SÓ QUANDO AS FLORES MURCHAREM

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O governador Flávio Dino tirou alguns dias para descansar, afinal, como qualquer ser humano, não é de ferro para enfrentar o rojão de uma tarefa árdua, pesada e que ao longo do dia não tem hora para acabar.

Como o seu relacionamento pessoal e institucional, até agora, é fraterno, cordial e respeitoso com o vice, transferiu o governo a Carlos Brandão, no exercício do qual, durante o período de ausência do titular, comportou-se à altura do cargo, sem querer brilhar ou passar por cima das atribuições que lhe competiam.

Com as energias recuperadas, o governador já retornou à labuta e investiu-se no cargo que comanda por expressa vontade do povo maranhense.

Numa viagem ao passado, será possível encontrar na vida política do Maranhão cena semelhante à protagonizada pelo governador Dino e pelo vice Brandão? Respondo: Sim, até porque desentendimentos entre o titular e o substituto só costumam acontecer após o cumprimento da primeira metade do mandato, ou seja, quando é dada a partida para o processo da sucessão ao governo estadual. Até antes desse marco temporal, tudo são flores, com os governantes voando em céu de brigadeiro e sem turbulência.

Na cena política maranhense, apenas uma vez o governador e o vice propiciaram cenas deselegantes e nada construtivas: nas eleições de outubro de 1955, em que os candidatos vitorinistas ao governo estadual, José de Mattos Carvalho e Alexandre Costa, enfrentaram e venceram os oposicionistas Hugo da Cunha Machado e Alexandre Collares Moreira, mas não assumiram os cargos que disputaram, na data estabelecida pela Constituição, devido às impugnações e contestações dos partidos adversários contra a fraude eleitoral, que campeou sem restrições nos municípios que faziam parte da famosa 41ª Zona Eleitoral.

Por decisão da Justiça Eleitoral, realizaram-se eleições suplementares e complementares naqueles municípios.  Por isso e pelo julgamento dos processos impetrados pelas Oposições Coligadas, os candidatos do PSD só foram empossados no governo em julho de 1957. Quando isso acontece, o quadro político maranhense era outro, uma vez que o vice, Alexandre Costa, rompera com o vitorinismo e se passara de aramas e bagagens para o lado oposicionista.

Distanciados e em rota de colisão, Mattos Carvalho e Alexandre Costa chegam ao poder, mas nos primeiros dias de trabalho, o governador, atendendo chamado de Vitorino Freire, viaja ao Rio de Janeiro, para tratar de assuntos administrativos.

Subestimando o poder de fogo do vice, Mattos Carvalho não transfere o cargo para Alexandre, no entendimento de que sua ausência de São Luis seria de poucos dias, portanto, não se obrigaria a tal cometimento, pois assim expressava a Constituição do Estado.

Sem perda de tempo, o vice surpreende o mundo político com a comunicação à Assembleia da acefalia do governo, que o leva a investir-se no cargo de governador e ocupar o Palácio dos Leões, no que é impedido por forças policiais, convocadas pelos governistas, sob o comando do secretário de Interior, Justiça e Segurança, Newton Bello.

Em revide, Alexandre, valendo-se das prerrogativas do cargo que supunha ter, monta o seu gabinete de trabalho na Assembleia Legislativa, de onde dispara vários decretos, dentre os quais o que demite Newton Bello do cargo que ocupa, mas este não toma conhecimento da demissão, publicada nos jornais da cidade, já que a Imprensa Oficial não cumpre a ordem do vice.

Para que aquela situação voltasse à normalidade, pois se demorasse poderia gerar uma intempestiva crise política, os vitorinistas mandam Mattos Carvalho tomar uma providência simples e urgente: cancelar os compromissos assumidos no Rio de Janeiro e embarcar no primeiro avião com destino a São Luis.

Foi o que fez com a mais precisa obediência. Bastou o governador botar os pés na cidade para o vice, Alexandre, recuar e reconhecer que, de fato e de direito, o poder não estava mais em suas mãos, mas sob o comando de Mattos Carvalho.

Excetuando-se este caso, não há registro no Maranhão de nenhum outro incidente entre governador e vice, ocorrido no limiar do mandato governamental.  Reza a nossa tradição política, que litígio entre o titular e o reserva só desabrocha quando as flores começam a murchar.

SE VIRA NOS QUINTOS

Uma nova forma de policiamento de rua está sendo vista em São Luis.

Grupos de policiais espalham-se estrategicamente na cidade e em locais mais sensíveis ao cometimento de crimes.

Antigamente, a população conheceu as famosas duplas, Cosme e Damião, que prestaram relevantes serviços à comunidade.

Os grupos de hoje, integrados por cinco policiais, já receberam nomes: Turma do Quinto ou Se vira nos Quintos.

POSSE DE ERICEIRA

Perdi a conta de solenidades de posse que assisti de diretores de órgãos e instituições públicas e privadas.

Mas nenhuma chegou perto da investidura da nova diretoria da Academia Maranhense de Letras Jurídicas, presidida pelo advogado João Batista Ericeira.

Foi a mais descontraída e repleta de lances jocosos e imprevisíveis. O novo presidente da instituição, do começo ao fim, usou a verve e a criatividade para fugir da rotina protocolar e transformar a solenidade  numa reunião agradável e diferente, com a distribuição de tarefas à diretoria e prazos determinados para serem cumpridas à risca.

TURISMO E CULTURA

A atividade turística conquistou relevo na estrutura administrativa do Maranhão a partir do governo João Castelo (1979-1982), com a criação da Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo.

No governo Luiz Rocha (1983-1987), o Turismo passa da administração direta para a indireta e surge a Maratur- Empresa Maranhense de Turismo.

No governo Edson Lobão, o Turismo vira secretaria de estado, por meio da qual o setor é priorizado como atividade econômica e fonte de renda para alavancar o processo de desenvolvimento estadual.

No governo Flávio Dino, o Turismo funde-se com a Cultura, fazendo com que a chamada “indústria sem chaminé” perca a sua característica econômica.

NAMORO ASSUMIDO

Foi no Rio de Janeiro e não em São Luis que o deputado José Reinaldo Tavares assumiu oficialmente o namoro com a engenheira Crisálida Rodrigues.

O ato de apresentação pública da namorada ocorreu no apartamento de Mauro Fecury, no evento comemorativo do aniversário do anfitrião, presenciado por numerosos convidados, maranhenses, na sua grande maioria.

A namorada de José Reinaldo é a atual secretaria de Minas e Energia do governo Flávio Dino, reconhecida como técnica competente, mulher elegante, de esmerada educação e de fino trato.

CAPITÃO DOS PORTOS

Vai deixar saudades o Capitão dos Portos, Marcos Tadashi Hamaoka, que passou boa temporada prestando relevantes serviços à Marinha do Brasil em São Luis.

Cidadão tratável e educado, facilmente entrosou-se com a sociedade maranhense, que viu nele um militar correto e cumpridor de seus deveres profissionais.

Conquistou a amizade de autoridades, empresários, intelectuais por marcar presença em eventos, nos quais fazia questão de se apresentar com o bonito uniforme branco da Armada brasileira.

A UNANIMIDADE DE FELIPE

Ao contrário de sua antecessora, Ester Marques, o substituto, Felipe Camarão, passou pouco tempo na secretaria da Cultura, mas o suficiente para construir amizades e se impor como articulado e capacitado homem público.

Arrumou a repartição, que estava à deriva, botou-a para funcionar e a fez merecedora de credibilidade e do respeito dos artistas e dos intelectuais da terra.

Há um lamento coletivo pela saída do jovem Felipe Camarão da secretaria da Cultura, onde deixou o nome marcado pelas inerentes qualidades morais e profissionais.

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