VISITAS PRESIDENCIAIS

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Este ano treze candidatos concorrem às eleições presidenciais, um dos índices mais elevados na vida republicana do país, mas apenas sete pontuam nas pesquisas de opinião pública: Jair Bolsonaro, Fernando Hadad, Geraldo Alckmin, Ciro Gomes, Marina Silva, Henrique Meireles e Álvaro Dias. O restante pousa de  candidatos.

Dos candidatos que disputam o cargo mais cobiçado do país, apenas cinco visitaram o Maranhão nesta temporada eleitoral: Jair Bolsonaro, Geraldo Alckmin, Ciro Gomes, Álvaro Dias e Fernando Hadad. Foram visitas de curta duração e rigorosamente cronometradas, priorizando apenas a capital do Estado, para contatos de algumas horas com as lideranças dos partidos que os apoiam.

Essas breves visitas decorrem da atual legislação eleitoral, que impôs aos partidos e candidatos regras rígidas e tempos mais reduzidos, ao contrário das campanhas passadas, mais longas e menos restritivas, por isso, propiciavam aos postulantes de cargos eletivos  e às agremiações partidárias,  condições para a realização de programações mais estruturadas e melhor coordenadas.

Com a limitação do tempo, os candidatos, hoje, fazem esforços ingentes e se desdobram no cumprimento de apertados roteiros de viagens e de visitas, que normalmente só contentam as capitais ou as maiores cidades do país.

As urbes de menor porte ou as localizadas nos mais distantes rincões do país só conhecem os candidatos graças aos modernos meios de comunicação, fato que contrasta com as campanhas de tempos não tão distantes, em que os candidatos presidenciais visitavam quase todas as cidades brasileiras, nas quais cumpriam programações em ambientes públicos e fechados, participavam de reuniões e eventos festivos, eram recebidos pelas principais autoridades do Estado e concediam entrevistas aos jornais e emissoras de rádio e televisão.

Como não lembrar os anos 1950 e 1960,  em que os candidatos à Presidência da República vinham ao Maranhão, onde visitavam São Luís e algumas cidades do interior do Estado,  principalmente as mais expressivas do ponto de vista eleitoral,  e participavam de comícios e de encontros e reuniões com chefes políticos governistas ou oposicionistas.

Além de São Luís, Caxias e Codó eram as cidades que faziam parte dos roteiros  presidenciais, pois eram municípios eleitoralmente fortes e onde pontificavam duas figuras emblemáticas da política maranhense: os ex-governadores Eugênio Barros e Sebastião Archer da Silva.

O ex-governador de São Paulo, Ademar de Barros, um homem público muito bem quisto em São Luís, devido a um episódio que fez dele vítima e herói, quando se candidatou ao cargo de Presidente da República, nas eleições de outubro de 1955, ficou quase uma semana no Maranhão,  participando de reuniões e concentrações públicas nos principais bairros de São Luís e no interior do Estado, visitando São Bento, Matinha, Viana, Penalva, Cajari , Anajatuba, São João Batista e São Vicente Ferrer, cidades nas quais as Oposições Coligadas enfrentavam os governistas em igualdade de condições.

Os adversários de Ademar de Barros, Juscelino Kubitscheck, Juarez Távora e Plínio Salgado, naquelas eleições, também visitaram São Luís, onde cumpriram programações vastas. JK chegou a vir duas vezes e fez comícios na Praça João Lisboa, no João Paulo e em São José de Ribamar. Juarez Távora, além de São Luís, visitou Carolina, cidade que fez parte de sua história de vida, quando a Coluna Prestes transitou pelo sertão maranhense, em 1935.

Nas eleições de outubro de 1960, na sucessão do presidente JK, concorreram os candidatos Henrique Lott, pelo PSD-PTB, Jânio Quadros, pela UDN-PDC, e Ademar de Barros, pelo PSP. Todos vieram a São Luís e aqui, cada um, passou dois dias.

Naquela campanha, ocorreu um fato inusitado e protagonizado pelo candidato, marechal Henrique Lott, que mal assessorado pelos correligionários do PSD, no seu comício, no Largo do Carmo, cometeu uma série de  equívocos, dando ensejo a que os jornais de oposição  o criticassem severamente por dizer que aqui não existia Faculdade de Direito, trocou o nome do rio Itapecuru e ainda disse que o atraso do Maranhão se devia à falta de máquinas para o beneficiamento de produtos agrícolas.

Aquelas gafes foram comentadas pelos jornais de oposição ao PSD, dentre os quais o Jornal do Dia e o Jornal Pequeno, que dedicaram ao marechal editoriais com críticas contundentes, que ele tratou de respondê-las  com veemência numa entrevista coletiva antes de retornar ao Rio de Janeiro.

Chegou ao ponto de chamar o Jornal do Dia de Jornal da Noite Escura, pelas mentiras assacadas contra a sua pessoa.

Quem se beneficiou dessa situação foi o seu principal opositor, Jânio Quadros, que orientado pelo deputado e correligionário da UDN, José Sarney, no seu comício na Praça João Lisboa, comentou com ironia as inverdades proferidas pelo marechal Lott e disso tirou proveito eleitoral.

DUELO DE TITÃS

O Brasil assiste atualmente um duelo político jamais visto em sua história republicana.

Trata-se do confronto entre dois líderes populares: um está na cadeia; o outro no hospital.

Mais surrealista do que isso, impossível.

MULHERES EM PROFUSÃO

Até onde a vista alcança, não houve no Maranhão, em tempo algum, uma eleição que contasse com uma expressiva quantidade de representantes do sexo feminino.

São mulheres, jovens, maduras e balzaquianas, que  decidiram mostrar o rosto na tela da televisão e se declararem candidatas a cargos eletivos, de preferência com mandato em Brasília.

Ainda que numerosas, bem poucas chegarão  à Câmara Federal ou Assembleia Legislativa.

RETORNO ÁS ORIGENS

O deputado Roberto Costa passou o mandato todo apoiando e votando nos projetos de interesse do governador Flávio Dino, em tramitação na Assembleia.

Mas na campanha eleitoral, Roberto mudou de posição e retornou às suas origens políticas.

Em Bacabal, luta pela eleição do candidato a prefeito, apoiado por João Alberto, e pela candidatura de Roseana Sarney a governadora do Estado.

TROCA DE NÚMERO

Eu gosto de ver e de ouvir os programas que a Justiça Eleitoral patrocina e dá oportunidade aos candidatos de se apresentarem ao eleitorado com suas mensagens, mesmo sendo, quase todas,  de péssima qualidade.

Há candidatos, principalmente os filiados aos pequenos partidos que, em função do reduzido tempo, só conseguem dizer o nome e o númuro, em vez de número.

HITLER NO MARANHÃO

O favoritismo do candidato Jair Bolsonaro, no primeiro turno das eleições presidenciais, se refletiu fortemente em São Luís.

Não à toa, o excelente livro de Joaquim Itapary, intitulado Hitler no Maranhão, lançado em 2011, voltou a ser procurado por leitores empolgados com o desempenho de Bolsonaro na campanha eleitoral deste ano.

MARRECA E MARREQUINHA

Nas eleições passadas, com vistas às sucessões municipais, o deputado Junior Marreca seria candidato a prefeito de Itapecuru, mas desistiu de concorrer e indicou o filho Marreca Neto para substituí-lo.

O filho de Marreca, jovem e inexperiente na política, não conseguiu se eleger.

Nas eleições deste ano, Junior Marreca preparou-se para concorrer novamente à Câmara de Deputados, mas, na última hora, desistiu de disputar o pleito.

Para substituí-lo, mais uma vez, convoca o filho, Marrequinha, para uma luta política tão ingrata quanto à primeira.

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