Em visita a Pasadena, maranhense vê lugar velho e sem importância

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Refinaria de Pasadena tem segurança reforçada, apesar da pouca importância no mercado petrolífero
Refinaria de Pasadena, no Texas, tem segurança reforçada, apesar da pouca importância no mercado petrolífero

O turista maranhense Antônio Meneses visitou, nesta sexta-feira, a célebre Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), e saiu de lá com a pior impressão possível. Segundo ele, o empreendimento, comprado pela Petrobras em 2006, conta com forte aparato de segurança, que não se justifica diante de sua pouca significância, se comparado às demais refinarias instaladas na região.

“Não sei julgar o preço, mas me pareceu um lugar velho no meio de grandes refinarias. A ‘nossa’ é, talvez, a menor e uma das menos importantes. Foi o que senti”, assinalou, após conferir as instalações, mantidas sob vigilância cerrada, talvez para impedir presenças indesejáveis, como a de jornalistas.

O brasileiro incluiu a “refinaria da confusão”, como decidiu chamá-la, em seu roteiro de visitas devido à forte repercussão da transação, apontada como um fiasco retumbante, com indício de superfaturamento. “Muita segurança. Não são permitidas fotos (mesmo assim conseguiu fazer algumas). É muito pequena. O escritório tem dimensões  reduzidas”, descreveu Meneses, em contato com o blog, direto dos Estados Unidos.

Compra

Bandeira brasileira hasteada ao lado da bandeira dos EUA na entrada da refinaria de Pasadena
Bandeira brasileira hasteada ao lado da bandeira dos Estados Unidos na entrada da Refinaria de Pasadena

Pasadena foi comprada há oito anos pela Petrobras, em uma das negociações mais nebulosas já feitas pelo governo brasileiro. Foram pagos US$ 360 milhões à petroleira belga Astra Oil por 50% da refinaria, valor que levantou a suspeita de faturamento e que levou à abertura de duas CPIs no Congresso Nacional.

Em 2008, a Petrobras e a Astra Oil se desentenderam por causa de investimentos na refinaria. Os belgas foram à Justiça para obrigar a estatal brasileira a comprar os 50% restantes das ações, baseando-se em uma cláusula do contrato que determina que em caso de briga a outra parte é obrigada a ficar com todas as ações.

Após disputa judicial que se estendeu por quatro anos, a Justiça mandou a Petrobras pagar US$ 820,5 milhões à Astra Oil pelos outros 50% do bolo acionário.

Diante dos fatos, o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu investigação sobre as supostas irregularidades na compra da refinaria. Mas tarde, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal também começaram a apurar o caso, que pode envolver, inclusive, a presidente Dilma Rousseff, que integrava o Conselho de Administração Petrobras na época da transação, na condição de ministra de Minas e Energia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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  1. Em visita a Pasadena, maranhense vê lugar velho e sem importância | Gilberto Léda

    […] Do blog do Daniel Matos […]

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