Ameaça e fator surpresa

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Um dos ônibus incendiados nos seis ataques perpetrados na noite em que a barbárie foi retomada
Um dos ônibus incendiados nos seis ataques perpetrados na noite em que a barbárie foi retomada

Que ninguém se engane, achando-se plenamente seguro em São Luís. A ameaça de mais ataques incendiários perpetrados por facções criminosas que atuam na região metropolitana não foi de todo afastada. Muitos criminosos envolvidos nos recentes atentados continuam à solta, impunes, prontos para retomar a barbárie a qualquer momento. Ciente do perigo, o sistema de segurança pública está em alerta permanente, o que tem freado o ímpeto da bandidagem, sem, no entanto, eliminar definitivamente o risco.

Os bandidos têm investido no fator surpresa para promover os ataques e favorecer as fugas. Foi assim nas duas últimas ocorrências, registradas dia 11 deste mês, no Ipase e na Vila Brasil, após uma trégua de mais de uma semana. Os alvos incendiados foram um carro de uma empresa que presta serviço à companhia energética local e um caminhão de coleta de lixo. Nos dois casos, nenhum dos autores ou mesmo suspeitos foram presos.

Nem mesmo a transferência de líderes de quadrilhas que transmitiam as ordens para os ataques de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas para um presídio federal de segurança máxima, em Mossoró, no Rio Grande do Norte, é garantia de paz. Altamente organizadas, as facções têm hoje a assustadora capacidade de reestruturar os seus comandos, de modo a manter inalterada a dinâmica dos crimes.

Investindo no terror como resposta ao tratamento rigoroso imposto aos presos de Pedrinhas, as facções parecem estar de prontidão para agir a qualquer momento, sempre com seu furor incessante, punindo cidadãos inocentes por causa dos alegados maus tratos no cárcere.

O saldo da mais recente onda de ações criminosas, iniciada na semana que antecedeu o primeiro turno da eleição municipal, é de deixar qualquer um sobressaltado. Até agora, foram incendiados 25 veículos, a grande maioria ônibus do transporte coletivo, e 15 escolas públicas, na capital, em Paço do Lumiar e em São José de Ribamar. E tudo indica que o pânico continuará, pelo menos até que o Estado ponha ordem no sistema prisional.

Atônita e vulnerável, a população é vítima do terror imposto por criminosos que não se intimidam com a presença das forças de segurança pública. Movidas por uma audácia nunca antes vista, as facções ainda não deram sinal de recuo. Pelo contrário, investem pesado na barbárie e partem para o confronto, se preciso, tendo o imprevisível a seu favor.

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