SOUSA BISPO: O INTELECTUAL QUE VEIO A PÉS DO RIO DE JANEIRO A SÃO LUIS

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Cândido Pereira de Sousa Bispo, veio ao mundo a 3 de outubro de 1896 em Grajaú e faleceu em São Luís a 15 de julho de 1950. De família pobre, conseguiu se formar em Direito e firmar-se na vida como renomado advogado, professor, jornalista, membro da Academia Maranhense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão.

No dia 29 de novembro de 1922, com 26 anos, decidiu realizar uma inacreditável proeza humana e sem motivações religiosas, interesses pecuniários ou objetivos promocionais.

Meteu na cabeça fazer uma viagem do Rio de Janeiro com destino a São Luís, usando apenas os pés, projeto que cumpriu depois de andar mais de oitocentas léguas. Ao  final da longa e proveitosa jornada de andarilho, arrebanhou informações preciosas sobre a vida do homem brasileiro, que “viu com os olhos do corpo e da alma, a terra imensa e promissora, mais rica que o homem, mais formosa que a gente que a habita e resolve com indiferença dos que desconhecem em que pisam.”

“Naquela jornada cívica de cinco lustros”, o escritor maranhense, em conferência realizada na Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, afirmou que “ autodidata que sempre fui, aprendi noções gerais de cartografia, de topografia e de geologia, e observando as camadas de terras, compreendi que não devemos estar indiferentes a tais estudos, indiferentes a tais conquistas científicas”.

E arremata: “Aqueles meses, para mim, valeram um curso de engenharia, tal o meu interesse pelas disciplinas correlacionadas à terra”.

Para chegar a São Luís, no dia 23 de julho de 1923, depois de uma penosa, mas valiosa caminhada, conheceu e se encantou com a região central do Brasil, rica e despovoada, a respeito da qual disse poeticamente: “Em noite sem luar, mas constelada, ficaria na dúvida para defini-la qual o legítimo firmamento: o céu estrelado, ou o terreno recamado de ouro e diamantes”.

Como se fosse um Juscelino Kubitscheck, profetizou para aquela região iluminado futuro: “Quando a locomotiva, condutora da fartura, atravessar o coração do país, por essa região e chegar ao norte brasileiro, então outra sorte terá a nossa pátria. O Brasil tornar-se-á rico e poderoso”.

Na sua última etapa de viagem, depois de transitar por Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Piauí , ingressou em terras maranhenses e visitou várias cidades, sobre as quais registrou comentários mordazes, uns mais, outros menos, como os  seguintes: “Carolina, a mais bela, próspera e adiantada  do alto Tocantins; Riachão, o melhor clima do estado, mas um lugarejo morto por causa da politicalha; Balsas, entreposto comercial mais importante do sul maranhense e com estreita relações com as praças piauienses; Loreto, sede de extenso município, mas um lugar morto e inferior aos povoados que lhe pagam tributos, como São Felix e Mangabeira; Benedito Leite, a localidade mais influente da margem esquerda do Parnaíba; Nova York, fronteira a um lugarejo piauiense; Pastos Bons, cujo nome retrata os campos formosos do Maranhão, do Parnaíba ao Gurupi e Tocantins; Porto Franco, porto fluvial do que se serve Pastos Bons; São João dos Patos, Passagem Franca e Matões, carece de transportes modernos até para a palavra, pois nem telégrafo possuem”.

Antes de chegar à capital maranhense, fez questão de passar pelas cidades que margeavam a recém-inaugurada Estrada de Ferro São Luís-Teresina, destacando-se Caxias, Codó, Coroatá, Itapecuru-Mirim e Rosário, sobre as quais disse: “progridem ao impulso de seus filhos, arrimada à de elementos bons que lhes chegam com aptidões e desvelos”.

Dessas cidades, Coroatá e Rosário mereceram comentários especiais. Da primeira, escreveu que esperava do Governo a construção de uma estrada de ferro para ligá-la à região tocantina. Da segunda, afirmou que poderá se transformar em subúrbio de São Luís, com a conclusão da ponte Benedito Leite, sobre o canal dos Mosquitos.

Ao final da conferência, não esqueceu de dizer algumas palavras a respeito da “Ilha de São Luís, que, com excelentes mananciais de água potável, ricas terras de cultura, viçosos palmeirais, aguarda o remodelamento da capital, que o governo atual (Godofredo Viana) empreende para de tudo produzir. O Maranhão já não está de cócoras, levanta-se, ergue-se ao aceno da varinha mágica do governo que agora lhe dirige os destinos”. 

 Em tempo: o texto encimado, extraí resumidamente de uma extensa conferência proferida pelo acadêmico Souza Bispo, a 17 de novembro de 1923, na Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro e publicada no livro de sua autoria, “A Estrutura Geográfica do Maranhão”. 

CAMPANHA ELEITORAL FORA DE ÉPOCA

Eu acompanho as lutas políticas do Maranhão desde os anos sessenta do século passado, razão pela qual me acho em condições de opinar sobre o atual quadro político reinante em nosso estado.

Ao longo da minha vida de octogenário, jamais vi uma campanha política, com vistas à sucessão ao governo estadual, ser tão afrontosa quanto à intempestividade, ilegalidade e imoralidade como a que se processa diante de nossos olhos e ouvidos.

Pela primeira vez, assiste-se a uma deslavada campanha eleitoral, protagonizada por dois políticos militantes, que se lançaram candidatos ao cargo de governador, usando em profusão dinheiro de origem duvidosa e ao arrepio da legislação eleitoral.

Os dois candidatos, como se já tivessem suas candidaturas homologadas pela Justiça Eleitoral, realizam e promovem aberta e despudoradamente eventos políticos, comícios, passeatas, carreatas e outras ilegalidades ao arrepio da lei e das autoridades, estas, silenciosas e acomodadas diante de tantos abusos.

EVENTO NA ACADEMIA DE LETRAS

Por causa da pandemia, a Academia Maranhense de Letras passou quase dois anos sem realizar sessões solenes e presenciais.

Nesta quinta-feira,18 de novembro, a Casa de Antônio Lobo abre as suas portas para solenemente receber o mais novo acadêmico: o ministro, professor e intelectual Reynaldo Soares da Fonseca, ocupante da Cadeira 38, patroneada por Adelino Fontoura.

Nessa noite, acadêmicos e convidados, com absoluta certeza, deverão ouvir dois brilhantes e inesquecíveis discursos: o do empossado e o de quem vai saudá-lo: Alberto Tavares da Silva.

POESIA DE SARNEY

O primeiro livro de poesia de José Sarney foi escrito aos 13 anos de idade.

O livro estava datilografado e no ponto de ser publicado, mas o jovem intelectual o esqueceu num banco de um bonde que o conduzia à Praça Gonçalves Dias.

Para surpresa e alegria de Sarney, o livro com o nome de Poemas Descartados, depois de longos anos de sumiço, foi encontrado e entregue ao autor.

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

O Ministério da Educação quer criar cinco novas universidades federais, a partir do desmembramento das já existentes.

No Maranhão, deverá ser criada a Universidade da Amazônia, vinculada ou extraída da nossa Universidade Federal.

As novas universidades serão dirigidas por reitores temporários e nomeados pelo ministro da Educação.

PALESTRA EM LISBOA

Está acontecendo em Lisboa a reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Uma grande representação do Congresso Nacional participa do evento, no qual o deputado Gastão Vieira será um dos conferencistas.

Convém lembrar, que este evento foi criado no governo do Presidente José Sarney, que, em homenagem ao Maranhão, realizou em São Luís a primeira reunião da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa.   

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CARTAS HISTÓRICAS DE TANCREDO E SARNEY

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Tancredo Neves submeteu-se a uma campanha bastante exaustiva, quando concorreu às eleições indiretas à Presidência da República, tendo como companheiro de chapa, o senador José Sarney.

Na véspera da posse de ambos, a 15 de março de 1985, Tancredo Neves, que já vinha sofrendo fortes dores abdominais, foi surpreendido numa cerimônia religiosa por uma violenta crise, que o levou a ser internado às pressas no Hospital de Base, em Brasília.

Tancredo só concordou a ser internado e operado se tivesse a garantia de que o vice, José Sarney, seria empossado no cargo sem a resistência ou o veto da dos militares da chamada linha dura, que não viam o político maranhense com bons olhos, operação essa conduzida e desmontada pelo deputado Ulisses Guimarães, presidente da Câmara federal, e pelo chefe da Casa Civil do presidente João Figueiredo, Leitão de Abreu.

Como o estado de saúde de Tancredo agravou-se, teve de ser transferido a 26 de março de 1985 para São Paulo, internando-se no Hospital Sírio-Libanês.

Antes de ser removido para a capital paulista, Tancredo, teve ainda forças para no dia 23 de março, fazer uma carta a José Sarney, na qual revelava a confiança que nele depositava à frente dos destinos do País.

 Eis a carta: “A Nação está registrando o exemplo de irrepreensível correção moral que o prezado amigo transmite no exercício da Presidência da República.

“Na política, o exemplo é mais importante que o discurso. O discurso é efêmero pela sua própria natureza; o seu efeito termina com a leitura de sua divulgação por mais oportuno e eloquente que seja ele.

“O exemplo, ao contrário, contribui para a construção ética da consciência do nosso povo, que na solidariedade tem demonstrado e tem me dado forças para superar estes momentos.

“O seu exemplo, Presidente Sarney, ficará memorável em nossa história. Um cordial abraço para Marly”.

A 25 de março, José Sarney, no exercício da Presidência da República, no mesmo tom, com franqueza e carinho, encaminhou esta carta ao amigo Tancredo Neves.

“Seu generoso julgamento é motivo de grande orgulho. Melhor recompensa minha modesta vida pública não poderia ter.

“Tenho o seu exemplo de idealismo, honradez, inteligência, sofrimento e humildade para inspirar-me nestes momentos difíceis que, graças a Deus, estão passando. Espero, assim, cumprir com o meu dever.

“Eu, Marly, Roseana, minha mãe e todos da nossa casa, irmanados às famílias brasileiras, estamos orando e fazendo votos pelo seu breve restabelecimento.”

DO REAL PARA O VIRTUAL

Na minha modesta vida de jornalista, começada na metade da década de sessenta do século passado, sempre militei na imprensa gráfica, razão pela qual sou adepto fervoroso do jornal impresso.

Ao longo desse tempo, confesso, nunca admiti conviver com qualquer jornal ou livro que não fosse o produzido em papel.

Ao final da minha vida, estou vendo e com tristeza a comunicação gráfica dar os últimos suspiros e ser substituída por outro tipo de informação social, mais avançada em termos tecnológicos, em função da onipresença da internet, que chegou para ficar e ocupar o lugar de coisas que eu imaginava serem perenes e indestrutíveis como o jornal impresso em papel.

Como tenho pela internet uma absurda rejeição, não sei se serei capaz de a ela adaptar-me ou ajustar-me. Vou fazer um ingente esforço nesse sentido, tendo por lema uma antiga peça de teatro, da autoria de Antônio Bivar, com este quilométrico nome: “O começo é sempre difícil, Cordélia Brasil, vamos tentar outra vez.”

O BICHO DE MANUEL BANDEIRA

Nestes tempos de Bolsonaro, em que o povo está comendo o pão que o diabo amassou, não custa lembrar o poema “O Bicho”, do grande vate pernambucano, Manoel Bandeira.

“Vi ontem um bicho na imundície do pátio catando comida entre detritos.

“Quando achava alguma coisa, não examinava nem cheirava: engolia com voracidade.

 “O bicho não era um cão. Não era um gato. Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem”.  

 FESTA LITERÁRIA DE ITAPECURU

Quem gosta ou aprecia a cultura, não deve perder a IV Festa Literária, que se realiza na minha cidade, promovida pela Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes.

Sem contar com recursos de vulto, a AICLA, pelo quarto ano seguido, mostra que sabe promover eventos culturais diversificados e de interesse do povo maranhense.

O ponto alto do acontecimento literário foi a presença e a palestra do escritor e professor de Sociologia da Unicamp, Mateus Gato, que recentemente lançou em São Paulo o livro Massacre dos Libertos, sobre a obra do poeta maranhense Astolfo Marques.      

FERNANDA MONTENEGRO NA ABL

Recentemente, a Academia Maranhense de Letras recebeu uma pancadaria de críticas porque elegeu o governador Flávio Dino membro da instituição, como se ele não tivesse requisitos morais e culturais para dela fazer parte.

Os que assim pensam, não sabem que a Academia Brasileira de Letras acaba de eleger a atriz Fernanda Montenegro para fazer parte da mais importante Casa da cultura nacional.

 Como é sabido, a nova acadêmica não tem livro escrito e publicado, mas merece fazer parte daquela Instituição por ser uma das mais cultas e preparadas artistas do Brasil.

QUE PAPELÃO!

Nunca, em nenhum momento da vida do nosso país, um presidente da República se comportou de modo tão vergonhoso como Jair Bolsonaro, em Roma, onde teria ido participar da cúpula do G-20.

O presidente brasileiro foi um ilustre ausente do evento, marcando a sua participação como triste e apagada.

Bolsonaro em nenhum momento se fez presente em alguma discussão sobre a questão ambiental do Brasil, limitando-se apenas em fazer turismo na Itália às custas dos recursos públicos.

UM IGNORADO GOVERNADOR

Afinal, o que veio fazer em São Luís, na semana passada, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite?

Como virtual candidato do PSDB a presidente da República, nas eleições de 2022, sua primeira visita ao Maranhão não deveria ter sido tão fugaz e apagada, mormente porque pretende disputar o mais importante cargo público do país.

Pelo visto, a presença do governador gaúcho em terras maranhenses só teve uma finalidade: saber se o vice-governador, Carlos Brandão, o apoiará na convenção do PSDB.

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O PAÍS E O ESTADO DO MARANHÃO

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O que tem a ver um jornal fundado em São Luís a 1º de maio de 1863, com outro que também nasceu na mesma data, em 1975?

O primeiro, veio ao mundo há 158 anos, intitulado de O País e pertencia ao jornalista Temístocles Aranha; o segundo, nascido há 46 anos, com a denominação de O Estado do Maranhão, fundado por dois jornalistas, José Sarney e Bandeira Tribuzi.

Segundo o grande historiador, Jerônimo de Viveiros, nos primeiros tempos de O País, o jornal circulava duas vezes por semana, mas vinte anos depois passou a ser diário e anunciava-se como defensor dos oprimidos, das injustiças, dos sentimentos altruísticos da sociedade e da grandeza e felicidade do Maranhão.

Nos seus primeiros anos de vida, o jornal de Temístocles Aranha, não tinha tipografia própria, com a redação na Rua de Santo Antônio, mas cuidadosamente elaborado com criteriosos artigos e editorais, selecionadas transcrições e interessantes correspondências, magnificamente revistas e impressas, assim relatava mestre Jerônimo.

Já O Estado do Maranhão, antes de ganhar esse nome, era conhecido por Jornal do Dia, que funcionava na Rua de Santana, de propriedade do empresário Alberto Aboud, que vendeu a um grupo de empresários e políticos, encabeçados por José Marão e José Sarney, mas, na metade da década de sessenta do século passado, passou para o domínio integral de Sarney.

O Jornal do Dia, à época, não possuía os equipamentos tecnológicos da comunicação moderna, portanto era produzido e circulava sob o reinado das máquinas de datilografia e das linotipos.

A partir de 1975, o Jornal do Dia deixa de circular, sendo substituído por um veículo de comunicação mais moderno, batizado com o nome de O Estado do Maranhão, com a sua redação no bairro de São Francisco, despojado de equipamentos ultrapassados e substituídos pelo que havia de mais moderno no mundo da tecnologia gráfica.   

Se entre O País e O Estado do Maranhão havia uma coincidência quanto as datas de fundação, também não discrepa com relação aos motivos pelos quais ambos deixaram de circular.

Mais uma vez recorro ao professor Jerônimo de Viveiros e transcrevo o texto no qual o dono de O País deu por encerrado o seu jornal e que tem muito a ver com o fim de O Estado do Maranhão:  “Não deve desaparecer um jornal da natureza deste, sem que o leitor, que já está com ele habituado, seja informado do motivo desta resolução.

“Há muito tempo lutava O País com grandes dificuldades financeiras para manter-se, desde que sua publicação, de três vezes por semana, passou a ser diária, pois duplicou a sua despesa e pequeno aumento teve a receita.

“Isso obrigou-me a sacrifícios enormes, até que, esgotados os meus recursos, veio uma sociedade comandita amparar o jornal.

“ Vendo, porém, eu, depois de um ano de formada a sociedade, que o estado financeiro da empresa não melhorava, dei disto conhecimento aos sócios comandatários, àqueles que tão generosamente me auxiliaram, e a quem a maior gratidão devia; em vista da escrituração que lhes foi apresentada, e do lhes expus, resolvemos suspender circulação do jornal.

“É este o único motivo porque desaparece O País.

“ Não se rompe com hábitos inveterados sem sentir-se grande abalo, não se deixa uma profissão que se exerce, sem a interrupção de um só dia , por mais de vinte anos, sem um profundo sentimento; e assim pode cada um avaliar o que me vai na alma, vendo desaparecer O País, este jornal que criei e que sustentei até o impossível.

“Mas como não há dor sem lenitivo, resta-me a consolação de retirar-me da imprensa sem a ter desonrado, de ter sustentado o jornal no mais elevado nível de conceito público.

“Aos bons e velhos assinantes do País, a todos que o auxiliaram minha eterna gratidão.

“Aos meus companheiros de trabalho, meus amigos, esses honrados operários, que desde a fundação do jornal não desamparam e a seus companheiros de oficina, meu profundo reconhecimento.”            

O MEU INGRESSO NO JORNALISMO

Devo o meu ingresso no jornalismo ao poeta e escritor Bandeira Tribuzi, que conheci nos idos de 1962, quando era o redator-chefe do Jornal do Povo, de propriedade do deputado federal Neiva Moreira.

Ele e eu estávamos registrados como candidatos à Assembleia Legislativa do Maranhão, pelo Partido Social Progressista, nas eleições proporcionais de 1962, e  fazíamos parte de um grupo que costumava se reunir na redação do Jornal do Povo, situado num casarão da Rua da Paz, ou então na Praça João Lisboa, debaixo de uma árvore, apelidada de urucuzeiro, porque, segundo os militares, “abrigava simpatizantes do credo vermelho” e onde pontificavam  figuras humanas de  valor moral e cultural, lideradas por Bandeira Tribuzi e José Mário Santos.

Por causa regime militar, em abril de 1964, o grupo sai de cena e volta a se reunir em 1965, face à eleição ao governo do Maranhão. Uma parte do grupo, liderada por Tribuzi, apoia a candidatura de José Sarney, e a outra, capitaneada por Zé Mário se bandeia para o candidato Renato Archer.

Com a investidura de Sarney no cargo de governador, Tribuzi conquanto perseguido pelos militares, torna-se figura proeminente do novo governo, ao lado de outros valorosos técnicos maranhenses.

Pelas mãos de Joaquim Itapary, depois de receber o sinal verde de Sarney, aportei na Superintendência do Desenvolvimento do Maranhão, órgão com a função de formular estratégias, planos e ações para a construção do Maranhão Novo. 

Tribuzi, além das atividades técnicas, prestadas à Sudema, também, comandava o Jornal do Dia, agora sob o domínio de Sarney. Num dia de 1967, com a conversa girando em torno de jornal e de jornalistas, Tribuzi, a quem eu costumava mostrar os meus aleatórios textos, pergunta-me se topava escrever uma coluna no JD, a respeito de assuntos variados. Sem pestanejar, aceitei o desafio, assumindo a coluna Roda Viva, que comecei com o pseudônimo de J. Amparo.

A coluna, por causa da minha formação política de oposição, fato que me levou à perda do mandato de deputado estadual, em abril de 1964, rapidamente conquistou o público, que, à época, tinha o costume e o prazer de ler os jornais editados em São Luís.

No Jornal do Dia, trabalhei durante dez anos. Depois de certo tempo, abdiquei do pseudônimo e a festejada coluna Roda Viva só deixou de ser publicada por causa de um atrito com o então deputado Alexandre Costa, que não gostou de uma nota divulgada a seu respeito, levando a direção do JD a prestar solidariedade ao político e não ao seu colunista.

 DEPOIS DO JORNAL DO DIA

Ao deixar o jornal de Sarney, o jornalista Adirson Vasconcelos, que dirigia O Imparcial, convidou-me para continuar com a Roda Viva, no matutino dos Associados, onde passei longa temporada até o dia em que bati de frente contra os interesses políticos do jornalista Pires de Sabóia, então candidato a deputado federal pela Arena.

Minha saída de O Imparcial coincidiu com o lançamento de um novo matutino em São Luís, projetado pelo jornalista Cordeiro Filho. Tratava-se de O Jornal, publicado em tamanho tabloide, policromia e sustentado em três pilares: política, sob a minha responsabilidade; polícia, a cargo do jornalista Eloy Cutrim; e esporte, que o jornalista Fernando Sousa redigia.

Quando Antônio Carlos Lima foi chamado por José Sarney para dirigir O Estado do Maranhão, fui convidado para colaborar nas edições de domingos, com matérias sobre fatos e episódios históricos, políticos e culturais do passado maranhense.

Aproveitava, também, para colaborar, com prazer e alegria, com o meu amigo Pergentino Holanda, com notas oportunas e interessantes, as quais, muitas vezes escapavam de seu domínio de jornalista atuante e competente.

Esse convívio com a redação de o Estado do Maranhão, levou o meu amigo, profissional de primeira linha, Ribamar Correia, a convidar-me a escrever a coluna Roda Viva no Caderno Alternativo, nos finais de semana, no lugar do saudoso escritor Carlos Lima, que havia falecido.

De pronto aceitei ao convite de Ribamar Correia, ao qual devo a grande e irrecusável oportunidade de retornar ao convívio jornalístico e de fazer parte de uma equipe de profissionais da melhor categoria e de um veículo de comunicação que ao longo do tempo sempre acompanhou a evolução da tecnologia impressa, mas hoje deixa de circular, abrindo um enorme vazio na vida maranhense e na história de nossa vibrante imprensa.              

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CENTENÁRIO DE ALEXANDRE COSTA

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As novas gerações maranhenses, que ocupam cargos públicos, eletivos ou nomeados, pouco ou nada sabe a respeito de uma das figuras humanas, nascida em Caxias a 13 de outubro de 1921, batizada com o nome de Alexandre Alves Costa, que se ainda estivesse entre nós, teria completando cem anos de vida.

Para quem desconhece a trajetória pública de Alexandre Costa, vale dizer que foi um dos políticos mais bravos, destemidos e corajosos que marcaram presença na cena maranhense, exercendo postos e funções de relevo num período em que as lutas partidárias se travavam com denodo e paixão.

Em 1948, Alexandre concluiu o curso de Engenharia Civil, em Belo Horizonte, mas pouco atuou na profissão, pois o destino reservou a ele a destinação  política, que abraçou em 1950, bandeando-se para o vitorinismo, apoiando e lutando pela candidatura do cunhado, Eugênio Barros , ao governo do Estado, cuja eleição, por causa da fraude eleitoral,  foi contestada nos tribunais pelos líderes oposicionistas, e repelida, nas ruas, pelo povo de São Luís. 

Naquela época de tumulto político, Alexandre Costa foi nomeado para o seu primeiro cargo público: prefeito de São Luís, mas não teve condições de administrar a cidade, face à paralização de todas as atividades públicas e privadas no Maranhão.

Ao cessar o movimento grevista contra a posse de Eugênio Barros, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, o governador nomeou o cunhado para o cargo de secretário do Interior, Justiça e Segurança, onde teve atuação destacada, que o credenciou na sucessão de Eugênio a ser o candidato a vice-governador, na chapa encabeçada pelo médico José de Matos Carvalho, que venceu a eleição majoritária de 1955, mas como a do antecessor, inabilitado a assumir o governo, porque as Oposições Coligadas, novamente impugnaram a vitória do candidato vitorinista.

Enquanto se aguardava a decisão da Justiça Eleitoral, sobre a posse do novo governador e do vice, irrompe na Assembleia Legislativa um movimento de deputados oposicionistas e de  governistas, não afinados com Alexandre Costa, para a revogação da emenda constitucional, que dava direito ao vice-governador eleito de presidir as sessões do Poder Legislativo, a partir de janeiro de 1956, proposta essa que Alexandre, resistiu e conseguiu não ser aprovada.  

Bastaram apenas dois meses depois de empossados governador e vice, a 8 de julho de 1957, por decisão do TSE, tornou-se visível e problemático o  relacionamento político e pessoal entre Matos Carvalho e Alexandre Costa, fato que veio à tona numa viagem do governador ao Rio de Janeiro em setembro de 1957, quando não transmitiu o cargo ao vice, o qual, de seu gabinete, na Assembleia Legislativa, passou a assinar decretos e aprovar leis que contrariavam os interesses do PSD.

A crise só acabou porque Matos Carvalho imediatamente retornou a São Luís e investiu-se no cargo, ato que levou Alexandre Costa a se passar de armas e bagagens para as Oposições Coligadas, tornando-se o candidato a vice-governador, na chapa encabeçada pelo deputado Clodomir Millet, em 1960 e vencida pelo candidato vitorinista, Newton Bello.

Nas eleições de 1962, candidatou-se à Câmara de Deputados pelo PSP, mas ficou na suplência, motivo pelo qual assumiu o lugar de Neiva Moreira, cassado em 1964, pelo regime militar, que Alexandre apoiou ardorosamente e participou ativamente da campanha eleitoral de 1965, que conduziu o deputado José Sarney ao Palácio dos Leões.

Com a introdução no país do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional, concorrendo em 1966 novamente à Câmara dos Deputados.

No pleito de 1970, foi convocado por Sarney para se candidatar ao Senado sendo eleito e reeleito em 1978. Com o fim do bipartidarismo em 1979, filiou-se ao Partido Democrático Social. Com José Sarney na Presidência da República, recebeu convite para governar Brasília, cargo que recusou para não perder o mandato de senador. 

Nas eleições majoritárias de 1986, novamente concorreu ao Senado da República, sendo eleito pelo Partido da Frente Liberal. Em dezembro de 1992, foi nomeado para o cargo de ministro do Interior e Organismos Regionais, pelo presidente Itamar Franco. Pelo desempenho em favor das prefeituras municipais do Maranhão, recebeu expressiva votação para o exercício de seu quarto mandato de senador, no começo do qual foi surpreendido por uma doença de fundo neurológico, que o afastou definitivamente de suas funções parlamentares. No final de agosto de 1998, seu estado de saúde agravou-se e o levou à morte a 29 daquele mês.

COVID E CÂNCER

No Maranhão, depois que a Covid-19 diminuiu a sua força na sociedade, deixando de causar a morte de tantas pessoas, algumas das quais bem quistas e prestadoras de bons serviços à população, eis que outra perniciosa doença passou a atacar de modo impiedoso os maranhenses.

Trata-se do câncer, que, nos últimos meses, tem tirado do nosso meio social um bom número figuras humanas conhecidas e que deixaram saudades pelo modo como atuavam e praticavam ações dignas na vida privada ou pública do Maranhão.   

 TROCA DE MINISTROS

Há três meses, o presidente Jair Bolsonaro indicou o seu ex-ministro da Justiça, André Mendonça, para a vaga do ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, mas até hoje o Senado não o sabatinou, condição indispensável para integrar a mais alta Casa do Poder Judiciário.

Sugestão para o impasse ser resolvido: o presidente da República trocar a indicação de um “ministro terrivelmente evangélico”, por um ministro terrivelmente católico.

LINHA DE CRÉDITO

Com o custo de vida cada vez mais subindo e fazendo com que grande parte da nossa população, à falta de recursos, esteja passando fome, corre a notícia de que a Caixa Econômica pensa abrir uma nova linha de crédito e com uma destinação específica.

Permitir que a grande maioria do povo tenha condições de ter carne na mesa e possa pagar a conta de luz com juros especiais e parcelamento em dez vezes.

CRUZEIROS MARÍTIMOS

Anuncia-se que ainda este ano, os cruzeiros marítimos deverão retornar à costa brasileira, presenças suspensas pela pandemia e quando estavam em alta no país.

A partir de novembro, acredita-se que os cruzeiros marítimos, que incrementaram bastante o turismo no nordeste brasileiro, retornem à atividade.

Está na hora do setor do governo maranhense, a quem cabe fomentar o nosso turismo, entrar em ação e com firmeza e competência incluir São Luís no roteiro dos cruzeiros marítimos.

DE OLHO NA AML

Nesta quinta-feira, 21 de outubro, intelectuais e políticos estarão com as vistas voltadas para a Academia Maranhense de Letras.

Naquele dia, às 17 horas, não o governador, mas o homem de cultura, Flávio Dino, disputará com quatro concorrentes, o direito de fazer parte da mais importante instituição cultural do Maranhão.

Pelos entendidos em eleições acadêmicas, Flávio Dino é o favorito no pleito. 

PONTA PÉ NO VANDALISMO

A convite da estimada e competente amiga, Kátia Bogéa, que preside a Fundação do Patrimônio Histórico da Prefeitura de São Luís, marquei presença no evento público, na Praça Benedito Leite, presidido pelo prefeito, Eduardo Braide.

O evento marcava a deflagração de um projeto com o propósito de combater o vandalismo reinante nesta cidade e também voltado para sensibilizar a população da necessidade imperiosa de preservar e cuidar do patrimônio histórico de São Luís.

PALMAS PARA O PREFEITO

Gostei e bato palmas ao prefeito de São Luís, Eduardo Braide, que na sua oração ao referir-se a Benedito Leite, com segurança e propriedade, traçou um breve perfil de um homem público que teve por um longo tempo presença marcante na vida pública maranhense.

Espero que o comportamento do prefeito se repita sempre em ocasiões como aquela, pois informa sobre a ação da prefeitura e do significado da obra para a sociedade, principalmente de fundo histórico ou de natureza relevante. 

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O PRIMEIRO VOTO A GENTE NUNCA ESQUECE

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Durante alguns anos, as eleições majoritárias e proporcionais no Brasil eram realizadas simultaneamente no dia 3 de outubro.  

Uma das grandes frustações da minha vida é a de não ter votado pela primeira vez na minha cidade natal-Itapecuru, porque ao completar a idade para  participar do processo eleitoral, morava no Rio de Janeiro, onde estudava para ingressar no curso superior,  depois de concluído o ensino secundário em São Luís, no Liceu Maranhense.

Como aportei no Rio de Janeiro no começo de 1960, foi naquela cidade, que dava os últimos suspiros como a capital da República, que completei a idade legal para alistar-me eleitoralmente e poder votar no pleito marcado para 3 de outubro de 1960, com vistas à sucessão do presidente Juscelino Kubitscheck e disputado pelos candidatos Jânio Quadros (UDN), Henrique Lott (PSD-PTB) e Ademar de Barros (PSP), tendo como vices, respectivamente,  Milton Campos, João Goulart e Fernando Ferrari.

Com o meu título eleitoral em mãos e devidamente       

apto a votar nas eleições presidenciais, acompanhei presencialmente a campanha eleitoral travada no Rio de Janeiro entre os dois candidatos eleitoralmente mais fortes: Jânio Quadros e Henrique Lott. Se o primeiro era apoiado pela fina flor dos políticos da direita e denominados , à época, de entreguistas, porque se afinavam com capitalismo americano,  o segundo, um anticomunista de primeira linha, sustentava-se politicamente na esquerda, em função de sua tendência democrática e legalista, na medida em que impediu um golpe de Estado, desencadeado pela UDN, após o suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas.

Nessa guerra política-ideológica, optei pela candidatura do íntegro militar do Exército brasileiro, que embora não tivesse o maquiavelismo político do opositor, era um candidato em que o eleitor consciente podia ter a certeza de, como chefe da Nação, seria correto, honesto e convicto das necessidades e do momento pelo qual o Brasil atravessava.

No Rio de Janeiro, onde uma aguerrida campanha eleitoral se realizava entre o nacionalismo e o entreguismo ou entre a espada, símbolo da candidatura de Lott, e a vassourinha, ícone do candidato Jânio Quadros, eu sempre comparecia aos comícios nos principais bairros cariocas, que, invariavelmente, terminavam em pancadaria.

A união do lacerdismo com o janismo não conseguiu derrotar o candidato Henrique Lott, no Rio de Janeiro, mas, para a tristeza dos nacionalistas, o marechal não suplantou o seu principal opositor na votação a nível nacional.

Resultado desse eloquente equívoco eleitoral: em agosto de 1961, poucos meses após a investidura de Jânio Quadros, no Palácio do Planalto, mostrou não ter equilíbrio emocional para o exercício do importante cargo, renunciando à Presidência da República e por pouco não leva o país a uma conflagração nacional.

Em 1960, com a transferência da Capital do Brasil, do Rio de Janeiro para Brasília, na Cidade Maravilhosa houve também eleição para governador do novo estado, batizado com o nome de Guanabara, disputada entre os candidatos Carlos Lacerda, da UDN, e Sérgio Magalhães, do PTB, ganha pelo primeiro, mas contra o meu voto.

Em tempo: no Maranhão, no pleito de 1960, o general Lott, apoiado pelo PSD-PTB, suplantou em muito a votação de Jânio. Para o governo do Estado, o vitorioso foi o vitorinista, Newton Bello, que derrotou por larga margem de votos o candidato oposicionista, Clodomir Millet, do PSP, eleição na qual a fraude eleitoral deitou e rolou.

ENCONTRO DE ALTO NÍVEL

Nesta última terça-feira, o ex-presidente José Sarney recebeu um telefonema do governador Flávio Dino, que desejava visitá-lo.

Educado e sem rancores de natureza pessoal ou política, Sarney recebeu Flávio, no final daquela tarde, para comunicar ao decano da Academia Maranhense de Letras da sua candidatura àquela Casa, dizendo-lhe, ademais, da honra e da felicidade se contasse com o seu voto acadêmico.

Durante o tempo em que Flávio ficou na casa de Sarney, a conversa não girou em torno de política, mas de literatura, história e São Luís como patrimônio cultural da humanidade.      

SISTEMA FECOMÉRCIO

Depois de mais de trinta anos dirigindo a Federação do Comércio do Maranhão, o SESC e o SENAC, o empresário José Arteiro, pretende pendurar as chuteiras.

Em maio de 2022, quando se dará o processo sucessório no Sistema Fecomércio, Arteiro, fará questão de passar o cargo ao empresário que disputará e vencer as eleições.

MARIA SAMPAIO

Este final de ano em Itapecuru não será igual aos passados.

Aquela festa popular, que na noite de 31 de dezembro se misturava com o primeiro dia do ano novo, tinha na figura poética e folclórica de Maria Sampaio, a principal animadora, pois ela mobilizava a população para uma noitada rica de música, comida e bebida.

Isso acontecia infalivelmente todos os anos, com a participação de orquestras e manifestações folclóricas, destacando-se o tambor de crioula, que se alternavam ao longo da noite e só acabava quando o sol raiava em toda a plenitude.

O meu pai, Abdala, e eu sempre fizemos questão de participar financeiramente daquele festejo.   

FESTA DOS AMIGOS

Em virtude da pandemia, não aconteceu no ano passado a tradicional Festa dos Amigos, que o engenheiro Mauro Fecury realiza há mais de vinte anos no Ceuma.

Este ano, o fraternal e festivo evento, que reúne amigos de antigas e novas gerações, acontecerá com a mesma pompa dos anos anteriores, mas obedecendo aos protocolos recomendados pelas autoridades sanitárias.

A Festa dos Amigos de 2021 se realizará no segundo sábado de dezembro, dia 11, com a presença de um cantor de fama nacional. 

HANG E TIM MAIA

Quando na CPI do Senado o empresário bolsonarista, Luciano Hang, disse que não é negacionista, nunca propagou fake news e jamais recomendou a cloroquina para uso contra a Covid, lembrei-me imediatamente do saudoso cantor Tim Maia, que gostava de proclamar em alto e bom

 som: – Eu não fumo, não bebo e não cheiro. Só minto um pouquinho. 

DIA DA LITERATURA MARANHENSE

Eu não conheço pessoalmente o deputado estadual, Marco Aurélio, do PC do B, mas fiz questão de na última reunião da Academia Maranhense de Letras, de elogiá-lo pelo projeto apresentado na Assembleia Legislativa, que instituiu o Dia Estadual da Literatura Maranhense.

Pela proposta do parlamentar, a comemoração do evento será a 10 de agosto, em homenagem ao nascimento do poeta Gonçalves Dias e da fundação da Academia Maranhense de Letras.

Só por causa desse projeto, o deputado Marco Aurélio merece ser reeleito.

TEMPOS DE BOLSONARO

Nos tempos atuais, em que a ciência e a tecnologia mudaram completamente e para melhor o modo de vida da população, vivemos no Brasil um terrível e insuportável retrocesso.

Por conta disso, grande parte da sociedade brasileira, que já havia abandonado certas condutas e comportamentos, começa a retornar a um passado ultrapassado e abolido, como a troca da iluminação elétrica por lamparina a querosene, o gás de cozinha por carvão e lenha, e da água encanada pela de poço.

JOÃO ALBERTO EM AÇÃO

Quem pensa que o ex-senador João Alberto abandonou completamente a política, equivocou-se.

Conquanto não seja candidato a qualquer cargo eletivo, continua em ação, principalmente no interior do Estado, correndo atrás de votos para reeleger o filho João Marcelo a deputado federal.

Apesar de longevo, João Alberto mostra fôlego e vontade de vencer mais essa etapa política, agora, em favor de seu sucessor. 

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FLÁVIO DINO E OS ACADÊMICOS

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Flávio Dino, não como governador, mas como figura humana e intelectual, viveu, na semana passada, uma inédita experiência de vida.

Ele que, nos últimos tempos, em função do exercício de atividades governamentais, só se encontra ou mantém diálogos com personalidades públicas e privadas, com as quais trata de demandas atinentes ao desempenho da máquina administrativa ou de assuntos relativos ao mundo político e partidário, resolveu fugir por algumas horas dessas rotineiras e enfadonhas conversas, para um encontro agradável e descontraído com os membros da Academia Maranhense de Letras.

Nesse encontro, Flávio Dino, não o governador, mas o intelectual, procurou se aproximar dos acadêmicos que fazem parte da Casa de Antônio Lobo, alguns, conhecidos, outros, apresentados na oportunidade, não para dialogar sobre os candidatos à sua sucessão ao governo do Estado, mas sobre um desejo incontido na sua alma de homem de cultura, sentimento que acontece num momento de amor e de saudade.

Aquela fraterna reunião com os membros da Casa de Antônio Lobo, realizada num clima completamente desprovido de aparatos institucionais, teve como pano de fundo as eleições para a vaga aberta com o falecimento do inesquecível acadêmico Sálvio Dino, que ocupou a Cadeira 31, patroneada por Vespasiano Ramos e fundada por Mariana Luz.

 Com a eloquência que lhe é peculiar e detentor de uma cultura sólida e eclética, Flávio Dino de maneira aberta e sincera disse aos acadêmicos, que estava ali para expressar de corpo e alma o desejo de integrar a Academia Maranhense de Letras, para nela dar continuidade do que herdou dos antecessores, principalmente do avô, o historiador e desembargador Nicolau Dino, e do pai, o poeta e cronista Sálvio Dino, figuras que legaram às nossas letras páginas marcadas pela cultura e pela projeção cenário literário do Maranhão.

Como candidato à imortalidade, Flávio disse ainda que desejava ser acadêmico, não por ostentação ou vaidade, mas, aprender com todos os que, ao longo do tempo, emprestaram seus talentos intelectuais para a AML, especialmente os seus atuais membros, que honram as tradições culturais de nosso Estado.

Ao final, também não esqueceu de pontuar que o seu desejo, como acadêmico, é o de ter uma convivência fraterna, harmônica e sempre de colaboração produtiva para engrandecer a instituição, a cultura da nossa terra e contribuir para que os direitos à educação cheguem a todos os maranhenses.  

Depois da sua brilhante oração, em que não pediu voto para ninguém, Flávio Dino deixou impregnado no sentimento dos acadêmicos de que, pela sua inteligência e cultura, é o candidato dotado de todas as condições para preencher a vaga que durante bom tempo teve à frente o filho, Sálvio Dino, que, como seguidor de seus passos, tem  apresentado e produzido uma quantidade de trabalhos e artigos, divulgados em periódicos culturais e livros acadêmicos.      

Em tempo: dos acadêmicos presentes à reunião, a escritora Ana Luíza Ferro tomou a iniciativa de adiantar a Flávio Dino, como muita franqueza e sinceridade, que nele não poderia votar, pois já havia se comprometido a sufragar o nome do professor Rossini Correa, também, candidato à Cadeira 31.

GASTÃO E CONGRESSO EM FOCO

Enquanto a grande maioria da representação do Maranhão no Congresso Nacional, salvo melhor juízo, pensa mais nas eleições do que nas gerações, há, felizmente, um deputado que caminha na contra mão dessa máxima.

Trata-se do deputado Gastão Vieira, que em vez de se preocupar com o incremento de seu patrimônio particular, volta as suas vistas principalmente para as causas educacionais, fato que o leva a ser indicado, pela sua boa atuação parlamentar, a mais uma vez receber o prêmio Congresso em Foco.

POSSES REMARCADAS

Finalmente os congressistas decidiram aprovar no bojo da recente Reforma Eleitoral a mudança das posses do Presidente da República, governadores e prefeitos.

A partir dos próximos mandatos, os chefes da Nação, governadores e prefeitos continuarão assumindo em janeiro, mas, em vez do primeiro dia do ano, serão empossados, respectivamente, em datas separadas:  6, 7 e 8 daquele mês.

CENTRO CAIXEIRAL E CURSO JURÍDICO

Mais uma boa e louvada iniciativa do governador Flávio Dino, no sentido de reviver o Centro Histórico.

O Estado adquiriu dos herdeiros, o amplo e estratégico imóvel, localizado na Praça Benedito Leite, onde funcionava o Centro Caixeiral.

Naquele prédio, a ser literalmente reformado, funcionará o Curso de Direito, da Universidade Estadual do Maranhão.

UMA RICA PARLAMENTAR

Na Assembleia Legislativa, alguns deputados fizeram um levantamento sobre o parlamentar dotado de maior patrimônio no Maranhão.

Depois de muitos questionamentos e observações, chegaram a uma verdade incontestável: na Assembleia Legislativa, quem dispõe de maior patrimônio físico e financeiro no Maranhão é uma parlamentar.

O patrimônio, construído em conjunto com o saudoso marido, foi multiplicado pela parlamentar que soube administrá-lo de modo competente.

JANTAR DE RESISTÊNCIA

Afinal, uma boa ação realizada pelo senador Weverton Rocha, em Brasília, merece elogios da parte até de quem não reza na sua cartilha e não deseja, como eu, ver sua candidatura a governador ser bem-sucedida.

De acordo com a revista Veja, o político maranhense reuniu em sua casa, em Brasília, sob os auspícios de um lauto rega-bofe, um grupo de senadores de vários partidos, para barrar o trânsito dos projetos de Jair Bolsonaro naquela Casa do Congresso Nacional.

 CONFUSÃO DE CORPUS

O deputado estadual Marco Aurélio do PC do B, está confundindo Habeas Corpus com Corpus Christi.

Ele aprovou na Assembleia Legislativa, um projeto de sua autoria, restabelecendo como feriado estadual o Dia de Corpus Christi, ato que as classes produtoras do Maranhão já conseguiram na Justiça suprimi-lo da relação dos feriados religiosos.

FORA DA FÓRMULA

É com tristeza que vemos de vez em quando o ex-piloto de Fórmula Um, Nelson Piquet se apresentar como motorista do Presidente Jair Bolsonaro, em São Paulo.

Como se não bastasse, é com indignação que se ouve falar da presença dos filhos de Piquet, praticando corridas inadequadas e prejudiciais às dunas de Santo Amaro.         

  REVISTA SABIAR

É com alegria e otimismo que vejo circular em São Luís uma revista de alto nível cultural e de bela apresentação gráfica.

Trata-se de SABIAR, que não fica atrás de qualquer outra revista produzida a nível nacional e do mesmo gênero cultural.

Há muitos anos, em São Luís, não circulava uma revista tão bem feita, repito, do ponto de vista gráfico, e tão rica de conteúdo cultural, como Sabiar, que tem à frente um Conselho Editorial de peso intelectual e um editor do nível de Alex Palhano.  

CONTATOS COM SARNEY

Impressionante a quantidade de jatinhos particulares, principalmente de políticos, que tem pousado no aeroporto do Tirirical, nos últimos meses.

São políticos de ontem e de hoje que procuram o ex-presidente José Sarney, para conversar, receber conselhos ou trocar informações sobre a situação política nacional.

Sábado passado, desembarcaram em São Luís, vindos em jatinho particular, o senador Jader Barbalho e o governador do Pará, Jader Barbalho Filho, para uma conversa com Sarney.

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A RENÚNCIA DE MAGNO BACELAR DA PRESIDÊNCIA DA ASSEMBLEIA

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O empresário Magno Bacelar ocupou ao longo da vida pública cargos importantes no Maranhão, quase todos eleitos pelo povo, destacando-se os de deputado estadual, deputado federal, vice e prefeito de São Luís, suplente e senador da República e prefeito de sua terra natal, Coelho Neto. Também foi nomeado para Chefe da Casa Civil e Secretário de Educação do Estado, no mandato do governador Pedro Neiva de Santana.

Nas eleições proporcionais de 1965, quando José Sarney se elegeu governador do Estado do Maranhão, Magno se reelegeu deputado à Assembleia Legislativa pelo PSD, mas a 27 de outubro de 1965, quando o regime militar se encontrava no poder, o pluripartidarismo foi extinto e, com base no Ato Institucional nº 2, nasceu o bipartidarismo, com a criação da Arena – Aliança Renovadora Nacional, de apoio ao governo,  e do MDB – Movimento Democrático Brasileiro, de oposição ao regime militar.

Em maio de 1966, quando da eleição da Mesa Diretora do Poder Legislativo, Magno Bacelar tornou-se o epicentro de uma crise política, porque o MDB, ainda sob o comando do governador Newton Bello, conseguiu expressiva maioria parlamentar, elegendo Magno o novo presidente do Parlamento do Estado, ato não bem visto pelo comando da 10ª Região Militar, sediado em Fortaleza.

Menos de 24 horas da eleição de Magno, desembarcou no aeroporto do Tirirical um grupo de oficiais do Exército, vindos de Fortaleza, com a finalidade de depor Magno Bacelar da presidência da Assembleia Legislativa, sob o pretexto de ele não ser do mesmo partido do governador José Sarney, dicotomia essa que poderia gerar conflitos entre os Poderes Executivo e Legislativo e pela suposição de não estar alinhado com o ideário revolucionário.

O deputado Magno Bacelar e os companheiros do MDB tentaram resistir às pressões dos militares, mas estes em nome dos altos escalões da 10ª RM, continuaram exigindo o cumprimento de uma ordem, que, depois de longas conversações, terminou sendo acatada pelos parlamentares que resistiam ao descabido ato de força. Pressionado e ameaçado até de perder o mandato, Magno renunciou à presidência da Assembleia, obrigando-se ademais a filiar-se com outros companheiros do MDB à Arena, que era minoria no plenário, mas de repente virou maioria e dando número para o deputado Osvaldo da Costa Nunes Freire ser eleito  presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão e a Arena ficar majoritária no plenário.

O MARANHÃO MAIS INFELIZ

No último domingo, dois eméritos articulistas de O Globo, do Rio de Janeiro, escreveram a respeito da “indicação do senador maranhense Weverton Rocha, para relator do projeto que abre brecha na Lei de Improbidade Administrativa.”

O primeiro, Merval Pereira, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, revelou que “logo Weverton que é réu em ação civil de improbidade e em ação penal por peculato, mostrando que o Congresso está aprovando projetos que mostram o combate à corrupção sem o menor pudor”.   

O segundo, professor Roberto Livianu, procurador da Justiça em São Paulo, afirma que a Lei de Improbidade Administrativa está agora na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, onde o relator, Weverton Rocha, a partir de sombrias e insondáveis ramificações do compadrio político, é um senador que responde a processo criminal por corrupção e  protagonista da histórica sessão de estralhaçamento  das 10  Medidas contra a Corrupção, que 24 horas depois de escolhido, já apresentava relatório de 33 páginas e desprezando as emendas apresentadas”. 

A CONSTITUIÇÃO DE DOIS ARTIGOS

Quando vejo essas barbaridades praticadas pelos nossos representantes no Congresso Nacional, não posso esquecer o saudoso poeta Capistrano de Abreu, que dizia que a Constituição do Brasil só deveria ter dois artigos.

O primeiro: Todo brasileiro é obrigado a ter vergonha na cara. O segundo: Revogam-se as disposições em contrário.

NELSON, BOM DE VOTO

Com menos de 15 dias para as eleições à Academia Caxiense de Letras, Nelson Almada Lima, decidiu inscrever-se para substituir um dileto amigo naquele sodalício.

Dos cinco candidatos inscritos, Nelson foi o mais votado, revelando assim o seu bom cacife eleitoral.

Os amigos do novo imortal caxiense estão em preparativos para marcar presença na sua solenidade de posse.

MARANHENSE CRITICA BOLSONARO

O maranhense Luiz Thadeu Nunes e Silva não teve dó e nem piedade do Presidente Jair Bolsonaro, nessa sua recente viagem a Nova York.

Em mensagem publicada no jornal O Globo, o nosso conterrâneo assim se manifestou: “Vejo a foto do Presidente da República de meu país, de manga de camisa, cercado de altas autoridades de seu governo, comendo pizza em uma rua de Nova York, por não poder entrar num restaurante da cidade, pois há um decreto proibindo a entrada de pessoa não vacinada em estabelecimento fechado”.

Assino em baixo.   

JOSIMAR E BOLSONARO

Um político maranhense, que já dialogou com o Presidente da República, sobre a sucessão do governador Flávio Dino, afirma que dos candidatos com quem conversou o que mais lhe agradou foi o deputado federal Josimar do Maranhãozinho.

Dizem que a conversa travou-se no mais alto nível intelectual.

Como dizia o sagaz senador Vitorino Freire: – Aguenta Maranhão Velho.

VOLUNTÁRIOS DA MEMÓRIA

A pandemia reinante no Brasil, não impediu o desembargador Lourival Serejo realizar uma louvável gestão na presidência do Tribunal de Justiça do Maranhão, sobretudo no que diz respeito à conservação da memória daquele Poder.

Quem participou do ato de inauguração do Museu do Tribunal de Justiça, na tarde-noite da última quarta-feira, saiu dali empolgado com o trabalho do atual chefe do TJ, principalmente com relação aos documentos e fotos históricos expostos, nos quais a memória da Justiça do Maranhão resplandece em toda plenitude.

Para coroar o belo trabalho do presidente do TJ, deu-se o lançamento do projeto “Voluntários da Memória”, com a finalidade de arrecadar doações que ajudem a contar a significativa história da nossa Corte de Justiça.

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200 ANOS DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

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No ano vindouro, a não ser que o Presidente da República, Jair Bolsonaro, atrapalhe, o Brasil completa 200 anos da sua Independência de Portugal.

Para o Maranhão participar festivamente da efeméride, o governador Flávio Dino assinou decreto criando uma Comissão Estadual, com o objetivo de planejar e coordenar as comemorações alusivas aos 200 anos de Declaração de Independência do Brasil, tendo como tema “Brasil, Livre, Justo e Soberano”.

Pelo decreto, as comemorações serão executadas por meio de eventos culturais, apoio a obras de autores maranhenses, que versem sobre o tema, concursos de redação, seminários e aulas especiais.

Devem participar da Comissão Estadual, um representante das Secretarias de Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e Inovação e da Academia Maranhense de Letras.

Sobre o assunto, convém lembrar que o Governo do Maranhão, mandou preparar um álbum de luxo, lançado nas comemorações do primeiro centenário da Adesão do Maranhão à Independência do Brasil.

O álbum, lançado em setembro de 1923, quando governava o Estado do Maranhão o intelectual e um dos fundadores da Academia Maranhense de Letras, Godofredo Mendes Viana.

Publicado pela Gráfica Amazônia, de Belém do Pará, o álbum é rico em fotografias nada coloridas, mostrando os setores público e privado do Maranhão, que juntos procuravam encontrar o caminho do progresso com a instalação de fábricas de tecidos de modesta qualidade, bem como agilizavam ações para a exportação de produtos da economia primária para centros mais adiantados.

Com mais de duzentas páginas, retratava em toda plenitude a presença dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e das pessoas que ocupavam os principais cargos públicos do Maranhão, sem esquecer de realçar a vida em São Luís, com suas praças, ruas, avenidas e os encantadores sobrados, que dominavam o centro urbano da capital maranhense, à época, ainda com pouca extensão suburbana.

Também trazia informações e fotografias dos municípios maranhenses, que em 1923 giravam em torno de cinquenta, alguns dos quais com nomes hoje desconhecidos, a exemplo de Curralinho, Flores, Macapá, Miritiba, Picos e Monte Alegre.

O decreto do governador Flávio Dino precisa ser explicitado se os eventos promovidos pelo Governo do Estado, estarão voltados para os 200 anos da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, bem como para a Adesão do Maranhão à Independência, ato que aconteceu a 28 de julho de 1823.

Enquanto se aguarda a palavra do governador sobre a polêmica questão, com a palavra os historiadores sobre o motivo que levou o Maranhão a aderir à Independência quase um ano depois do Grito do Ipiranga.

A razão principal dessa demora: o total domínio dos portugueses no Maranhão, inclusive, quanto à presença humana, daí porque bravamente lutavam para ficar subordinados aos ditames e às ordens do Rei de Portugal.  

Essa luta demorou quase um ano, pois a Junta Provisória e Administrativa que governava o Maranhão, presidida pelo bispo Dom Joaquim de Nazaré, também desconhecia a autoridade de Dom Pedro I e ainda prestava juramento de fidelidade à Constituição de Portugal e à Casa de Bragança, ato não reconhecido pela grande maioria dos maranhenses, que, com a ajuda dos independentes cearenses e piauienses, deflagraram em Caxias ações para alcançar São Luís. A vila de Itapecuru, pela sua posição estratégica, tornou-se o teatro dos embates entre as forças maranhenses e as leais a Portugal.     

O historiador Luís Antônio Vieira da Silva registra no livro História da Independência da Província do Maranhão, que “o coronel José Felix Pereira de Burgos, que comandava as tropas maranhenses contra os portugueses, que cometiam roubos e assassinatos, receoso de que aquela anarquia tomasse conta da Província, achou prudente instalar naquela vila, os governos municipal, civil e militar, visto achar-se cortada a comunicação com São Luís, que ainda se mantinha sujeita às ordens de Portugal”.

O professor Mário Meireles afirma também que no dia 18 de julho de 1823, Burgos reúne a Câmara de Itapecuru e resolve a 20 proclamar a Adesão do Maranhão à Independência e jurar fidelidade a Dom Pedro, sem esquecer de eleger uma Junta Provisória Independente para a Província, formado por oito membros, cinco daquela vila e três de São Luís, ato que foi formalizado no dia 28 de julho de 1823, no Palácio do Governo.

Sem querer puxar brasa para a minha terra, foi em Itapecuru que a 20 de julho de 1823 o Maranhão começou a se libertar de Portugal.

O ÚLTIMO DOS MOICANOS

Nas eleições de outubro de 1962, para a renovação da composição da Assembleia Legislativa do Maranhão, foram eleitos 42 deputados. Os governistas: José Pereira dos Santos, Raimundo Bogéa, José Henrique Belo, Baima Serra, Ribamar Dominice, Lauro Barbosa, Orleans Brandão, Magno Bacelar, Travassos Furtado, Francisco Sá, Santos Neto, Raimundo Sá, Temístocles Teixeira, Telêmaco Ribeiro, Turíbio Rocha Santos, Aldenir Silva, Euclides Neiva, Adail Carneiro, Frederico Leda, Oswaldo Campos, Henrique Schalcher e Newton Serra.

Os oposicionistas: Wilson Marques, Antônio Bento Farias, Francisco Figueiredo, Biló Murad, Benedito Buzar, Antônio Dino, Antenor Abreu, Sálvio Dino, Ivaldo Perdigão, Evandro Sarney, Manoel Gomes e José Mário Carvalho.

Os “independentes”: Bernardo Almeida, Ariston Costa, João Jorge, Acrísio Viégas e Sandes Macedo.

Com as mortes recentes de Sálvio Dino e de Magno Bacelar, só existe um sobrevivente daquela fornada política: eu, Benedito Bogéa Buzar.

Graças a Deus, continuo firme e forte e espero viver mais um bom tempo, para continuar a escrever sobre atos e fatos da política maranhense aos meus leitores, ver a minha neta Luiza crescer e viver em paz e saúde com Solange. Por isso, rezem por mim.

DE HAICKEL SOBRE MAGNO

Trecho de uma manifestação real e saudosa de Joaquim Haickel sobre Magno Bacelar, que eu assino em baixo: “Na história contemporânea do Maranhão, não conheço ninguém que, pessoalmente, tenha sido tão nobre, tenha tido tanto prestígio, fama, dinheiro e poder como Magno Bacelar, que ao perder tudo isso tenha se portado de maneira tão decente, discreta e humilde. Para mim, Magno Bacelar será para sempre o melhor exemplo de como se deve encarar o poder.”    

DE BOLSONARO A SARNEY

Depois daquele triste papelão, protagonizado por Jair Bolsonaro, no dia 7 de setembro, quando deixou os brasileiros estupefatos e revoltados, diante das sandices proferidas em Brasília e São Paulo, o Presidente da República, aconselhado pelo ex-presidente Michel Temer, lançou um manifesto à Nação, no qual pediu desculpas aos brasileiros.

Para o ex-presidente José Sarney, que se encontra em São Luís, Bolsonaro fez questão de falar pelo telefone e pediu a sua opinião sobre o manifesto de arrependimento pelas palavras e ações ditas e praticadas naquele sinistro dia.

Sarney, pela boa índole e ser um político da paz, louvou a iniciativa.

 DONA HILDA BOGÉA

Eu presenciei o encontro de dona Hilda Bogéa com o ex-presidente José Sarney e não sei quem ficou mais emocionado.

Amigos no passado, não se viam há mais de cinquenta anos, por causa de desentendimentos entre o marido dela, Ribamar Bogéa, e o então governador José Sarney.

Participaram, também, do encontro, os netos de Dona Hilda, Natália e o escrito Vinicius Bogéa, que ofertou ao ex-presidente, romances de sua autoria.  

TAMEM E TEMER

Libertas quae sera tamem, frase latina que traduzida para o português, significa Liberdade ainda que tardia, proposta pelos inconfidentes para marcar a bandeira que idealizaram na Capitania de Minas Gerais, no final do século XVIII.

Libertas que serás Temer, frase dita por Jair Bolsonaro e endereçada ao ex-presidente da República Michel Temer, que o aconselhou a fazer um manifesto ao povo brasileiro, depois daquela patacoada de 7 de setembro recente.

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LEMBRAI-VOS DO CAPITÃO ANTONIO ALVES GONDIM

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Os governadores estaduais estão de olhos abertos e atentos aos movimentos de insubordinação, que possam ocorrer nas polícias militares, no dia 7 de setembro em todo o país, em apoio às atitudes insensatas do presidente Jair Bolsonaro.

No Maranhão, ainda que até agora não haja pipocado qualquer manifestação, isolada ou de grupo  militar, em apoio ao presidente da República, o governador Flávio Dino, pelo que se sabe, está alerta e acompanhando com o mais vivo interesse tudo que se passa nas hostes da Polícia Militar do Estado, para não ser surpreendido por alguma ação ou ato de indisciplina da tropa.

Se o governador assim procede, é para não ser assaltado pelo acontecido na madrugada de 3 de maio de 1956, quando os inquilinos do Palácio dos Leões, destacando-se o governador interino Eurico Ribeiro e o senador Vitorino Freire, bem como os moradores das ruas limítrofes à sede do Governo do Estado, foram despertados por um intenso tiroteio e uma incessante movimentação da guarda palaciana, que procurava a todo custo deter uma quartelada, chefiada pelo capitão da Polícia Militar, Antônio Alves Gondim, cujo escopo era invadir a sede do Governo do Estado e prender os que tentavam resistir àquela intentona.

 O jovem e corajoso oficial da PME, em outras oportunidades, já havia revelado o seu lado político como adepto das forças oposicionistas, tanto que em diversas ocasiões já cumprira pena de prisão por se envolver em questões de natureza partidária.

O auge da revolta do capitão Alves Gondim contra as forças governistas deu-se quando o jovem deputado Eurico Ribeiro foi convocado para assumir interinamente o comando do governo do Estado, enquanto se aguardava o pronunciamento da Justiça Eleitoral com respeito à eleição do candidato Matos Carvalho, que, como a de Eugênio Barros, fora literalmente contestada pelas Oposições Coligadas.

Revoltado com a situação, o capitão Gondim articulou-se com um grupo político oposicionista na execução de um plano para extorquir a força do Palácio dos Leões o governador interino e o senador Vitorino Freire, ali hospedado.

Na madrugada de 3 de maio, depois de convencer alguns policiais do seu intento, soldados, cabos e sargentos de sua confiança, partiu rumo ao Palácio dos Leões, com as armas disponíveis. 

Mas a operação não obteve êxito porque um sargento conhecido como Piauí e alguns soldados a ele subordinados, conseguiram fugir do quartel e alcançaram a guarda palaciana, que imediatamente abriu fogo contra os comandados do capitão Gondim, que tiveram de recuar e fugir para não serem presos.

Para não mostrar fraqueza, o autor da conspiração subiu num telhado de uma casa, de onde continuava a disparar tiros na ânsia de alvejar os que se encontravam no Palácio dos Leões, principalmente o governador interino Eurico Ribeiro e o senador Vitorino Freire, que, mesmo ameaçados de morte, conseguiram se entender  com o coronel Humberto Amorim, comandante da Polícia Militar, que junto com oficiais de sua confiança – Eurípedes Bezerra, Jan Buhaten, Emílio Vieira, Sadock e Braga, amigos de Gondim conseguiram convencê-lo a depor as armas e de ficar sob a responsabilidade do 24º Batalhão de Caçadores, para não sofrer represálias do comando da PM.

O ministro da Guerra, general Henrique Lott, e da Justiça, Nereu Ramos, ao serem comunicado do ato e do fato, orientaram os comandantes da 10ª Região Militar e do 24º Batalhão de Caçadores a colocar as tropas federais de prontidão.

Depois da malfadada quartelada, restava colocar em liberdade o capitão Alves Gondim, que a imprensa oposicionista transformou em herói e fez um movimento para o Tribunal de Justiça conceder-lhe o habeas corpus, o qual, depois de idas e vindas, no dia 11 de junho de 1956, por quatro votos a três,  ganhou a liberdade.

Votaram a favor os desembargadores Sarney Costa, Walfredo Lima, Acrísio Rebelo e Eugênio de Lima; contra os desembargadores Tácito Caldas, Nicolau Dino e Fausto Fernandes.

Com a liberdade de Gondim, as Oposições ganharam uma nova liderança política em São Luís, que o levaram a ser candidato a deputado estadual pelo PSP e vitorioso em vários pleitos.

DOCUMENTÁRIO SOBRE NEIVA

Passou alguns dias em São Luís a cineasta gaúcha, Márcia Schmidt, diretora e produtora de um documentário sobre o jornalista e político maranhense José Guimarães Neiva Moreira.

Em busca de informações e de documentos da fase em que ele atuou no Maranhão, como intransigente defensor das causas oposicionistas, a cineasta entrevistou figuras da política e do jornalismo maranhense.

O ex-presidente José Sarney e este jornalista foram entrevistados, com os quais conseguiu informações preciosas sobre o jornalista maranhense, que viveu no exílio durante 15 anos.

O longa-metragem, com o nome de “Neiva Moreira: O Mensageiro de Três Mundos”, contará com recursos provenientes da Lei de Incentivos Culturais do Governo do Maranhão.

NEIVA NO GOVERNO

Na sua entrevista, José Sarney disse que Neiva só não chegou ao governo do Maranhão, nas eleições de 1965, porque se aliou ao governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola.

Ao se juntar ao governador carioca, passou a priorizar e defender mais as questões nacionais do que as regionais, motivos que o levaram à perda do mandato parlamentar em abril de 1964.

De acordo com Sarney, era Neiva e não ele, o candidato das Oposições Coligadas em 1965 à sucessão do governador Newton Bello.

  A NUDEZ SEM CASTIGO

Em julho de 1952, São Luís viveu dias de agitada polêmica religiosa e jornalística, por causa da apresentação da artista Elvira Pagã.

Ela fazia um tremendo sucesso nacional por se exibir como uma espécie de maiô de duas peças, que hoje não escandaliza ninguém, mas à época, os adeptos da religião católica, entendiam ser um ataque à moral e aos bons costumes.

Quem liderou o movimento contra Elvira Pagã em São Luís foi o arcebispo Dom José Delgado, que, debalde, manteve contatos com as autoridades para fazer-lhes ver a impropriedade da apresentação da artista no palco do cinema Éden, que ficou pequeno para receber o tão exacerbado contingente do machismo maranhense.

CONVERSA DE PÉ DO OUVIDO

Além dos problemas que afetam o governador Flávio Dino, por conta de sua sucessão ao governo Estado, ele terá pela frente nos meses de setembro e outubro, uma questão de monta a resolver.

Trata-se da eleição no final de outubro vindouro à vaga do filho, Sálvio Dino, que pertenceu à Academia Maranhense de Letras, à qual já manifestou oficialmente o desejo de substituí-lo na Cadeira 32.

As eleições acadêmicas, num quesito, não divergem absolutamente dos pleitos políticos: dependem da conversa de pé de ouvido, procedimento que o governador será obrigado a fazer sob pena de não alcançar sucesso no seu voo rumo à imortalidade.

PALANQUES SEPARADOS

Em 1966, logo no primeiro ano das posses do governador José Sarney e do prefeito de São Luís, Epitácio Cafeteira, eles se estranharam e cortaram as relações pessoais e políticas.

Como naquela época os desfiles estudantis e militares, em comemoração à Independência do Brasil, ainda se realizavam no centro da cidade, surgiu o problema de como colocar o governador e o prefeito num mesmo palanque.

Depois de algumas reuniões militares e políticas, veio a solução para contornar o melindroso problema: a montagem de dois palanques, na Praça João Lisboa, nos quais Sarney e Cafeteira se instalaram, sem que um visse o outro.

PECADO E VOTO

O evangélico Raimundo Lima, se elegeu e cumpriu vários mandatos na Assembleia Legislativa, graças a esse apelo religioso ao eleitorado: – Na hora do pecado, lembre-se de Deus, na hora do voto, lembre-se de mim.      

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A REPERCUSSÃO DA RENÚNCIA DE JÂNIO NO MARANHÃO

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Na sucessão ao governo do Maranhão, em 1960, o deputado federal José Sarney, presidente Regional da UDN, rompe com as Oposições Coligadas e faz um inesperado acordo para apoiar a candidatura de Newton Bello ao Palácio dos Leões.

A aliança com o vitorinismo custa a Sarney um preço alto, principalmente da parte do deputado Clodomir Millet, que, através de artigos contundentes e publicados no Jornal do Povo, o execrava de maneira impiedosa junto ao eleitorado.

A vitória de Jânio à presidência da República e de Newton Bello ao governo do Estado, proporcionaram a Sarney elevado cacife político a nível estadual e nacional, ele, que conquistara um lugar ao sol na cena pública brasileira por ser um dos líderes do movimento de renovação da UDN, denominado “Bossa Nova”, que emprestava  irrestrito apoio ao governo de Jânio, fato do qual se  aproveitou o governador Newton Bello para fazer do parlamentar udenista o seu porta-voz no Palácio do Planalto.

Mas essa situação política demorou pouco tempo, pois temperamental e imprevisível como o era, Jânio Quadros desentende-se com o governador do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda, que o atacava impiedosamente e termina por leva-lo à renúncia do cargo de presidente da República, no dia 25 de agosto de 1961, evento ocorrido há sessenta anos.   

A renúncia de Jânio abre uma crise política no País, que leva o presidencialismo a ceder lugar ao parlamentarismo, para evitar o vice-presidente João Goulart de assumir o poder como chefe de governo.

Diante desse novo quadro político-institucional no País, a UDN perde força e o PSD, por ser o partido majoritário, reconquista o lugar que desde a redemocratização desfrutava na vida brasileira, com isso, José Sarney sai de cena e Vitorino volta a ser novamente a figura através do qual os problemas do Maranhão são tratados e resolvidos no Palácio do Planalto.

Sem que nada mais pudesse oferecer ao governador Newton Bello, este, passa a hostilizar Sarney, fazendo-o retornar ao bloco oposicionista, a despeito das restrições do deputado Clodomir Millet.

Sarney, reintegrado às Oposições Coligadas, fustiga o quanto pode o governador Newton Bello e, por conta disso, nas eleições de 1962, recebe uma votação extraordinária do povo maranhense, principalmente em São Luís, onde suplanta a votação de Neiva Moreira, considerado o grande líder popular da Ilha, fato que o credencia a  disputar as eleições de 1965 como o candidato das Oposições ao governo do Estado.

DE OLHO NA POLÍCIA

A grande preocupação do governador Flávio Dino, nesta reta final de seu mandato, é com a Polícia Militar do Estado.

Com um olho no padre e o outro na missa, Flávio não quer ver em hipótese alguma membros do escalão superior da Polícia Militar do Estado envolvidos com a política e prestando apoio ou solidariedade às bravatas do presidente Jair Bolsonaro e de suas manobras rasteiras para se reeleger em 2022 ao Palácio do Planalto.

LITURGIA DO CARGO

Se o presidente Jair Bolsonaro tivesse o mínimo de respeito pelo cargo que ocupa, deveria se lembrar do que registrou o ex-presidente José Sarney, quando se encontrava à frente dos destinos do Brasil, com relação à liturgia do cargo: “ Quem é presidente tem que obedecer à liturgia do cargo. Porque a cadeira do cargo é litúrgica. Ela é maior do que o presidente. O presidente é quem tem que se adaptar à cadeira, não é a cadeira que tem que se adaptar ao presidente”.

Aprende, Bolsonaro.

LULA E ROSEANA

Na conversa com Roseana e José Sarney, assistida apenas pelos ex-senadores João Alberto e Edson Lobão, o ex-presidente Lula disse à ex-governadora: – Por que você não se candidata ao cargo de governador do Maranhão, pois é excelente o seu desempenho nas pesquisas à sucessão de Flávio Dino.

Em resposta, Roseana disse a Lula: – Só serei candidata ao Governo se você me apoiar.

JABUTIZADA À JOÃO ALBERTO

O ex-senador João Alberto é um arrebatado apreciador de uma das comidas mais exóticas da culinária maranhense: jabuti ao molho de coco babaçu.

Além de degustador, sabe prepará-lo com arte e capricho, o que fez sábado passado e levou para saboreá-lo com o ex-presidente José Sarney, outro viciado em jabutizada.

Os dois sentaram na mesa e só levantaram quando a jabutizada foi literalmente consumida.

ELEIÇÃO E POSSE

O presidente da Academia Maranhense de Letras, Carlos Gaspar, já definiu as datas para a eleição à vaga do escritor Sálvio Dino e a posse do novo imortal, Reinaldo Soares Fonseca.

A eleição para a cadeira de Sálvio, em que um dos concorrentes é o governador Flávio Dino, será a 21 de outubro vindouro.

A posse de Reinaldo está marcada para 18 de novembro e será recepcionado pelo intelectual Alberto Tavares.  

MERCADO AUTOMOBILÍSTICO

Por incrível que pareça, no momento, quem está em alta em São Luís é o mercado automobilístico.

Os carros novos são comprados pelos consumidores locais e os usados vão para fora do Estado.

 As concessionárias nunca faturaram tanto quanto neste ano da pandemia.

JÂNIO E COLA JESUS

Na campanha eleitoral de 1961, com vistas à presidência da República, o candidato da UDN, Jânio Quadros, fez um comício monumental no Largo do Carmo, em São Luís.

Depois do comício, participou de um jantar oferecido por Sarney, à base de comidas típicas e do guaraná Jesus.

Meses depois, Jânio, no exercício do cargo de presidente do Brasil, volta a São Luís para uma reunião com os governadores do Nordeste. Ao sentar-se à mesa, viu uma grande quantidade do guaraná Jesus. Antes de ser servido, chamou José Sarney e pediu para recolher aquelas garrafas de água doce e cor de rosa, que não lhe fizeram bem à saúde.

DEPUTADO E PROMOTOR

Se o promotor público, Cláudio Guimarães, e o deputado estadual, Yglésio Moysés, por causa de um desentendimento na Praia do Olho D’água, tivessem se atracado literalmente, a grande maioria da população teria ficado ao lado do parlamentar e torcido para ele aplicar uma boa sova no membro do Ministério Público.

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