O Brasil será pressionado na 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que começou nesta segunda-feira (30), em Paris, e vai até o dia 11.
O Ministério do Meio Ambiente divulgou que houve um aumento de 16%, entre agosto de 2014 e julho de 2015, no desmatamento na parte da Amazônia localizada no Brasil.
A devastação envolveu 5800 km², o equivalente a cinco cidades do tamanho de São Paulo.
Entre 2001 e 2012, a taxa anual de desmatamento foi reduzida em 70% na Amazônia brasileira e em 40% no Brasil como um todo.
O problema na Amazônia do Brasil é a devastação, principalmente por madeireiras.
Nas áreas devastadas são instaladas produções pecuárias. O uso do terreno para criação de gado dificulta o reflorestamento, pois o solo tende a ficar estéril. Isso abre perspectiva para transforma a Amazônia, no futuro, em uma grande savana.
No simpósio Determinantes Sociais da Saúde, realizado em novembro deste ano, em São Luís, o geólogo do Paraná, Francisco Mendonça, falou, para geógrafos, médicos e outros profissionais, da grande possibilidade da Floresta Amazônica desaparecer.
Outra questão muito grave é a exploração irresponsável de minérios na região. O índice de descarga de mercúrio na região é altíssimo. Isto é um problema de saúde pública grave para os povos amazônicos.
A conferência de Paris é muito importante, desde que os descasos com a natureza sejam levados a sério e empresas como a mineradora Vale, produtores de carne da Europa e de soja, no Brasil, sejam realmente cobrados, com responsabilidade, seriedade e compromisso.
Isso significa que Paris não deve ficar para a história somente como ‘teatro bonitinho’ para grupos, como o Greenpeace. Esses grupos são importantes, mas centrar somente nisso é um erro estratégico.
Há segmentos importantes, no Brasil que, há anos, apontam descasos na Amazônia e são perseguidos e pressionados pela Justiça.
Um exemplo é o jornalista do Pará, Lúcio Flávio Pinto. Ele apura denuncias contra empresas que poluem e devastam a Amazônia e setores dos poderes públicos cumplices, o movimento de quebradeiras de coco babaçu do Maranhão etc.
Terão vez em Paris? Quando serão ouvidos pela grande mídia do Brasil e mundial?
Com alguns dados da BBC Londres