ABATIDO EM PLENO VOO

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ABATIDO EM PLENO VÔO

Nas eleições de 2014, o candidato do sarneísmo para disputar a sucessão de Roseana Sarney era Luis Fernando Silva, que se concorresse ao cargo de governador, tenho minhas dúvidas se Flávio Dino seria o vencedor.

Com a desistência de Luis Fernando, desencadeou-se uma operação de guerra  para achar um substituto para disputar a eleição em igualdade de condições com o adversário,  àquela altura dos acontecimentos, em nítida vantagem na corrida da sucessão.

Muita gente achava que o senador João Alberto seria convocado para ocupar o lugar de Luis Fernando, mas não o foi. Diz-se que ele teria sido sondado para cumprir a espinhosa missão, mas descartada por se encontrar empenhado na eleição do filho, João Marcelo, a deputado federal.

Na verdade, se João Alberto desistiu de concorrer ao pleito de 2014, perdeu a grande oportunidade de, quem sabe, ser o sucessor de Roseana Sarney, ele, dotado de tradição política e conhecido pela impetuosidade como se devota às causas que abraça.

Afastada a candidatura de João Alberto, descobre-se que estava em São Paulo, hospitalizado e recuperando-se uma cirurgia ortopédica, o nome para enfrentar Flávio Dino: o suplente de senador, Edinho Lobão, que depois de pensar e repensar, aceita o desafio de participar de uma batalha eleitoral complicada, daí a sua derrota nas urnas.

Com o término do mandato de Roseana, a deserção de Luis Fernando e o fracasso de Edinho, o espaço político do sarneísmo fica acéfalo e na expectativa do surgimento de uma figura política, com capacidade de articular e juntar os sobreviventes, que estão à deriva.

JOÃO ALBERTO OCUPA O VÁCUO

Para ocupar o vácuo político e juntar os cacos do que sobrou da eleição de 2014, aparece o senador João Alberto, com a responsabilidade de realizar duas importantes tarefas. 1) mobilizar as forças que se antepõem ao governo Flávio Dino,  que se acham desagregadas e sem rumo, para lutar e reconquistar o poder. 2) preparar um candidato, que poderia ser o próprio João Alberto, para disputar a sucessão de 2018.

Mas por que João Alberto? Pela legitimidade de combativo político, pelos cargos eletivos disputados. Proporcionais (deputado estadual e federal) e majoritários (prefeito municipal de Bacabal, senador da República e vice-governador), desempenhados com seriedade e competência.

Mais ainda: na função de vice, chegou ao Governo do Estado, exercendo-o de abril de 1990 a março de 1991, em substituição ao governador Epitácio Cafeteira, que renunciara ao cargo para concorrer às eleições de senador da República. Naqueles onze meses de gestão, João Alberto deu um show de eficiência no comando da máquina administrativa e soube ser um governador atento e presente nas ações e iniciativas que demandavam a sua firme e inabalável decisão. Não à toa o povo lhe conferiu o apelido de Carcará, com o qual conquistou a admiração da opinião pública. Ao terminar o seu breve período de governo, a voz das ruas era uma só: vê-lo no exercício do poder para cumprir o mandato de quatro anos.

JOÃO ALBERTO SAI DE CENA

Quando se imaginava que João Alberto, por tudo que fez e realizou, seria o homem certo para promover ações e buscar alternativas políticas, com vistas às eleições de 2018, eis que se anuncia a defecção de Carcará de uma empreitada nada fácil de conduzir, mas que poderia ser bem-sucedida se contasse com a adesão e o apoio de tripulantes e passageiros, a bordo de um avião em plena turbulência e precisando de um comandante firme e determinado.

Sem isso, não sobra ninguém para contar a história de um grupo político que se não correr o bicho pega e se ficar o bicho come.  Esse bicho chama-se Flávio Dino.

 

ASSASINATOS QUE CHOCARAM A CIDADE

O recente crime que teve São Luis por palco, envolvendo jovens conhecidos e integrantes de famílias conceituadas, como não poderia deixar de ser, chocou a população e ainda continua na ordem do dia.

Outros crimes, iguais ou gritantes como este, protagonizados por figuras de nosso meio social, também, ganharam destaque, foram vivamente discutidos na imprensa e analisados pela Policia, à época, desprovida de aparatos tecnológicos modernos, mas com profissionais esforçados que se empenhavam para desvendar crimes hediondos e passionais.

No século XIX, dois hediondos crimes deixaram São Luis em polvorosa. Em agosto de 1873, o velho desembargador Pontes Visgueiro, apaixonou-se pela empregada e fez dela sua amante. Por ciúme, já que o traia descaradamente, deu cabo à vida dela, enterrando-a no jardim de sua casa dentro de um grande caixão.

Três anos depois, ou seja, em 1876, a poderosa Baronesa de Grajaú, Ana Rosa Ribeiro Viana, mulher do chefe do Partido Liberal, Carlos Fernando Ribeiro, ex-presidente da Província, mata, com absoluta crueldade, o escravo Inocêncio, de apenas oito anos.

No século XX, outros berrantes crimes abalaram a capital maranhense, com destaque para os assassinatos de Heitor Helluy, Othelino Nova Alves, Vilela de Abreu, capitão da PM, Antônio dos Reis Fonseca, tenente do Exército, Marinho Rodrigues, delegado Stênio Mendonça, jornalista Décio Sá, praticados em plena via pública, e, por isso, ocuparam espaço nos jornais locais, que acompanhavam de perto o trabalho da Polícia e produziam edições extras para satisfazer a curiosidade popular, ansiosa de saber o andamento das averiguações e investigações.

MULHERES ESQUECIDAS

O pesquisador Luiz de Mello revela um fato que pouca gente no Maranhão sabe e ele só soube ao pesquisar a coleção de O Imparcial, que, na edição de 9 de maio de 1942, publicou esta nota: “Passa hoje o aniversário da Dra. Nair Lobo Perdigão, conceituada médica patrícia e esposa de nosso conterrâneo e confrade José Maria Reis Perdigão, ex-cônsul do Brasil em Gênova, na Itália.”

O pesquisador espantou-se com a notícia porque jamais soube que Reis Perdigão casou duas vezes e sobre a primeira esposa, Nair, manteve absoluto silêncio.

Não é a primeira vez que fato dessa natureza ocorre com figuras de renome na vida cultural do Maranhão. O escritor Josué Montello casou duas vezes. De sua primeira esposa, da família Moreira Lima, fazia questão de apagá-la de sua vida, a ponto de seus livros de memória só se referirem à segunda esposa, Ivonne.

KÁTIA NO MEIO DO TIROTEIO

Quem diria que a nossa ex-superintendente do IPHAN no Maranhão, Kátia Bogéa, agora na direção do IPHAN nacional, fosse pivô da exoneração do Ministro da Cultura, Marcelo Calero,  que bateu de frente com o ministro da Presidência da República, Gedel Vieira?

Mas a posição de Kátia Bogéa no episódio, que gerou uma crise política, foi, como, sempre correta e no cumprimento de sua função profissional.

Ela, além de não atender às exigências de Gedel Vieira, mostrou solidariedade ao ministro exonerado, o que comprova o seu bom caráter.

A CARA DO PT

Quem lê esta coluna, sabe que ela é destemidamente crítica do deputado  Waldir Maranhão.

Mas, quero aplaudir o parlamentar pela intenção de filiar-se ao PT. Nada mais parecido com Waldir do que o partido de Lula.

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