Fé abalada

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fé abaladaDepois de uma classificação sofrida contra o Chile, a seleção brasileira chega às quartas de final da Copa do Mundo em meio a um clima de inevitável desconfiança. Mesmo após quatro jogos no mundial e uma sequência de treinos de mais de um mês, o  time do técnico Luiz Felipe Scolari ainda não engrenou, o que deixa muitos torcedores descrentes na conquista do hexacampeonato. Para piorar, outras seleções estão jogando um bom futebol, a exemplo da própria Colômbia, que o Brasil enfrentará no próximo dia 4, em Fortaleza, valendo vaga na semifinal.

Nos quatro jogos que fez até agora, a seleção brasileira apresentou uma grave deficiência: a falta de articulação entre o meio de campo e o ataque, o que tem limitado o poder de fogo do time. Seria falha no esquema de jogo montado por Felipão ou incompetência de alguns jogadores para cumprir as funções táticas que lhes cabem? Na minha humilde opinião, são as duas coisas, o que torna a situação ainda mais complicada.

Uma das principais apostas do técnico e da torcida, Oscar está apagado. Após uma ótima estreia contra a Croácia, com direito ao passe para Neymar abrir o placar e ao gol que fechou o marcador, o meia caiu de produção e seu desempenho em campo se restringe a jogadas pelos lados, na tentativa frustrada de fugir da forte marcação imposta pelos adversários no meio. Com sua habilidade, juventude e vigor físico, Oscar poderia fazer mais pela equipe, mas lhe faltam inspiração e atitude.

Outros jogadores também estão devendo. O mais contestado é Fred, que brilhou na última Copa das Confederações e um ano depois não é nem sombra daquele atacante implacável que tornou-se artilheiro do torneio, com cinco gols. Para decepção da torcida, Jô, seu substituto natural, não mostrou firmeza nas vezes em que entrou em campo. De resto, a seleção está bem. O goleiro Júlio César passa segurança, os laterais Daniel Alves e Marcelo melhoraram o rendimento, a dupla de zaga, Thiago Silva e David Luiz, tem dado conta do recado e até o sempre criticado Hulk vem jogando com desenvoltura.

Sobre Neymar, único jogador do time que tem desequilibrado, há uma preocupação: caçado em campo por uma marcação cada vez mais voraz e com um cartão amarelo, ele pode vir a desfalcar a equipe na semifinal, caso o time supere a Colômbia. Por isso, todo cuidado é pouco para evitar uma lesão ou o segundo amarelo, já que uma eventual ausência do atacante seria desastrosa para a seleção brasileira.

Para chegar ao título, o time de Felipão precisa corrigir os erros que têm travado seu desempenho em campo, pois à medida que a Copa avança aumenta o grau de dificuldade dos confrontos. É inegável a qualidade do elenco brasileiro, mas, para seguir no torneio é preciso que os jogadores confirmem em campo o status de estrelas do futebol mundial.

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