Alegria (Joie de vivre)
Do Livro das Cortesãs – Um Catálogo das Suas Virtudes, de Susan Griffin, Editora Rocco, li, gostei e dou de graça para vocês:
A capacidade de sentir prazer na vida é uma virtude como as outras. A alegria não é tão simples como parece. Há pessoas que, por medo ou prudência, se acostumam tanto a resistir ao sentimento que acabam perdendo totalmente a prática de se sentirem satisfeitas.
Outras, confundindo domínio com prazer, preferem a conquista ao deleite e jamais saboreiam realmente o produto de seus esforços. É uma arte saber gozar a vida, sentir desejo e aceitar o que vem, saborear cada detalhe, em todas as suas minúcias, de cada sabor, sensação ou momento que surge, por acaso ou intenção.
A experiência requer uma coragem sutil. Deleite, júbilo, exaltação podem tirar uma pessoa do prumo, perturbando a ordem estabelecida do dia (ou, como é mais freqüente, da noite).
E, como quase todas as formas de alegria são fugazes, o prazer deve acabar conduzindo à perda, por menor que seja – uma perda que traz junto a certeza de que tudo passa.