Em um ano, reajuste concedido a professores municipais foi o dobro da inflação

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Professores mantêm greve, apesar do maior reajuste salarial da história da categoria (Foto: Biné Morais/O Estado)
Professores  municipais mantêm greve há dois meses, apesar de terem obtido o maior reajuste salarial da história da categoria (Foto: Biné Morais/O Estado)

A greve de professores da rede municipal de ensino de São Luís, que nesta terça-feira completará dois meses, transcorre em meio a uma situação intrigante, que diz respeito justamente à melhoria salarial, principal item da pauta de reivindicações da categoria. Contemplados, em apenas um ano, com dois reajustes que somam 12,5%, os docentes da capital maranhense podem se considerar privilegiados, pois o acréscimo aplicado aos seus vencimentos equivale a quase o dobro da inflação registrada no período, que foi de 6,37%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Raras foram as categorias profissionais em todo o país que tiveram ganho tão significativo em suas remunerações. Em junho do ano passado, os professores obtiveram 9,5% de reajuste. Com os 3% de reposição concedidos mês passado pela Prefeitura de São Luís ao funcionalismo, a classe do magistério foi mais uma vez favorecida. Sem contar que já ganham acima do piso nacional.

Apesar de terem sido beneficiados com o maior reajuste salarial da sua história, os professores, tendo à frente o sindicato da categoria, insistem em manter a greve, que tanto prejuízo já causou aos mais de 130 mil alunos matriculados na rede municipal de ensino. Ao adotar postura tão radical, os educadores – se é que neste momento merecem ostentar tão nobre título – demonstram falta de bom senso e insensibilidade extrema com a situação de dezenas de milhares de crianças e adolescentes que dependem do seu trabalho e da sua boa vontade para vislumbrar um futuro melhor.

Obviamente, os professores merecem todos os ganhos possíveis, tendo em vista a atividade importante que exercem e o desgaste físico e psicológico ao qual são submetidos no dia a dia. Por outro lado, devem, mesmo diante das dificuldades, inerentes a tantas outras profissões, estar cientes do seu compromisso, algo que parecem ter esquecido em meio aos piquetes, assembleias gerais e ao ócio em que muitos passaram a viver neste período sem aulas.

Mesmo com os vencimentos reajustados em um percentual que chega a quase duas vezes o índice inflacionário, os professores se mantêm irredutíveis em seu propósito de continuar com a greve. E por sua intransigência começam a atrair para si a antipatia da sociedade, que já percebeu que a paralisação nunca teve razão de ser.

12 comentários para "Em um ano, reajuste concedido a professores municipais foi o dobro da inflação"


  1. wani

    Sr., como jornalista, vc sabe que deve primeiro procurar informações sobre o conteúdo da matéria. Antes de afirmar que os professores da rede municipal de São Luis são privilegiados em relação a reposição salários, procure saber também as outras pautas de reivindicação, ou melhor, procure visitar uma escola municipal, principalmente as de zona rural, aí vc vai entender o que sentimos ao saber que vem tanto dinheiro do FUNDEB e trabalhamos sob condições humilhantes, talvez ai vc atribuiria o título de educadores como vc diz que não estamos merecendo, é injusto as crianças estudarem em situação humilhante em pleno século 21, é por isso que o Maranhão não vai pra frente enquanto existir uma impressa defende partido politico e não a verdade que a sociedade está passando, denunciando o que há de errado…ACORDE!!!!

    Resposta: reconheço as dificuldades enfrentadas pelos professores. Mas é preciso ter em mente que outras categorias profissionais passam por problemas e nem por isso cruzam os braços por um período tão longo, penalizando dezenas de milhares de crianças, a grande maioria carentes, que precisam estudar. Reitero que falta sensibilidade e bom senso. O certo seria retomar as aulas e continuar negociando.

    • wani

      Sr., gostaria de saber quantas vezes precisou tirar cópias de documentos no seu trabalho com recursos próprios, ou comprar o seu material de trabalho? Pois nós professores, estou falando por mim, se eu ministrar uma aula usando o quadro tenho que comprar pincel e apagador. Se quero aplicar uma avaliação com meus alunos de 9° ano tenho que pagar as cópias porque a escola não tem como tirar cópias e não podemos pedir que o aluno pague, se quisermos beber água potável temos que levar de casa…E isso está acontecendo a anos e toda vez que tem greve entra na pauta de reivindicação melhorias de condições de trabalho…eles prometem que vão melhorar as condições de trabalho e nada acontece, ou seja, não acredito mais nessa conversar de que “vamos voltar e negociar” é isso que o PREFEITO quer e aí todos vão esquecer e engavetar os acordos e nós que estamos em sala continuamos sofrendo, professores e alunos…

  2. Ligia Serra

    Pior que os professores não entendem dessa forma, embora eu defenda nelhores salários para os educadores sempre, também acredito que os alunos devem vir em primeiro lugar. Os professores poderiam muito bem volta às salas de aula e continuar negociando com a prefeitura.

  3. Sandra Oliveira

    Um absurdo por parte desses professores, lógico que o educador deve ser bem remunerado, porem eles já estão abusivos. Devem é voltar para suas atividades. Tenho que essa greve não passa de intrigas e interesses políticos do próprio sindicato!

  4. Marcos Santos

    Daniel eu sempre argumentei e seguir esse mesmo raciocínio explícito aqui por vc. Os prefessores de São Luís por mais q achem seus salários baixos e de certa forma injusto, eles não avaliam em âmbito nacional, pois se eles de fato fizessem essa análise, estariam gratos de certa forma, pois são muito bem pagos, se comparamos a outras capitais do Brasil.

  5. Henrique Medeiros

    É sociedade já está possessa com essa situação, pois por mais q ele tivessem razão (q ñ é o caso), esses professores deveriam no mínimo pensar na crianças q estão fora das escolas e sem educação por culpa deles, mas eles ñ estão nem aí para essas pobre crianças, até pq os filhos deles estudam em escolas particulares da grande São Luís e isso só prova o quanto eles recebem bem.

  6. Fabiana

    Engraçado que falam em outras reivindicações, mas quando dão o aumento de salário que eles querem, voltam rapidinho às atividades. Felizes e com os bolsos cheios. Quam acredita neste discurso de melhorias para os alunos? estão pensando só em si, nos seus próprios bolsos.

  7. oswaldo lima

    essa greve faz a maioria da população pensar que professores ultimamente só pensam em remuneração. mesmo com o reajuste que foi dado acima da inflação, toda a qualificação que a prefeitura oferece, ainda insistem em manter-se parados. quem faz uma escola além do poder público é a comunidade onde ela está inserida, seus diretores, seus alunos, estes por sua vez orientados por seus professores. quantos e quantos casos ja vimos aí, em cidades muito piores que são luís, onde a educação deu certo por esforço em conjunto, onde todos pensavam como um todo e nao com por um lado apenas e assim conseguiram mudar a situação? quantos professores daqui que conheço nao concordam com essa greve? muitos. reivindicar é um direito, agora prejudicar principalmente crianças que NECESSITAM da educação básica pra sua formação já é demais. Isso é pensar por um lado apenas, e mais do que isso, ser egoístas.

  8. Mayra Barbosa

    Tá na hora da prefeitura começar a demitir esse povo. Não estão satisfeitos com situação, então procurem outra coisa pra fazer, dêem vez pra quem quer. Eu tenho uma filha que precisa estudar e não tá certo esta situação.

  9. Marcelle Magalhaes

    O mais nojento de tudo isso, é o fato desses professores junto com o seu sindicato q se dizem tão corretos, é eles expulsarem os profissionais q realmente querem trabalhar e q foram dar aula e tiveram q sair das salas a ponta pés por ñ terem aderido a greve. Isso sim é o mais chocante.

  10. Claudia Gomes

    A greve dos professores não se trata unicamente do aumento de salário,visitem principalmente os anexos e observem o descaso,telhados desabando,água inundando as salas de aula,calor excessivo,falta de iluminação e segurança para alunos e professores,água sem qualquer tratamento e aí,querem conhecer essa realidade,ou preferem acreditar em uma triste ilusão?

  11. Jorcelina Cardoso

    Sinceramente, não consigo entender esses professores. Estão reclamando de barriga cheia. Em outras épocas, não tinham a valorização que estão tendo na gestão atual. Já haviam pedido aumento e foram atendidos. Mas, ainda assim, não estão felizes. Sinto que estão prezando mais pelo bolso do que pela qualidade do ensino. Uma pena isso. Quem paga o preço pela ganância e desorganização desse sindicatos são esses alunos, por estarem a tanto tempo sem terem aulas.

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