Só mais um projeto de poder

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Analisemos hoje a bandeira e o discurso da campanha Dinista.

1 – A bandeira anti-Sarney. Para eles, Sarney representa tudo o que não presta. Dizem que desde 1966, quando assumiu o governo do Maranhão, Sarney e seu grupo político só prejudicou o nosso Estado e nosso povo. Demonizaram Sarney.

Essa ladainha vem sendo rezada de forma sistemática faz muito tempo, enquanto o nosso grupo político nunca conseguiu desmistificar tais versões. O governo, ligado a nós, sempre se preocupou em fazer propaganda e não em fazer comunicação. Nunca mantivemos um diálogo direto, aberto e franco com a população. Esse setor sempre esteve voltado para mostrar as ações do GOVERNO, não para fortalecer a imagem do ESTADO. Espertamente nossos adversários resolveram destruir a imagem de nosso Estado para com isso nos atingir. Assim provaram que a propaganda é muito menos eficaz que a comunicação.

2 – O discurso da mudança. Os Dinistas se dizem os únicos capazes de realizar a mudança de rumos que o Maranhão precisa. São os únicos honestos, competentes e confiáveis. Dizem ser sempre injustiçados e perseguidos. São as vítimas, isso quando eles não se endeusam…

Repetiram esse discurso por tempo suficiente para solidificá-lo e fazê-lo forte, enquanto o governo ao qual somos ligados realizou grandes ações, mas só se preocupou em fazer propaganda delas, em listá-las, relacioná-las. Não se preocupou em bem se comunicar com o nosso povo, em fazer com que ele se sentisse copartícipe. Isso tudo somado ao fato de que, nossos adversários, de maneira perversa, minaram e destruíram parte da autoestima da nossa população.

A bandeira de “abaixo a oligarquia” associada ao discurso de “mudança” são os mantras que compõem o missal Dinista. Ao juntarem a bandeira gasta do anti-sarneismo ao discurso gago da falsa mudança, o que eles fazem, na verdade, é tentar resgatar o discurso vibrante e a bandeira nobre do sarneismo original, aquele de 1966, instrumentos que levaram ao fim do período vitorinista. Querem repetir a historia e nós os temos ajudado.

Faz alguns anos escrevi um artigo onde dizia que se não reformulássemos a nossa forma de fazer política, FD acabaria por ficar em relação a JS na mesma posição em que este um dia esteve em relação a VF. Boa parte do que acontece hoje é culpa nossa, mas acredito que ainda haja chance de mudar esse roteiro.

Explico: quando Sarney assumiu o governo em 1966, o nosso Estado encontrava-se em termos de desenvolvimento e progresso, ainda em meados do século XIX, com uns 80 anos de defasagem. Acredito que se formos fazer essa mesma conta hoje, descobriremos que ainda estamos defasados, mas essa diferença agora deve ser de uns oito anos.

Sarney construiu em seus quatro anos de governo, 48 anos atrás, algumas das mais importantes obras estruturantes do Maranhão. Não comentarei outra, só citarei o Porto do Itaqui. Equipamento que torna o Maranhão o mais convidativo e viável Estado do Norte e Nordeste do Brasil. Nosso porto nos coloca não apenas no próximo século, ele nos garante a eternidade.

Nossos adversários debitam a Sarney todas as coisas erradas e ruins feitas nos governos do Maranhão nos últimos 48 anos. Façam isso, mas creditem também a ele as coisas certas e boas feitas nesse período, caso contrário, estaremos usando dois pesos e duas medidas, forma reconhecidamente incorreta e injusta de julgar.

Se fizermos uma simples contabilidade descobriremos que na verdade o grupo Sarney é responsável por apenas 26 anos desse tempo, enquanto aos apoiadores de Dino cabe a responsabilidade dos outros 22 anos.

Por outro lado, o Maranhão de 2014 tem pouca semelhança com o de 1966. O Dino de hoje pouco se assemelha ao Sarney de 1966. Sarney hoje pouco lembra o Victorino daquela época. Os papéis parecem ser os mesmos, o cenário, em que pese ser o mesmo, tem outra ambientação e circunstâncias totalmente diferentes. Os personagens estão nas mesmas marcações, suas falas são parecidas, mas os atores que os interpretam não são capazes de imprimir no palco o mesmo espetáculo.

Há ainda o elenco coadjuvante de antes e o de agora. Nesse quesito essa nova montagem teatral prenuncia um fracasso total. Quem é ligado a Flávio pode ser comparado a Tribuzi? Haroldo Tavares tem um similar no grupo Dinista? Quem se igualaria a Cesar Cals ou Vicente Fialho, que foram depois ministros de Estado? Nem mesmo o Zé Reinaldo e o Castelo de hoje podem ser comparados aos de antes.

Muita coisa ainda pode ser dita, mas encerrarei lembrando que os Dinistas dizem que, no governo, realizarão mudanças para viabilizar o desenvolvimento e o progresso, mas se dependesse deles, nenhum dos projetos desenvolvimentistas do Maranhão teriam sido implantados, eles se opuseram a todos. Cito: Alumar, Vale, Suzano, Hidroelétrica de Estreito, Termoelétricas, o gás do sertão, a Refinaria da Petrobras, o cultivo de cana e soja, o plantio de eucalipto, e não nos esqueçamos da siderúrgica que viria se implantar no Maranhão e foi rechaçada por eles.

Para discordar deles, que vociferam palavras de “mudança”, basta analisar um pouco suas propostas, todas frágeis, alicerçadas em sofismas e discursos midiáticos bonitos, mas vazios.

Tirem deles a bandeira anti-Sarney que eles ficarão sem o que vestir. Ficarão nus, vestidos apenas com o velho e “fadigoso” discurso da mudança, uma mudança apenas de nomes, não de métodos. Ficarão vestidos apenas em seus projetos pessoais de poder.

Acredito que sem estas ferramentas eles não teriam nenhuma campanha, pois não possuem nenhum projeto de administração para o nosso Estado. Sem essa indumentária, tecida com esmero e persistência, em uma trama de fios longos, seu rei estaria nu.

Acredito que aquilo que eu chamo de bandeira e de discurso, para eles sejam meras espertezas midiáticas, ou simplesmente o motivo de existirem. Seu projeto de poder.

13 comentários para "Só mais um projeto de poder"


  1. MAURICIO

    BABÃO, CAPACHÃO DE UM GOVERNO CORUPTO.

  2. carlos sousa

    Secretário fraco tu és um hilário !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    • Joaquim Haickel

      O Carlos e o Maurício, coincidentemente postaram seus comentários com 1 minuto de diferença. Bem interessante, não acham?
      Mesmo sendo fakes não rebateram o conteúdo de meu texto. Só tentaram me insultar, o que em nada acrescenta ao debate de ideias.
      Pobres tolos!

  3. Irene Santos

    O que se esperar de um dos coordenadores da campanha do Lobinho?
    Esse seu testo é asqueroso e nojento assim como tu. Sem nenhuma coerência, sem nenhuma consistência e foi feito unicamente para servir de plataforma de propaganda para a fracassada campanha dessa oligarquia que destrói o maranhão a 50 anos.
    Tenho pena de te no governo de Flávio Dino, vai ver como é ruim não ter os benefícios do poder.Vais voltar para o buraco de onde tu nunca deveria ter saído.
    O Mauricio e o Carlos estão certos, você é um babão hilário e babaca.

    Resposta: Irene, vou aceitar seu comentário injurioso só por que com ele você me dá a oportunidade de mostrar quem são as pessoas que pensam como você. Vou apenas comprar pão e já volto para lhe responder.

    • Joaquim Haickel

      Pronto Irene estou de volta pra conversar com você.
      Devo dizer que tenho certeza que você não existe, é um pseudônimo de um ser ignóbil a quem falta intelecto e sobra covardia.
      Em primeiro lugar, não sou um dos coordenadores da campanha de Lobão Filho. Sou amigo dele e como tal vou seguir. Pelo que você imagina, um coordenador de uma campanha eleitoral deve ser alguém que não pense, que não fale aquilo em que acredita, alguém que minta, que seja hipócrita. Esse não é meu conceito nem de coordenador nem de pessoa, muito menos de cidadão. Não tenho culpa se você não consegue alcançar esses conceitos.
      Não costumo criticar as pessoas por seus equívocos menores, pequenos erros ou esquecimentos, coisas que não ajudam em nada a discussão, mas lembro a você que texto se escreve com x e não com s, viu!?… Ah sim!… Outro equívoco, quando você diz “tenho pena de te”, o certo é a última letra dessa frase ser um i… mas quem sou eu para corrigir alguém, já que minha dislexia faz com que eu cometa vários erros… “Olhai os lírios dos campos…”
      Discordar de mim é permitido e inclusive salutar, pois posso em algumas discussões aprender coisas novas e crescer, mas me insultar é algo completamente desnecessário, não acrescenta nada ao debate, além do que eu não insultei nem insulto ninguém…
      Quanto à ameaça, devo dizer que ainda nem ganharam e já estão ameaçando, imagine se ganham… Mas falando sério, não acredito em ameaças. Elas são coisas de pessoas menores, incapazes.
      Não se preocupe, se Flávio ganhasse eu não precisaria voltar para o lugar de onde saí, pois continuo nele, nunca saí dele. Meu lugar vai comigo para onde eu for. Meu lugar é minha família, meus amigos, minha cidade, meu trabalho, meu caráter, coisas que não sei se você tem.
      Se você desejar debater em alto nível, estou a disposição.

  4. Blog do Jorge Aragão | Só mais um projeto de poder

    […] Por Joaquim Haickel […]

  5. Braz Santos

    Concordo em parte com seu texto amigo, no entanto mais que o discurso anti-Sarney, é importante discutir sobre a credibilidade do discurso de mudança, de honestidade e de solução para todos os problemas do Maranhão defendido pela oposição, tendo em vista ser o mesmo que foi apresentado por seus principais prefeitos eleitos em 2012, como de Balsas, Caxías, Santa Inês, Timon e principalmente São Luís, onde o atual candidato de oposição mais se empenhou na campanha e que representava para eles o início da mudança a partir da capital. Então, por mais que queira justificar esse fracasso na administração dos prefeitos aliados, não há como não atingir o atual candidato de oposição. Isso sem contar com as práticas de outros aliados como o prefeito de tuntum, de imperatriz, de seu candidato a Vice-Governador na sua cidade de Coinas e do próprio candidato que trai a Presidente Dilma,a prática deles não condiz com esse discurso apresentado. Então, com essa prática, dar para se ter esperança? dar para acreditar? Nessa campanha temos a oportunidade ímpar para avaliar o comportamento dos políticos, tanto dos candidatos como dos seus aliados, pois a teoria precisa ser confrontada com a prática e com os resultados.

  6. Zé Marc

    Os ataque pessoais não enriquecem o debate. Vamos ter a capacidade de pensar e usar argumentos e dados concretos.
    Independente da posição política, acredito no debate pautado em argumentos e não em ataques pessoais. Uma campanha eleitoral tem a função de discutir as políticas publicas com seriedade.

    Há pelo menos uma pesquisa, no Programa de doutorado “Políticas Públicas” da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), que prova o seguinte: antes do governo estadual José Sarney, a Sudene enquadrava o Maranhão como um estado rural, sem vocação para grandes empreendimentos industriais; depois do Porto do Itaqui, a visão da Sudene, e de vários setores de fomento, de pesquisa, empresariais etc., passaram a olhar o Maranhão de outra maneira.
    O Porto do Itaqui é um diferencial incontestável para a economia do Maranhão. A pesquisa de doutorado, salvo engano, foi feito por um pesquisador crítico a algumas políticas públicas colocadas em pauta pelo Governo Sarney, principalmente no setor agrário-pecuário. Mas, como cientista social, não deixou de constatar a grande virada na economia do Maranhão depois do Porto do Itaqui.
    Favor, vamos usar argumentos.

  7. boliviano triturador

    Joaquim, porque todo mundo que discorda do pensamento de vcs é pago ou esta a serviço do outro? Será que ninguém pode ter um pensamento contrario a esse grupo que esta ai? Eu não tenho cunho político partidário com ninguém, mas nunca votei em ninguém do grupo Sarney por achar que o povo não é beneficiado em detrimento de poucas pessoas,.
    A única vez que cogitei votar em alguém desse grupo foi em Luis Fernando que a meu ver era o melhor e mais preparado para vencer essa eleição, mais foi obrigado a abandonar por pura falta de apoio desse grupo que ai esta.
    Joaquim mi responda uma coisa com sinceridade se Roseana tivesse realmente Feito um bom governo ela não elegeria qualquer um que fosse colocado na disputa com maior tranqüilidade? Pois é o grupo que ai esta tem as maiores mídias, televisão e tudo a seu favor porque estão com uma grande possibilidade de perder a eleição? Simplesmente porque o povo esta mais informado
    Para terminar queria que independente de quem vença a eleição lobão ou Flavio Dino que faça um governo voltado realmente para o povo,e não para interesses pessoais.
    Se for com Edinho lobão que Deus o abençoe
    Se for com Flavio Dino que Deus o abençoe.
    Abraços.

  8. José Ribamar da Luz

    Desculpe-me, caro Joaquim; mas, em relação ao seu artigo, entendo que você posicionou-se muito acertadamente em alguns momentos, entretanto, muito erradamente em outros tantos. Por exemplo:não conheço registro da oposição do Maranhão haver se posicionado contra à instalação da Vale em solo maranhense. Da Suzano, muito menos; inclusive o acordo para instalação da fábrica foi sacramentado no governo do Dr. Jackson. Esses são apenas alguns dos ítens sobre os quais entendemos equivocado seu posicionamento.
    Quanto às propostas do Flávio Dino serem “só mais um projeto de poder”; pode até ser, de qualquer forma, trata-se de um “poder novo” que está conseguindo fazer renascer a esperança na população já saturada desse poder que está aí, faz cinquenta anos, e,ao que tudo indica, exauriu sua capacidade de promover as melhorias sociais ansiadas pela população.Este não é o posicionamento de alguém eminentemente oposicionista, mas, sobretudo, lúcido.

  9. luis carlos reis…carlito reis

    Caro Joaquim,independente do tema, tem momentos que seus textos, apresentam uma arrogância verbal, bem como uma forte dose de preconceito contra aqueles que lutam e resistem contra essa oligarquia, justo vc que um certo dia usou estes adjetivos na tentativa de me intimidar ou desqualificar. O fato é que a família Sarney é um péssimo exemplo de um grupo familiar que há cinquenta anos, manda no estado,o por mais que vc insista em dizer que houve alternância,querendo nos fazer crer, isso nao é verdade, todos, todos, exceto Jackson(que comeu o pao q o Sarney amassou ) foram eleitos com as bênçãos da família,portanto temos orgulho sim de nosso estado e suas riquezas,e é bom que vc asista nossos programas para ver o quanto Flávio enaltecer a beleza e a riqueza do Maranhão, mais isso nao impede, de denunciar a nossa misera,retratado no nosso idh, o penúltimo do país, e que o grupo Sarney tanto faz questão de desqualificar,ora,ora, caro Joaquim, os ventos da mudança estão chegando a alternância de poder se aproxima, e o grupo Sarney, vai terminando seu reinado,rico as custas do dinheiro publico, mais politicamente de forma melancolica,quis o destino que fosse flavio Dino, mais o Maranhão já nao pode mais suportar tanto atradso, lendo seu texto, percebo que nascente linhas vc já faz uma despedida do governo, e queria humildimente lhe sugerir outra título …O IMPÉRIO ESTÁ DESABANDO

  10. Arthur

    “Só mais um projeto de poder”. Mais um porque o que temos há tanto tempo no Maranhão são projetos de poder, concorda?
    Como se o atual grupo político tem respaldo algum ao falar em “projeto de poder”. Mal sabem o que é um plano de governo, aliás, uma xerox mal feita é o de Edinho Lobão daquele que Roseana apresentou em 2010. Ajuntamento de ideias vazias promessas não cumpridas denominadas “PAM”.
    Deve ser ruim fazer malabarismo para defender o indefensável. 72 hospitais para o fim de 2010, depois para o fim de 2013 e agora, se eleito, Edinho diz que concluirá. Ainda querem mais quatro anos…

    Resposta: Caro Arthur, respeito seu posicionamento. Discordo dele, mas é assim que ajudaremos a cada dia consolidar o regime democrático instalado em nosso país a partir de 1985, quase trinta anos. Sabe quem era o presidente? O famigerado Sarney. Ele tinha um projeto de poder, talvez diferente do de Flávio, mas tão projeto de poder quanto o dele. Em politica meu amigo, acredite, tudo, tudo mesmo é apenas uma questão de ponto de vista.

    • Joaquim Haickel

      Resposta: Caro Arthur, respeito seu posicionamento. Discordo dele, mas é assim que ajudaremos a cada dia consolidar o regime democrático instalado em nosso país a partir de 1985, quase trinta anos. Sabe quem era o presidente? O famigerado Sarney. Ele tinha um projeto de poder, talvez diferente do de Flávio, mas tão projeto de poder quanto o dele. Em politica meu amigo, acredite, tudo, tudo mesmo é apenas uma questão de ponto de vista.

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