“Eleição para prefeito de São Luís será luta das massas contra força das máquinas”, prevê Fábio Câmara

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Fábio Câmara defende a união de forças políticas com as massas para superar o poderio das máquinas estadual e municipal
Fábio Câmara defende a união de forças políticas com as massas para superar o poderio das máquinas estadual e municipal

Em entrevista exclusiva a este blog, o vereador Fábio Câmara analisa perspectivas para a sucessão municipal em São Luís, ano que vem, e reitera as duras críticas à prefeitura. Opositor mais ferrenho da gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) na Câmara Municipal, ele pleiteia a presidência do PMDB na capital, pois acredita que pode conduzir o partido ao papel de protagonista na eleição, seja lançando candidatura própria, seja aderindo a uma chapa capaz de sair vencedor das urnas.

Para o peemedebista, o pleito de 2016 será a luta das duas máquinas – Governo do Estado e Prefeitura de São Luís – contra a força das massas. Por isso, ele antevê a aglutinação de apoios como melhor estratégia para fazer frente ao poderia dos palácios dos Leões e La Ravardiére.

Câmara critica ainda a influência excessiva do governador Flávio Dino, também criticado por ele, sobre o prefeito de São Luís. Uma das provas, segundo ele, é o veto do comunista a algumas alianças que Edivaldo ensaiou firmar. Segue a entrevista na íntegra:

Qual a alternativa mais viável para o PMDB para a eleição de 2016 em São Luís?

O PMDB é um dos maiores partidos do Brasil e no Maranhão, apequenar-se é negar toda uma história construída ao longo de décadas de lutas e sacrifícios de homens como Ulisses Guimarães. Eu acredito que viável é tudo aquilo o que se quer muito. E por se querer muito, muito se lutará até conseguir. O mais viável, portanto, é que o PMDB seja protagonista no pleito 2016 com uma candidatura própria ou como sendo o partido que decidirá os rumos das eleições na condição de oposição ao projeto fracassado de Edivaldo e de Flávio Dino.

Como o senhor pode contribuir para esse projeto?

Todo o meu mandato de vereador tem sido uma permanente contribuição para o projeto de alternância no Poder Executivo de São Luís. Desde a minha diplomação, na condição de vereador, até hoje, o meu trabalho tem sido mostrar à população as incompetências e as incoerências desta gestão à frente da prefeitura. Um prefeito que reclama de falta de dinheiro para segurança e que destina R$ 23 milhões para comunicação no seu orçamento para 2016 tem a minha oposição e o meu voto contrário e se necessário for, terá a mim concorrendo contra esse tipo de prática incoerente numa chapa majoritária para derrotá-lo.

Para o PMDB, é melhor ter candidato próprio ou apoiar um nome forte de outro partido?

É sempre melhor ter candidato próprio. Porém, a conjuntura posta nos revela que só venceremos as duas máquinas se nos somarmos a outras forças e às massas. O pleito de 2016 será a luta das máquinas contra a força das massas. De um lado da corda, o Governo do Estado e a Prefeitura de São Luís. Do outro lado da corda, a rejeição popular recorde a um prefeito que nunca disse a que veio e a desaprovação crescente a um governo que também prometeu mudanças, mas que, até agora, só tem mudado para pior. Se o PMDB se juntar a outras forças políticas com o firme propósito de materializar a rejeição que já é real, um novo projeto que não seja só de poder, mas que seja, sobretudo, de governança, nascerá como fruto da vontade popular.

Quais falhas o senhor aponta na gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior?

A primeira grande falha do Edivaldo foi e continua sendo não ter um plano de governo. Perdeu dois anos pondo a culpa no Castelo, quando todos sabem que ele mesmo e seu pai participaram da gestão do ex-prefeito. A segunda grande falha foi e continua sendo não ter uma equipe qualificada de gestores auxiliares. Só no primeiro ano de governo trocou a equipe seis vezes – 01 (uma) a cada 2 meses. Só na SMTT foram 3 secretários em 2013 e em 2014 trocou novamente para reconduzir à pasta e velho Canindé, já usado por Jackson, por Tadeu e por Castelo. Mas a pior dentre todas as fragilidades do prefeito é não ser um líder. Edivaldo é, foi e será sempre um liderado. E muito mal liderado, diga-se de passagem! Produto bem embalado pelos marqueteiros, ele foi vendido como estando preparado para governar. Nem as promessas de campanha conseguiu cumprir. Cadê o Hospital Dr. Jackson Lago, cujo nome e memória ele usou para sensibilizar a população e cabalar votos? Cadê o Bilhete Único? E quanto a trabalhar pela cidade desde o primeiro dia de governo se só agora ele começa a por a cara na rua e assim mesmo tentando tapar os inúmeros buracos da sua administração com um asfalto sonrisal? Nenhuma nova creche dentre as 20 prometidas saiu do papel. São Luís se tornou referência em violência nacional e toda semana aparecemos negativamente no noticiário do Brasil. Dar a Edivaldo mais quatro anos de governo é condenar São Luís a mais 40 anos de retrocesso.

Como o senhor vê a influência do governo Flávio Dino na administração de Edivaldo?

O governo e o governador Flávio Dino influenciam totalmente a prefeitura e o prefeito de São Luis. A influência é tanta e tamanha que nem decidir com quem se coligar o prefeito pode. Recentemente, o PT do Maranhão e de São Luís sinalizou para o Edivaldo e o Dino e o Jerry, não necessariamente nessa ordem, disseram: NÃO! Mas isso é o de menos! Demais é o fato de que, se não pusermos um basta nessa relação imoral, assistiremos por décadas a práticas promíscuas de perpetuação no poder. A acuação é simples: Dino elegeu Holandinha. Holandinha eleito patrocina a eleição de Dino. Dino governador banca campanha à reeleição de Holandinha e daí por diante é só trocar seis por meia dúzia, renomeando Chico por Francisco. Oxalá cobrir a cidade de asfalto não escureça a visão do povo da Ilha Rebelde.

Para fazer mais do que Edivaldo o que é preciso ao novo prefeito que possivelmente o sucederá?

Perdão! Mas não dá para ter Edivaldo como parâmetro. Fazê-lo seria puxar para baixo em muito o padrão necessário de gestão para uma metrópole como São Luís. O senador Roberto Rocha se elegeu vice-prefeito de São Luís ao lado do Edivaldo. Sobre o prefeito, o ex-vice afirmou que este governa a capital como se esta fosse um município pequeno. São Luís do Maranhão, uma metrópole com mais de 1 milhão de habitantes, precisa de transporte, estrutura e infraestrutura, produção, saneamento, oportunidades diversificadas para investimentos, geração de energia limpa e projeto de autonomia orçamentária que se projetem para, no minimo, 30 anos. Toda a capital vive, há décadas, com a realidade de ter água na torneira dia sim e dia não e já tomamos isso como normal. As nossas praias estão impróprias para o banho e nós convivemos com isso sem nada ouvirmos ou cobrarmos do prefeito ou do governador do estado. Em três décadas, a nossa população, caso não haja controle, inclusive dessa variável, poderá dobrar e, nessa perspectiva, serão mais de 2 milhões de problemas sobre os quais não nos antecipamos. Difícil entender como razoável pensar que um gestor que quer “resolver o seu problema de popularidade” com asfalto consiga ter ou dar respostas a essas e a tantas outras demandas imperativas.

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