Homens têm cada vez menos espermatozóides

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Artwork of human male chromosomes & sperm

Estudos mostram queda na qualidade do sêmen ao longo dos anos em todo o mundo, inclusive o Brasil. Stress, obesidade, poucas horas de sono e poluição do ar podem ser os culpados.

Nos últimos anos, estudos de diversos países chegaram a uma conclusão preocupante: a quantidade e a qualidade dos espermatozoides no sêmen dos homens estão diminuindo. Ainda não é possível afirmar se a fertilidade está sendo afetada por esse fenômeno, mas essa redução não deixa de ser alerta importante sobre a saúde masculina. O sêmen é considerado um “termômetro” da saúde do homem, de forma que a queda na sua qualidade, mesmo que não implique em dificuldades de reprodução, não é um bom sinal.

Um dos estudos mais relevantes, realizado com 26.609 homens na França e publicado em dezembro do ano passado no periódico Human Reproduction, mostrou uma redução de 32% na concentração dos espermatozoides em um período de 17 anos. A média para homens de 35 anos de idade caiu de 73,6 milhões por mililitro de sêmen para 49,9 milhões.

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A complexa engenharia da fome

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A cada janeiro, milhares de pessoas começam a malhar, renovando seu desejo e sua vontade de perder peso no ano que está se iniciando. Na maioria dos casos, o esforço acaba produzindo pouco ou nenhum efeito na balança, e a resolução de Ano-Novo logo é abandonada.

Novos estudos sugerem, no entanto, que se as pessoas fizeram o tipo correto de exercício físico, elas podem mudar a forma como o corpo reage com a comida. Mais do que queimar calorias, a atividade física pode afetar os hormônios responsáveis pelas sensações de saciedade e de fome.

Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Wyoming, dos Estados Unidos, acompanhou um grupo de mulheres que praticavam corridas e caminhadas em dias alternados e, em seguida, descansavam por uma hora.

Após cada uma das três situações (caminhada, corrida e repouso), os cientistas mediam os níveis de alguns tipos de hormônio presentes no sangue, e então as mulheres eram encaminhadas a um refeitório, onde podiam se servir em um bufê.

A experiência demonstrou que o exercício física aumenta a produção de grelina — também conhecida pelo sugestivo nome de “hormônio da fome” — que condiciona o quanto devemos comer. Em outras palavras, malhar pode dar fome.

O apetite humano, no entanto, é uma engenharia complexa, que envolve o tráfego de sinais entre o cérebro, os intestinos, as glândulas, as células gordurosas, os genes e a psique.

No estudo da Universidade de Wyoming, quando as voluntárias corriam, seus níveis de grelina disparavam, indicando que elas atacariam com gosto o bufê. Mas não era isso que acontecia. De fato, após a corrida, as mulheres consumiam centenas de calorias a menos do que aquelas que tinham sido gastas durante o exercício.

A restrição, segundo os pesquisadores, ocorreu porque, simultaneamente à grelina, outros hormônios também tiveram seus níveis aumentados, incluindo alguns responsáveis pela sensação de saciedade. Esses hormônios, descobertos apenas recentemente e ainda não totalmente compreendidos, dizem para o corpo que ele já está suficientemente “abastecido” e que pode parar de comer.

O aumento dos níveis dos hormônios de saciedade “silenciou” a mensagem enviada pela grelina. No entanto, quando as voluntárias descansavam e, principalmente, quando caminhavam, os níveis sanguíneos dos hormônios de saciedade não eram alterados. No caso das caminhantes, o efeito foi o contrário: elas consumiram mais calorias no bufê do que as gastas durante o exercício.

Um estudo relacionado, publicado em dezembro passado, observou os efeitos de um exercício moderado, equivalente a uma corrida curta. Constatou-se que, após 12 semanas de atividades, os homens e mulheres que participaram do estudo, antes sedentários e com sobrepeso, começavam inconscientemente a parar de se empanturrar.

Os pesquisadores ofereceram aos voluntários milkshakes. Alguns continham maltodextrina, um adoçante que acrescentava 600 calorias à bebida. Outros, sem a maltodextrina, tinham 246 calorias.

Antes de se iniciarem o programa de exercícios, os voluntários comiam mais no almoço e durante o resto do dia após tomar a mistura mais calórica do que a versão com baixas calorias. Seu sistema de regulação do apetite estava enlouquecido. Mas, após três meses de exercícios, eles passaram a consumir menos calorias durante o dia quando tomavam o milkshake com mais calorias.

— Os exercícios melhoraram a capacidade do corpo de avaliar e ajustar a quantidade de calorias consumidas — explica Catia Martins, da Universidade de Ciência e Tecnologia Norwegian, em Trondheim (Noruega), que liderou o estudo.

Mas o processo não funciona com todos os exercícios. Correr, aparentemente, “aprimora” melhor o mecanismo de satisfação do corpo do que a caminhada. E a persistência também conta. É preciso que os treinamentos se estendam por vários meses para ajustar o controle do apetite, ressalta Catia.

 

Conheça o hormônio da fome

> A grelina foi descoberta por pesquisadores japoneses em 1999, mas foram cientistas britânicos que associaram esse hormônio à sensação da fome e, por consequência, um estimulante de apetite.

> A grelina é produzida principalmente pelo estômago, mas também pelas células épsilon do pâncreas e pelo hipotálamo.

> Quando o estômago fica vazio, a secreção da grelina se intensifica e o hormônio passa a atuar no cérebro, dando a sensação de fome. Quando nos alimentamos, a secreção da grelina diminui e a sensação da fome passa.

> Ao contrário do que se poderia esperar, a quantidade de grelina nos obesos é menor do que nas pessoas com o peso ideal. Os obesos, no entanto, têm maior sensibilidade a esse hormônio. Já os magros secretam grandes quantidades de grelina enquanto dormem, um efeito que não é verificado nos obesos.

> A grelina também desempenha um papel importante no aprendizado, na memória e na adaptação a novos ambientes.

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