JOÃO DORIA E LUIS FERNANDO

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Em inicio de ano, geralmente o noticiário político perde força, porque o Congresso Nacional, onde os assuntos do País são debatidos e discutidos, se acha em recesso, não funciona e a mídia, com isso, reduz bastante a sua capacidade de informar.

Em 2017, contudo, o noticiário político começou aquecido por causa da posse dos novos prefeitos. Como moramos em cidades e estas são administradas por gestores municipais, as atenções da população se voltaram para a investidura dos eleitos no pleito de outubro do ano passado, que receberam dos antecessores uma herança maldita, caracterizada por um quadro de cofre vazio, máquina administrativa emperrada, dívidas gritantes, salários atrasados e compromissos financeiros não cumpridos.

De todas as urbes brasileiras, que ganharam novos administradores, duas brilharam pelas luzes da manchete: São Paulo e São José de Ribamar, graças a iniciativas curiosas e nada triviais.

Na contra mão do que aconteceu no Brasil inteiro, os prefeitos João Doria e Luis Fernando Silva, sem se conhecerem pessoalmente e sem combinarem, praticaram um ato inédito, que deu a eles projeção e suscitou muita controvérsia: após a solenidade de investidura nos cargos para os quais se elegeram, trocaram as festividades comemorativas ao evento político pelas ruas, nas quais protagonizaram cenas indescritíveis.

Acompanhados de auxiliares e servidores municipais, os dois gestores, iniciaram uma simbólica jornada de trabalho, voltada para a limpeza pública, a fim de mostrar que, nas suas administrações, estarão permanentemente nas vias públicas e fiscalizando os serviços reclamados pelas comunidades.

A mídia, de lá como de cá, deu ao ato e aos que a protagonizaram, um destaque altamente estrondoso, a ponto de obscurecer tudo o que aconteceu no Brasil afora, num dia marcado por milhares de posses, em cidades de todos os portes.

A repercussão do gesto de João Doria e de Luis Fernando foi de tal modo gritante que, além de virar assunto do cotidiano, deu margem a comentários variados.  Se em São Paulo, o gesto de João Doria foi criticado e taxado de demagógico, pelo fato de ele apresentar-se devidamente paramentado de gari, no Maranhão, a atitude de Luis Fernando foi elogiada e vista como algo novo e alentador, porque praticada com a indômita vontade de recuperar o tempo perdido em que Ribamar esteve  sob uma infeliz gestão.

Resta saber quem foi o primeiro a anunciar tão ousada iniciativa. Pelas minhas contas, Luis Fernando, com bastante antecedência, divulgou o propósito de realizá-la. Antes do pleito, ele, convicto da vitória nas urnas, convocava a população ribamarense para uma empreitada, pensada sem objetivos demagógicos.

Há quem sonhe num futuro encontro de João Doria com Luis Fernando, para se conhecerem e discutirem os projetos que pensam executar em São Paulo e São José de Ribamar, urbes com realidades diferentes, mas que podem crescer desde que sejam bem conduzidas, a despeito da crise que assola o país.

Nesse sentido, um fato une as duas cidades: são protegidas por santos, mas quanto às potencialidades, se distanciam bastante. São Paulo é poderoso, rico e sem devoto; São José é pobre, milagreiro e com devoto de sobra.

TREMOR DE TERRAS

Na semana passada, moradores de São Luis e de algumas cidades do interior maranhense, viveram momentos de tensão, por causa do tremor de terras, fenômeno sísmico, tendo Belágua como epicentro.

O terremoto repercutiu, também, em São Luis, Itapecuru e Vargem Grande, assustando os moradores não acostumados com os fenômenos atípicos da natureza.

Não é a primeira vez que tremor de terra aparece no Maranhão.  O professor César Marques, no seu primoroso Dicionário Histórico-Geográfico da Província do Maranhão, afirma que “na noite de 25 para 26 de dezembro de 1864, pelas duas horas da manhã, ouviu-se na capital um som surdo como de um trovão ao longe, sentindo-se ao mesmo tempo um ligeiro tremor nas casas. Nenhum desastre, porém, se deu, pois tudo passou rapidamente”.

O mesmo professor, também, informa que no dia 8 de abril de 1871, em Itapecuru Mirim, ocorreu fenômeno semelhante: “A uma e meia hora da madrugada do dia 5 do corrente houve nesta cidade um tremor de terra precedido de um forte estampido ouvido muito longe; o tremor durou por espaço de alguns segundos e, tão forte que abalou camas, redes e mais móveis das casas, despertando quem dormia; em casa do padre Cabral houve pessoas que caíram por terra; os animais que andam soltos correram espavoridos; foi um sucesso novo para esta cidade e por isso mesmo muito pavoroso”.

FIM DA FICHA SUJA

Não se entende por que um ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, a quem cabe zelar pelo cumprimento das leis no país, tenta acabar com a legislação que impede corruptos de se candidatarem a cargos eletivos.

Na contra mão do movimento que levou a população brasileira a pedir ao Congresso Nacional a aprovação de uma legislação altamente útil e oportuna, para deixar os políticos desonestos e inidôneos  na rua da amargura, o ministro age em sentido contrário.

Na semana passada, deploravelmente, por meio de um despacho sumário, mandou a juíza de Bacabal diplomar e empossar no cargo de prefeito o candidato Zé Vieira, cuja vida pregressa, como político, é mais suja do que pau de galinheiro.

DE OLHO EM DUTRA

Se há um político no Maranhão alvo de intensa e cerrada marcação da população, chama-se Domingos Dutra.

Ao longo de sua vida pública, atuou como a mais severa palmatória do mundo. Quem fosse seu inimigo ou adversário político, não tinha direito de errar. Se assim procedesse, estava sujeito a ser enxovalhado e denunciado.

Como ele agora não é vidro, mas vidraça, pois exerce o cargo de prefeito do Paço Lumiar, as suas vítimas não o deixarão em paz. E já começou a sofrer com o ato de nomeação da esposa, a chefe de gabinete da prefeitura para a qual se elegeu.

ESTRANHA ESCOLHA

Por falar em Paço do Lumiar, não pode passar em branco uma pesquisa realizada e divulgada pela revista Veja sobre as melhores cidades para se viver no Brasil.

Paço Lumiar ficou em 15º lugar no ranking do Nordeste, à frente de cidades como Maceió, capital de Alagoas, e da próspera cidade paraibana, Campina Grande.

Sou um maranhense profissional, mas questiono, sob todos os aspectos, essa pesquisa. Quem conhece as três cidades, sabe que Paço do Lumiar, em matéria de condições de vida, está longe de Maceió e Campina Grande.

TROPICAL SHOPPING

Roosevelt Murad durante longo tempo negociou a saída do Supermercado Mateus do Tropical Shopping, de sua propriedade, a fim de expandi-lo, com a construção de uma torre residencial, tipo flat.

Como a operação custou a ser concluída, atrapalhou o projeto de expansão do Tropical Shopping, que seria iniciado com o mercado em aquecimento.

Mas enquanto a negociação rolava, o dono do Mateus comprou um terreno nas imediações do Shopping Tropical, onde construiu em tempo recorde um hipermercado bem localizado, moderno e amplo, que está bombando.

OUTRA ENCARNAÇÃO

A FIFA acaba de anunciar que a partir de 2026, a Copa do Mundo, em vez de 32, será disputada por 48 seleções.

Para mim, essa alteração não terá nenhuma vantagem, pois em 2026 eu já estarei longe do mundo dos terráqueos.

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