ROMPIMENTO POLÍTICO NO MARANHÃO

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Os meios de comunicação anunciaram, com certo estardalhaço, na semana passada, o rompimento do deputado José Reinaldo Tavares com o governador Flávio Dino, como se fosse um ato pouco visto na cena política maranhense.

Quem acompanha a movimentação dos nossos atores políticos ao longo do tempo, sabe que manifestações semelhantes à praticada por José Reinaldo, não são estranhas ou esporádicas em nosso Estado.

Os arquivos da Biblioteca Pública Benedito Leite estão cheios de jornais com notícias e informações abundantes sobre como atuavam os políticos maranhenses no desempenho de seus mandatos, no exercício dos quais travavam pesados duelos verbais, que, invariavelmente, atravessavam a fronteira do respeito, após o que caíam na vala do desentendimento e do rompimento, que os levavam, quase sempre, ao estabelecimento das inimizades pessoais.

A partir da redemocratização do país, em 1946, poder-se-á ver com total transparência que, em torno de Vitorino Freire e de José Sarney, presenças marcantes na cena pública estadual, giravam-se e geravam-se os mais significativos conflitos políticos, que redundavam em inevitáveis rompimentos, alguns passageiros, outros duradouros.

O marco inaugural dessa série de rompimentos na política maranhense deu-se na arrumação da vida democrática do país, quando  Genésio Rego e Clodomir Cardoso se chocaram com Vitorino Freire na organização do Partido Social Democrático, conflito que acaba na Justiça e ao som de recíprocas e degradantes agressões verbais.

Ainda nesse período histórico, na sucessão do governador Archer da Silva, o vice, Saturnino Belo, indicado para substituí-lo, tem a sua candidatura, nas eleições de 1950, vetada pelo senador Vitorino Freire, fato que resulta no afastamento de Satu do vitorinismo e de seu engajamento nas Oposições Coligadas, pelas quais disputa o pleito de governador.

Na sequência cronológica, vem a lume, em 1954, a intempestiva eleição de Assis Chateaubriand ao Senado, que motiva um grupo de políticos do PSD – Hugo da Cunha Machado, Nunes Freire, Raimundo Bogéa, José Sarney e outros, a romper  com Vitorino e à formação de uma dissidência ao Governo.

Em 1955, na sucessão de Eugênio Barros,  o vice-governador, Alexandre Costa, rompe desabridamente com o governador Matos Carvalho, fato determinante para desestabilizar o governo por mais de um ano.

O sucessor de Matos Carvalho, Newton Bello, em dois momentos de sua  gestão (1960 a 1965), mostra a sua capacidade de luta ao romper com dois pesos-pesados da política maranhense. No primeiro momento, com o deputado José Sarney, que se afastara das lutas oposicionistas, para apoiá-lo candidato do PSD ao Governo do Estado. No segundo momento, tem pela frente, o senador Vitorino Freire, que fez de tudo para cassar o seu mandato, na fase do regime militar.

Em 1966, no começo do governo José Sarney, este entra em rota de colisão com o prefeito de São Luís, Epitácio Cafeteira, autor do decreto que acaba com os bailes de máscaras e desencadeia uma guerra política em São Luís, com desdobramento em rompimento político e inimizade pessoal.

Em 1969, quando Sarney preparava-se, em função da lei de desincompatibilização, para deixar o cargo de governador, irrompe uma crise no governo, que o leva a romper politicamente com o senador Clodomir Millet e o vice-governador Antônio Jorge Dino.

No regime militar, com os governadores eleitos por via indireta, pela Assembleia Legislativa, chegaram ao poder,  Pedro Neiva de Santana, Nunes Freire e João Castelo. Os três, não terminaram os mandatos tranquilamente, pois se desentenderam com José Sarney e com ele romperam.

Em 1990, no final do mandato do governador Epitácio Cafeteira, eleito em função da reconciliação com José Sarney, que exercia o cargo de presidente da República. Antes que os mandatos de ambos chegassem ao final, voltaram a bater de frente, lembrando os tempos em que foram adversários políticos e inimigos pessoais.

O fantasma do desentendimento político reaparece no Maranhão no governo de José Reinaldo Tavares ( 2002 a 2006), decorrente de uma inesperada crise, que resulta no afastamento do governador do grupo sarneísta, fato determinante para ele ficar no governo até o final do mandato, no exercício do qual comanda as eleições de 2006, que conduziram Jackson Lago ao Palácio dos Leões, bem como da sua ativa participação, em 2014, do pleito, que elege Flávio Dino à sucessão de Roseana Sarney.

Quatro anos depois dessa reviravolta na vida pública maranhense, por ironia da história, José Reinaldo, retorna ao centro dos acontecimentos políticos, desta feita, rompendo com o atual chefe do Executivo, sob a justificativa de não contar com o imprescindível apoio de Flávio Dino no projeto de ser um dos nossos representantes no Senado da República.

DE OCTOGENÁRIO A SEXAGENÁRIO

Paguei um preço muito bom pelo fato de festejar no dia 17 de fevereiro deste ano o meu aniversário, quando completei 80 anos.

Ao tornar pública a efeméride, muita gente não acreditou ser eu um octogenário, fato que me fez um enorme bem e me encheu de extraordinária satisfação e alegria.

Diante, pois, desse clamor popular, quero, em alto e bom som, declarar para o bem de todos e felicidade geral da nação, que troquei os anos oitenta pelos de sessenta.

GASTÃO ASSALTADO

O ex-deputado Gastão Vieira passou o carnaval no Rio de Janeiro, em companhia de familiares.

Hospedado no Leblon, no domingo de carnaval, tomou a direção da praia, para fazer a sua costumeira caminhada, mas esbanjando no corpo um belo cordão de ouro.

Pagou, como eu, um preço alto, pois foi imediatamente assaltado por um pivete, que conseguiu arrancar de seu pescoço a valiosa joia, mas sem praticar nenhum dano físico à vítima.

Como se não bastasse esse susto, ao chegar a São Luís, Gastão foi surpreendido com a horrorosa notícia de que bandidos haviam clonado a linha de seu celular e assim tiveram acesso a seus contatos bancários, através dos quais passaram a extorquir e achacar familiares e amigos.

SEGURANÇA PÚBLICA

Na sua conceituada coluna “Repórter Tempo”, que completou, na semana passada, três anos de extraordinária presença na vida da cidade, que lhe valeram comentar, analisar e interpretar  fatos, atos e episódios da cena pública maranhense,  sem paixão política e com a mais absoluta isenção pessoal e profissional, o talentoso jornalista Ribamar Corrêa, com a sua privilegiada memória, trouxe a lume uma notícia que causou excelente repercussão nos idos de 2001.

Trata-se da iniciativa da pré-candidata à Presidência da República, Roseana Sarney, que anunciou ao País, caso se elegesse, da criação do Ministério de Segurança Pública, a ser comandado pelo ex-deputado, Moroni Torga, dos quadros da Polícia Federal.

Corrêa afirma ainda que se passaram 18 anos para um Presidente da República, no caso, Michel Temer, imbuir-se da vontade de implantar no Brasil o Ministério da Segurança Pública, que poderá ser um valioso instrumento de combate à criminalidade.

FEIJOADA CARNAVALESCA

Graças a Deus, evaporaram-se os tempos em que o clero satanizava o carnaval, como se fosse uma festa da degradação humana.

De uns tempos para cá, não se tem mais visto padres usarem os púlpitos para investirem raivosamente contra as festas de Momo e condenarem os foliões às agruras do inferno.

Neste carnaval, por exemplo, que seja louvada a inciativa do padre Heitor Moraes, que, empenhado em refrigerar a igreja de São João, da qual é o pároco, organizou uma feijoada carnavalesca, numa tarde de domingo, na sede social do Grêmio Lítero, sucesso de público e de animação.

VAGAS NA AML

Com o falecimento dos acadêmicos Manoel Lopes e José Louzeiro, abriram-se duas vagas na Academia Maranhense de Letras.

Para a vaga de Manoel Lopes, as inscrições devem encerrar-se a 22 de março. Até agora, concorrem à cadeira 18, os intelectuais, Salgado Maranhão, Elsior Coutinho e Herbert de Jesus Santos.

Para a cadeira nº 25, que José Louzeiro ocupou, abriram-se as inscrições a 22 de fevereiro e com encerramento previsto para 22 de abril vindouro. Pelo que se comenta, o jornalista Felix Alberto será candidato a essa cadeira.

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