Deixar de ser copo

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O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d’água e bebesse.

– Qual é o gosto? – perguntou o Mestre.

– Ruim – disse o aprendiz.

O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago. Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago. Então o velho disse:

– Beba um pouco dessa água.

Enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou:

– Qual é o gosto?

– Bom! – disse o rapaz.

– Você sente o gosto do sal? – perguntou o Mestre.

– Não – disse o jovem.

O Mestre então, sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse:

– A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta. É dar mais valor ao que você tem do que ao que você perdeu.

Em outras palavras: É deixar de ser copo, para tornar-se um lago.

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A Pérola e o Rubi

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Este ano pretendo festejar duas marcas importantes de minha vida profissional: 30 anos de circulação do caderno dominical PH Revista, de O Estado do Maranhão, e 40 anos de Jornalismo. Ou seja, estarei celebrando a um só tempo, Jubileu de Pérola e Jubileu de Rubi. E para entrar no clima dessa festa, a inesquecível interpretação de “A Pérola e Rubi” pelo Trio Irakitan:

Se o amor é uma pérola rara,

Se tem o fulgor de um rubí,

Estão neste amor que devoto a ti,

A gema rara e o rubí…

O amor com o fulgor dos brilhantes,

Fiel como ouro de lei,

O amor é o tesouro que encontrei,

No coração eu guardei,

Verás com os lábios nos meus,

Que o amor é milagre de Deus…

(Esta música composta originalmente por Jay Livingstone e Ray Evans, ganhou versão de Haroldo Barbosa e Roberta Luna e foi um dos maiores sucessos de cantores brasileiros, como Agostinho dos Santos, Cauby Peixoto, Trio Irakitan, entre outros apontados como intérpretes incomparáveis do século passado)

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Com a navalha no pescoço

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Dias desses, revendo um álbum de velhas fotografias, deparei-me com uma muito especial, da última visita que fiz a Alcântara – e já se vão quase vinte anos. É uma imagem de José Saramago, o grande escritor português que mais tarde viria a receber o Prêmio Nobel de Literatura, sentado na cadeira de uma antiga barbearia da velha cidade.

Acho as barbearias antigas um tema fascinante e que é pouco explorado por nossos fotógrafos. Eles bem que poderiam captar com suas lentes, nas periferias da Capital e em recantos interioranos, detalhes pitorescos de um ofício que resiste bravamente aos avanços da tecnologia.

Em contraste com os modernos salões da atualidade, equipados com máquinas e outros instrumentos sofisticados para cortar, lavar, secar, espichar, picotar, pintar, descolorir e tantas extravagâncias mais que as pessoas gostam de fazer em seus cabelos, ainda existem locais modestos, saletas com uma só cadeira, duas ou três tesouras, uma navalha afiada, cheiro de talco e água velva. São relíquias de uma época em que ir ao barbeiro era um ritual de passagem, com um atrativo muito especial: as histórias de barbearia.

Num certo período da minha adolescência, a moda entre a meninada era o corte cadete, assim como hoje algumas tribos de jovens continuam raspando completamente a cabeça para imitar ídolos do esporte ou do mundo artístico. Foi quando surgiu a máquina elétrica. Para assustar os mais ingênuos, aqueles que já haviam ingressado no serviço militar diziam que o corte de cabelo no quartel era executado de um modo muito peculiar: o barbeiro colocava um pires sobre a cabeça da vítima, encostava a maquininha acima da sua orelha e dava um pontapé na cadeira giratória.

Mas a mais marcante das minhas experiências em barbearia ocorreu num salão da rua Afonso Pena,  onde eu costumava “aparar a crina”, como se dizia naqueles tempos rudes, e raspar as penugens de barba que começavam a surgir. Meu barbeiro, ao contrário da maioria dos profissionais do ramo, costumava trabalhar em silêncio. Mas deixava escapar o hálito inconfundível de quem começara a beber nas primeiras horas da manhã. Às vezes eu tinha a impressão de que ele manejava a navalha com uma mão e com a outra se apoiava na cadeira, para não cambalear.

Certo dia, lembro-me bem, cheguei cedo ao salão. Não demorou muito e um valentão foi chegando e mandando que se afastasse o cliente que ocupava a cadeira. Em seguida, sentou-se, colocou um revólver no colo e ordenou:

– Quero fazer a barba, mas se sair uma só gota de sangue o barbeiro é um homem morto!

Ninguém se mexeu. Até que um jovem aprendiz deu um passo à frente, mergulhou o pincel na espuma e começou a executar o trabalho. Quando terminou, sem um só corte, o bandido elogiou sua coragem e o rapaz respondeu sem hesitar:

– Corajoso é o senhor. Eu estava com a navalha no seu pescoço. Se percebesse o sangue correr, terminava o serviço.

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Beleza feminina pela ótica de Andrew Lucas

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Ao deparar-se com a primeira Eva, dizem as Escrituras, o homem se entusiasmou, desenvolvendo a partir desse dia – por que não? – o hormônio da testosterona. Agradecendo aquela magnífica obra de arte, Adão teria dito:

– Essa é, realmente, osso do meu osso e carne da minha carne. Coisa mais linda!

Nos primeiros momentos após o sopro vital, o próprio Senhor hesitou em nominá-la. Matutou um pouco e, por fim, decidiu: chamar-se-á “mulher”, visto ser tirada do homem. E por sua causa o homem deixará pai e mãe para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só carne.

Isto, segundo a Bíblia. Segundo Rael, aquele “profeta” de uma seita maluca disseminada nos EUA, Eva nasceu primeiro. E imperou sobre o Mundo com a sua capacidade de procriar.

Quer dizer: nas escrituras de Rael o Gênesis se dá ao contrário. Primeiro vem Eva, depois Adão. Antes de Eva “o espírito de Deus movia-se sobre a superfície das águas e as trevas cobriam o grande abismo”.

Se Eva nasceu primeiro ou depois do homem, pouco importa. A verdade é que ela reina, até hoje, com ou sem pecado original.

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Lembranças fragmentadas de São Luís

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Todo cidadão deve cravar dentro do peito – num pires imaginário – uma vela acesa em homenagem à São Luís, e sair hoje assim com esse altar iluminado pelas ruas e pelas praças, saudando o aniversário desta que é uma das mais belas do Brasil.

Rejuvenesça com a cidade. É dia de usar roupa nova, como nos domingos de antigamente. Se for o caso, raspe a barba e o bigode, re-pagine-se, confraternize diante do espelho com o cidadão de sorte que você é, por morar aqui, com vista para a baía de São Marcos.

Tome umazinha no boteco da esquina, em homenagem à aniversariante – e não esqueça o primeiro gole do “santo”. Cumprimente-se a si mesmo, leitor – e agradeça ao Criador por morar neste berço que Ele desenhou com tanto capricho, molhando a ponta do lápis na língua divina.

É dia de festa para todos, o regozijo está no ar, a atmosfera festiva oxigena a vida dos são-luisenses da gema e dos adventícios. Mas é ainda mais festivo para aqueles que, um dia, socorreram-se de um carrinho-de-cavalo e de seu cúmplice boleeiro para uma visita galante ao jardim da namorada – onde aterrissou um buquê atirado do “coche”, após um leve sofreio no galope.

Este 8 de Setembro é mais festivo para os que respiraram a maresia do Cais da Sagração. Ou os que receberam nos alvéolos esse ar marinho que se desprendia da Praia Grande.

É dia festivo para quem chupava um beijo-frio ali pertinho, nos inconfundíveis sabores de sorvete de chocolate, coco e ameixa do Bar do Hotel Central – e, depois, tentava imprimi-lo no lábio da namorada, a uma quadra dali, no escurinho do Cine Roxy. É data cheia para os que freqüentaram aquele cinema, porto seguro de todo pinguço.

Todos são titulares desta festa. Todos os que ajudaram a construir esta escultura à beira-mar, argamassa que hoje comemora 397 anos de vida, paixão e glória.

Saia do próprio corpo, leitor, leitora. Dizem que há técnicas mentais capazes de tornar o vivente um ser incorpóreo, metafísico, etéreo.

Transcenda no tempo até desembarcar na Rua Grande dos anos 50. Entre na confeitaria Crystal e peça uma “faixa-azul” gelada, com uma almôndega e uma pastel de camarão. Sorva o líquido gelado, caprichando no “bigode” de espuma. Se estiver acompanhado de uma criança, pague-lhe uma banana recheada e uma Cola-Jesus. Siga até uma banca do Largo do Carmo e compre o “Jornal do Dia”. Corte o cabelo e faça a barba (com velva), ali no Salão Pompeu, ao lado do Moto Bar. Flerte com sua própria mulher (hoje avó) no footing domingueiro do Palácio do Leões até a Igreja da Sé.

A São Luís descansada daquelas manhãs de verão prende-se à minha retina memorial como um “DVD de época”. Fronteira entre a velha cidade, mistura de urbe e roça – sim, do Anil ao Turu era zona rural! – e a explosão urbana que hoje a degrada, fisicamente. Lembranças fragmentadas fluem como um celulóide desgovernado, filme antigo, cheio de interrupções e luminescências.

A Fonte Maravilhosa e o refreco de quebra-pinto, o Abrigo da Praça João Lisboa – cachorro-quente do “Companheiro”, sonhos e bombas de creme. O Lusitana, restaurante que servia cozidões portugueses, mocotós, dobradinhas e bobós de camarão. Os carrinhos de cavalo. O Lord Hotel. O Hotel Ribamar. O Carnaval de Rua. Matinês do Cine Éden, na Rua Grande. Encontro dos Brotinhos, no Lítero..

“O que me lembro, tenho”, escreveu, a título de consolo, João Guimarães Rosa, o [re-inventor] da língua portuguesa. Confirmando William Shakespeare, que também era fiel à sua Stratford-on-Avon:

– Louvar o que passou, torna mais queridas as lembranças.

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O País que merecemos

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Estamos já na Semana da Pátria. No país inteiro temos uma série de atividades marcadas para comemorar mais uma data significativa para a nossa história como nação, a da independência política. Isso não é pouco para quem já foi colônia, sendo um território sujeito à vontade unipessoal de um monarca, sem leis democráticas, sem garantias individuais e coletivas, sem representatividade, sem mecanismos de fiscalização do exercício do poder.

Já disse alguém que a pátria não é um ou outro, por mais poderoso que seja, por mais importante que seja seu cargo. A pátria somos todos nós, os que vivemos aqui, os que tivemos a ventura de nascer nesta terra ou de incorporar sua nacionalidade, os homens e mulheres de um povo forte e honrado, que, como diz a letra do hino, ‘não foge à luta’. A pátria somos os que nos antecederam e nos deram seu legado, como os portugueses, os índios, os negros, os demais imigrantes.

Nessa semana de comemoração, por certo, também é salutar um quê de reflexão. O país continua a viver uma crise no campo econômico, sem oferecer a oportunidade de uma vida digna a todos os seus filhos. A educação, a cultura, o trabalho, os valores morais precisam ser resgatados de forma concreta, para que o Brasil possa ser o país que merecemos, o país que precisamos, o país que queremos construir.

Por certo, num tempo não muito distante, o civismo estava mais presente na vida dos brasileiros. Agora, imbuídos da dura batalha pela sobrevivência, muitos se vêem apartados de um projeto comum para o Brasil. É preciso retomar valores quase esquecidos, é preciso relembrar que a nação é uma projeção dos seus cidadãos.

Uma oportunidade única para encetar essa reflexão dá-se agora, por ocasião das eleições majoritárias e proporcionais. É nelas que vamos eleger nossos representantes e está em nossas mãos eleger homens e mulheres honrados, que pensem no aprimoramento das instituições e no bem-estar do nosso povo.

Neste 7 de Setembro, o Brasil estará vivenciando uma das suas datas mais importantes. É preciso olhar o passado para projetar o futuro. Assim, devemos comemorar o momento em que, altivos, nos inserimos no contexto das nações independentes.

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Por que a elite não gosta de arte?

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O desenvolvimento das artes, infelizmente, depende muito de uma elite que seja culta, porém desprendida de valores morais e burgueses. Se não há quem invista (e quem mais pode fazer isto se não a elite?), a arte se cobre de uma invisibilidade cruel aos artistas e a seus consumidores. Os motivos para que a elite (falo da empresarial e política, muitas vezes imbricadas numa só) não querer investir ou prestigiar a arte local (ou quando vê investe apenas naquela extemporânea e fora do foco real da produção contemporânea) são vários.

O Maranhão é composto de uma das piores elites do país. Dois motivos principais (porém são inúmeros) emperram o investimento e aceitação do que se produz de bom por aqui. Primeiro, porque a elite acredita numa arte provida de “mensagem” (atribuição de um utilitarismo típico de quem está acostumado às trocas e não à entrega, como faz o artista), e, segundo, que deve ser espelho de uma realidade absoluta (desconhecendo a relativa e, conseqüentemente, ainda quer ligá-la, na maioria das vezes, a atributos morais, porém não necessariamente éticos).

É normal ouvir de senhoras e senhores da elite elogios a pinturas quase fotográficas, como se copiar a realidade (se isso fosse possível, mas é outra conversa) fosse a principal qualidade de uma obra. E isto serve também para a música, o teatro (a elite só enche o teatro se tiver ator “global”), o cinema (que para a elite deve ser naturalista), a literatura (ela não sente os experimentos de linguagem), à arquitetura (basta olhar o contorno da Ponta d’Areia para compreender) e à dança (pelo apreço que se tem ainda pela dança popular).

Há ainda um deslumbre tosco por tudo o que é “de fora”. Não sou xenófobo, mas o descompasso entre o que se investe na produção de arte desse tipo (ainda que seja interessante, o que não é o caso aqui) e a produção crítica contemporânea é absurdo.

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Chico Buarque cantando A Banda, em 1966

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Chico ganhou com essa música o 1º lugar. Recusou o prêmio, entendendo que “Disparada” merecia ganhar.

Quem vir o vídeo da Disparada percebe Nara Leão VIBRANDO e dançando com Disparada, e, no final, Chico e Nara indo ao palco em apoio a Vandré.

Trata-se do mais fértil período musical brasileiro.

Jair Rodrigues – Disparada – Festival de 1966

Música de autoria de Geraldo Vandré e Théo de Barros, obteve o 1º Prêmio (juntamente com A BANDA) do II Festival da Música Popular Brasileira, organizado pela TV Record. Vídeo gravado na noite final.

 

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Senado veta opinião sobre candidatos em sites

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A minirreforma eleitoral aprovada quarta-feira pelas Comissões de Constituição e Justiça e Ciência e Tecnologia do Senado impõe aos sites jornalísticos, na Internet, as mesmas restrições previstas pela legislação às emissoras de rádio e televisão brasileiras no período eleitoral.

Se o parecer for mantido pelos plenários da Câmara e do Senado, os sites jornalísticos estarão proibidos de emitir opiniões a respeito dos candidatos e terão que dedicar o mesmo espaço em sua programação para todos aqueles que estiverem na disputa.

Apesar de o parecer aplicar à Internet as restrições já previstas na lei para rádios e TVs, abre brecha para que os sites publiquem anúncios dos candidatos que vão disputar a Presidência da República em 2010 – embora a prática seja vedada às TVs e rádios.

Pela lei eleitoral em vigor, somente a mídia impressa (jornais e revistas) pode publicar anúncios pagos pelos candidatos, mas à Internet será aplicada a mesma regra se o parecer for mantido como está.

O parecer da lei eleitoral também impede aos sites, a partir de 1º de julho do ano da eleição, transmitir em seu noticiário, ainda sob a forma de entrevista jornalística, imagens de realização de pesquisa ou qualquer outro tipo de consulta popular de natureza eleitoral em que seja possível identificar o entrevistado ou em que haja manipulação de dados.

O texto aprovado, que só será votado no plenário semana que vem, permite a realização de debate nas prévias.

A minirreforma tem que ser sancionada pelo presidente Lula até 2 de outubro para que as mudanças entrem em vigor em 2010. Depois da votação no plenário do Senado, o texto segue para nova votação na Câmara porque sofreu mudança durante a tramitação nas comissões do Senado.

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Sarney reduzirá diretorias do Senado e não teme mancha em sua biografia

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da Agência Brasil

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou que reduzirá para sete o número de diretorias na Casa e mostrou disposição para enfrentar as resistências da burocracia da Casa. “Sete diretores é a proposta que tem, existem as resistências e nós vamos fazer a reforma administrativa que me propus a fazer”, disse Sarney em entrevista à TV Brasil.

O peemedebista pediu à FGV (Fundação Getúlio Vargas) um estudo para enxugar o quadro funcional e conter os gastos excessivos. A decisão foi tomada como reação a uma série de denúncias de desmandos administrativos publicadas na imprensa, inclusive sobre a edição dos atos secretos.

Sarney ressaltou a avaliação já feita aos senadores, em discurso no plenário, de que a crise não é só responsabilidade dele. O parlamentar lembrou que o Senado convive há pelo menos dez anos com sucessivas crises que envolveram os ex-presidentes Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), Jader Barbalho (PMDB-PA) e Renan Calheiros (PMDB-AL).

Ele não remete a paralisia da Casa somente a questões administrativas. Sarney afirmou que o acirramento da disputa com o senador Tião Viana (PT-AC) criou “cicatrizes”, o que inviabilizou qualquer possibilidade de negociação após a eleição de 2 de fevereiro. Outra parcela da crise, o peemedebista credita à antecipação da disputa presidencial de 2010.

“Eu comecei a ser visto não como um presidente do Senado, como das outras vezes tinha sido, mas como uma peça que sendo do PMDB, ligado ao presidente Lula, eu evitaria que o PMDB em qualquer circunstância pudesse deixar de ser aliado do presidente Lula.”

Especificamente sobre o PT, Sarney afirmou que existem grupos que jamais o aceitaram como aliado do presidente Lula. Como consequência, responsabiliza os integrantes desses “grupos” como parte responsável pela situação em que se encontra a Casa. “[Eles] colaboraram até a última hora, nós assistimos a isso no desenrolar dessa crise.”

O ex-presidente da República e presidente do Senado por duas vezes destacou que em todo o processo de sucessão de Garibaldi Alves (PMDB-RN) resistiu até o último momento a exercer o comando da Casa pela terceira vez. Ele confessou-se arrependido por ter cedido aos apelos da bancada peemedebista, mas disse que como homem de partido não lhe restou outro caminho a tomar.

“Eu não queria de jeito nenhum me meter nisso e neguei muitas vezes e era com absoluta sinceridade”, disse. Numa das reuniões da bancada peemedebista teriam lhe dado “o argumento-chave” de que a entrega do comando do Senado a Tião Viana ou a qualquer outro candidato colocaria em risco planos de reeleição de 17 dos 20 senadores que pretendem concorrer à reeleição em 2010.

“Isso era importante para que o partido tivesse uma posição. Eu não poderia ser egoísta abandonando meus colegas naquele momento”, acrescentou Sarney, que acreditava numa reconciliação com os petistas e tucanos após sua eleição.

Apesar de ressentido pela série de denúncias atribuídas a ele, inclusive envolvendo familiares, que resultaram numa série de pedidos de abertura de investigações no Conselho de Ética, o senador disse que não teme qualquer mancha em sua biografia política e pessoal.

“Eu acho que isso é uma coisa que senti muito, senti profundamente, foi uma profunda injustiça que cometeram comigo. Eu não merecia isso e o povo brasileiro vai ver que eu não merecia.”

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