Alívio para a maioria

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cigarro1.jpgSe cumprida à risca, a lei anti-fumo promulgada ontem pela Assembléia Legislativa representará alívio para milhões de maranhenses, que se viam expostos a uma elevada carga de susbstâncias nocivas à saúde em ambientes fechados de uso coletivo. Por outro lado, a discussão com os segmentos de bares, restaurantes e congêneres conferiu à nova legislação o mérito de respeitar o direito de todos.

De uns anos para cá, os danos provocados pelo uso indiscriminado de cigarros, charutos, cachimbos e outros produtos derivados do tabaco são objetos de polêmica de norte a sul do Brasil. O caso mais recente é o de São Paulo, onde os fumantes, acuados por uma lei estadual, foram praticamente banidos de todos os ambientes cuja estrutura física não permite a exaustão imediata da fumaça que expelem. Considerada radical ao extremo, a lei não faz qualquer concessão ao usuário: ou evita o fumo ou é convidado imediatamente a se retirar.

Nesse aspecto, a legislação maranhense é mais flexível. Aqui, fumantes poderão continuar dando suas tragadas em locais fechados, desde  que esses disponham de espaços reservados para esse fim, os já populares fumódromos. A medida soa razoável, mas, para que não haja desvios de conduta, é necessária uma fiscalização permanente e austera. Por sua vez, os que pregam a eliminação completa do cigarro continuarão vendo com maus olhos qualquer concessão aos adeptos das baforadas.

A polêmica em torno do fumo está longe de ter um fim. Sempre abastecida de informações sobre os perigos desse hábito à saúde, a sociedade tende a mostrar-se cada vez mais intolerante com os que o cultivam, incentivam ou exploram comercialmente. O cerco se fecha gradativamente ao cigarro e similares, e não será surpresa se propostas ainda mais restritivas sejam apresentadas.

A medicina exerce papel fundamental para a formação da opinião pública sobre o assunto. Influenciados pelo que pregam os profissionais de saúde, governos se mostram dispostos a regular o convívio de fumantes com os que não cultivam o hábito e muitas vezes não o suportam. Cabe, portanto, aos adeptos das tragadas uma postura consciente, para o bem de sí próprios e para alívio da maioria.

Foto: Biaman Prado/O Estado do Maranhão

Reproduzido de O Estado do Maranhão

2 comentários para "Alívio para a maioria"


  1. m

    Daniel, gostaria de fazer uma comparação.
    O uso do cinto de segurança é obrigatório, com uma rígida fiscalização e multa.
    Olha que o uso do cinto só ajuda a proteger a vida do ocupante do veículo.
    Agora a proibição do Fumo está corretíssima e deveria ter o mesmo ou mais rigor na aplicação da lei, por ser muito mais importante que a lei do cinto, pois além de proteger a vida dos usuários, proteje tambem a vida dos outros.
    Vamos ter consciência e parar de matar os outros com doenças que o fumo traz.
    Se você quer se suicidar, se mate sozinho.
    Parabéns pela lei.

  2. Pietro

    Quem é o autor da Lei?

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