O ORGULHO DE VIVER EM SÃO LUIS

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Dias atrás, li, achei interessante e guardei um artigo da deputada Eliziane Gama, intitulado “São Luis acima de tudo”, em que mostra o sentimento que devota à urbe “linda e cheia de encantos (…) de cultura pujante e diversa que nos honra e nos orgulha.”

Guardei o texto de Eliziane, e caso se eleja prefeita de São Luis, para lembrar e cobrar o compromisso que assumiu publicamente de trabalhar pela “cidade tão bela e querida, mas tratada com tanta falta de zelo.”

Ao me deter no artigo da candidata, o meu pensamento foi direto para São Luís da época em que o coletivo falava mais alto do que o individualismo pernicioso de hoje.  Nisso, a meu ver, reside a diferença entre a cidade do passado e do presente. Naquela, a marcante força do coletivo. Nesta, o predomínio do individualismo. Por conta disso, a São Luis de ontem era mais humanizada e civilizada que a de hoje.

Rever São Luis com os olhos de ontem, faz bem e me deixa em estado de êxtase, pois a relembro com a sua modesta configuração espacial e populacional, e sem os problemas sociais que hoje as administrações enfrentam. Nada mais prazeroso do que recordar a cidade com o seu ritmo de vida polarizado em torno do centro urbano, onde a classe média alta e a elite moravam e trabalhavam em casarões coloniais, bem arejados e tratados com esmero e cuidado.

Era naquele pedaço de chão, o mais valorizado da capital maranhense, que os comerciantes tinham seus negócios. Na Rua Grande, pontificavam os lojistas, varejistas e retalhistas; na Paria Grande, os importadores de produtos manufaturados, e os exportadores de matéria prima e de gêneros alimentícios para o estrangeiro ou sul do país.

Fora do centro urbano, gravitavam os principais bairros da urbe ludovicense: Areal (hoje, Monte Castelo), Jordoa, João Paulo e Anil, considerados suburbanos, onde o operariado e as classes menos favorecidas viviam, mas sem os estigmas da miséria social. Do Anil em diante, uma minoria burguesa se privilegiava das chácaras para usufruir temporadas e férias.

Para o deslocamento da população urbana e suburbana, os meios de transporte em voga eram os bondes, que se encarregavam de conduzir os passageiros, moradores ou não no centro da cidade. Havia bondes que circulavam apenas no perímetro urbano – São Pantaleão, Estrada de Ferro e Gonçalves Dias – e os que serviam aos bairros Areal, João Paulo e Anil, estes, com reboques e destinados ao transporte de gêneros alimentícios produzidos no interior da Ilha.

Não é absurdo pensar numa cidade com poucos meios de diversão, lazer e desprovida de boates, barzinhos, casas de shows, restaurantes refinados. A despeito disso, a sociedade contentava-se e divertia-se, principalmente nas temporadas carnavalesca e junina, nos clubes sociais – Cassino Maranhense, Grêmio Lítero Recreativo Português e Clube Jaguarema, que organizavam programações festivas, animadas por orquestras e conjuntos musicais do porte do Jazz Alcino Bílio, Jazz Vianense, Nonato e seu Conjunto.

À falta da televisão, restava alternativa de ver filmes nos cines Eden, Roxy, Rialto, Rival, com os grandes astros e estrelas do cinema americano – Gary Cooper, Clarck Gable, Gregory Peck, Alan Ladd, Tony Curtis, Doraty Lamour, Elizabeth Taylor, Ava Gardner, Mitzy Gaynor, Jeniffer Jones, Bete Davis, ou, então assistir, periodicamente, peças teatrais no Teatro Artur Azevedo, encenadas por companhias do sul do país ou de artistas locais. As emissoras de rádios da cidade – Timbira e Ribamar, com grande audiência, ofereciam programas bem imaginados e com boas atrações artísticas. Os jornais – O Imparcial, O Combate, Jornal do Povo, Diário de São Luis – circulavam pela manhã. Uns atacavam, outros defendiam o governo, sendo, por isso, bastante lidos e vendidos por jornaleiros.

Nada melhor do que sonhar com uma cidade que acordava sob o estridente apito das fábricas que circundavam a cidade – Santa Isabel, Santa Amélia, Fabril, Cânhamo, São Luis, Martins Irmãos, Camboa, Rio Anil, entre outras, que produziam tecidos, sabões, óleos comestíveis, lonas, fios, sacos, algodão hidrófilo, ou então por homens que batiam cedo às portas das casas para entregar pães e leites ou vender legumes, verduras, camarão fresco, gelo e outros produtos domésticos, ao som de pregões ritmados e divertidos.

Como o espaço do jornal não permite avançar mais, fico por aqui, sem antes asseverar ser assim a São Luis que conheci e por ela me encantei. Foram anos inesquecíveis que só através do sonho posso revê-la e senti-la. Como retroagir ao passado é inviável, sirvo-me das palavras para amenizar a saudade daquela urbe provinciana, que continua inapagável em minha memória, bem como de algumas pessoas que nela viveram e já partiram para a eternidade, as quais, pela identidade com a cidade, serão sempre perenizadas e exaltadas, a exemplo dos ex-prefeitos Haroldo Tavares e Rui Mesquita, que pensaram fazer de São Luis uma cidade digna e para todos, mas morreram frustrados e incompreendidos.

PAI INÁCIO

Durante algum tempo, dizia-se, com foros de verdade, que Bita do Barão, famoso babalorixá de Codó, era o oráculo espiritual e político da família Sarney.

Nos tempos atuais, surge repentinamente na cidade a figura do Pai Inácio, que dá nome a uma ponte recentemente construída pelo prefeito Edivaldo Holanda Júnior.

Há quem diga que Pai Inácio virou o protetor político e espiritual dos atuais ocupantes do Palácio dos Leões e La Ravardiére.

SOLIDARIEDADE AO GOVERNADOR

O governador Sálvio Dino ficou impressionado com o sentimento de solidariedade do povo de São Luis com relação a um problema familiar pelo qual viveu recentemente.

Ele recebeu, até mesmo de pessoas politicamente adversas, demonstrações de apoio e de fé, pelo restabelecimento da saúde do filho,  que chegou a correr risco de vida.

Graças a essa corrente de solidariedade e dos competentes médicos que prestaram assistência ao recém nascido, Davi, a crise foi superada.

MÃO DE LUVA

Kátia Bogéa, cuja atuação à frente da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Maranhão, foi exemplar e intocável, deixou o cargo por conta de uma estúpida exoneração.

Pelo seu desempenho, essencialmente técnico, teve, agora, o reconhecimento das autoridades federais que o convidaram  para comandar o IPHAN nacional.

Com mão de luva, ela retribuiu o que os desclassificados fizeram com as mãos sujas e poluídas.

SORTE BOLIVIANA

Na última eleição de deputado estadual, a votação de Sérgio Frota foi expressivamente grande em São Luis, dada a excelente campanha do Sampaio Correia no Campeonato Nacional.

Se houvesse eleição este ano, o presidente do Sampaio não repetiria o desempenho de 2014, face aos reveses da Bolívia Querida no Brasileirão.

A sorte de Sérgio é que as eleições para a Assembleia Legislativa serão em 2018 e até lá o Sampaio passará por completa mudança e dará a volta por cima.

BUTECO DO GASTÃO

Equivocados quem acha que o ex-deputado Gastão Vieira deixou a presidência do FNDE para ser dono de buteco.

Nada disso, Gastão continua firme no FNDE e vai comemorar seus setenta anos no Buffet Villa Reale, que as suas filhas vão transformar num autêntico buteco.

O forrobodó será no próximo sábado.

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