeira. As agressões têm ocorrido principalmente por motivos econômicos e não apenas por preconceito.

Fonte: Conselho Missionário Indígena (Cimi)

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