Pressionada, SSP elucida sumiço de cabo e soldado e desarticula quadrilha de farda

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Investigação aponta que o cabo Júlio César e o soldado Carlos Alberto foram mortos por comparsas

Não fosse a forte pressão feita pela imprensa não alinhada ao governo estadual, por deputados de oposição ou com postura independente e o clamor de familiares, o desaparecimento de dois policiais militares do Maranhão, em Buriticupu, desde novembro do ano passado, tinha tudo para ficar impune. As sucessivas cobranças levaram não só à elucidação do sumiço, mas também à descoberta de uma facção criminosa que operava dentro do sistema de segurança pública e usava a própria estrutura do Estado para perpetrar delitos como extorsão a comerciantes e a empresários, proteção a bocas de fumo, assaltos a cidadãos, dentre outros.

Com a prisão de um tenente e de um soldado apontados como responsáveis pelo desaparecimento e prováveis assassinatos do cabo Júlio César da Luz Pereira e do soldado Carlos Alberto Constantino Souza, as autoridades policiais constataram a existência de uma quadrilha de farda, que chegou ao extremo de eliminar dois dos seus supostos membros por conflito de interesses.

A investigação policial, muito bem conduzida pela experiente e destemida delegada Nilmar da Gama Rocha, da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), apontou que Júlio César e Carlos Alberto foram punidos pelos comparsas porque estavam levando vantagem sobre o resto do bando, atuando paralelamente para obter ganhos sem repartir com os demais membros da facção.

Este é, sem dúvida, um dos casos mais graves a envolver policiais maranhenses e requer resposta implacável da cúpula da SSP e, posteriormente, da Justiça. Mais do que uma questão de moralização, a imposição de penas severas a todos os culpados é um meio de preservar o pleno funcionamento do sistema de segurança, abalado em suas estruturas pelos crimes hediondos cometidos por alguns de seus integrantes e obrigado a cortar na própria carne para se manter em condições de proteger a sociedade.

É preciso reconhecer o mérito das forças de segurança pública na elucidação do caso. Mas não se deve ignorar, nem esquecer que a vigilância da imprensa e de blogs não atrelados ao Palácio dos Leões, a determinação dos deputados estaduais Wellington do Curso (PP) e Sousa Neto (Pros) ao cobrar insistentemente do governo a intensificação das investigações e os apelos desesperados de esposas, filhos, pais e irmãos do cabo e do soldado impediram que a omissão que prevalecia inicialmente levasse à impunidade.

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