Inglaterra regula a mídia

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LONDRES – Depois de países como Equador e Venezuela lançarem, este ano, medidas de controle da imprensa, foi a vez de o Reino Unido unir-se à polêmica.

Dois dias após o premier David Cameron ameaçar censurar o jornal “Guardian” pela publicação de documentos sigilosos sobre a espionagem no país, a rainha Elizabeth II sancionou, esta semana, um sistema de regulação da mídia, que foi amplamente criticado por jornalistas.

A iniciativa, apoiada pelos três principais partidos políticos britânicos, vem na esteira do escândalo de escutas telefônicas por jornalistas, e depois de os meios de comunicação verem seus esforços contra o controle rejeitados na Justiça.

A novidade deve sujeitar revistas e jornais britânicos a um órgão de fiscalização do governo com a função de coibir os abusos descobertos com o escândalo dos grampos – que revelou que repórteres do jornal “News of the World”, do magnata Rupert Murdoch, e de outros meios de comunicação, tiveram acesso ilegal a ligações telefônicas de celebridades, políticos e vítimas de crimes.

Também torna mais fácil para as pessoas que se sintam atacadas pela imprensa terem suas queixas ouvidas, além de permitir ao órgão federal cobrar multas aos meios de comunicação.

Jornalistas locais argumentam que o órgão federal poderia ser usado por políticos para punir publicações das quais não gostam. Eles também reclamam que propostas sugeridas por eles foram ignoradas.

Londres
Londres, capital da Inglaterra, principal pais do Reino Unido

 

Guerra

A guerra, porém, ainda não acabou. Várias publicações já ameaçaram boicotar o novo órgão.

Outras consideram levar o tema ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Os meios de comunicação não são obrigados a se inscrever no novo marco regulatório, mas não está claro, até agora, como o impasse será resolvido.

 De O Globo on line

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