AS REFORMAS DO LARGO DO CARMO

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Este mês, após a inauguração das obras de requalificação da Rua Grande, indiscutivelmente, as melhores e mais completas, do ponto de vista urbanístico, realizadas em São Luís pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, serão iniciadas as obras de revitalização de importantes espaços do Centro Histórico, destacando-se a Praça João Lisboa, o Largo do Carmo e o seu entorno.

Pelo que disse a presidente do IPHAN, a competente Kátia Bogéa, na sua palestra na Academia Maranhense de Letras, nas reformas do Centro Histórico, um dos mais importantes exemplares arquitetônicos e históricos do Brasil, há anos abandonado pelas administrações municipais.

Pelo montante dos investimentos, estimados em R$ 11 milhões, advindos da parceria com a Vale, e pela magnitude das obras, inquestionavelmente, as intervenções urbanísticas a serem executadas naqueles espaço serão amplas, abrangentes e tecnicamente adequadas.

Numa vista de olhos no livro do professor Domingos Vieira Filho, recentemente reeditado pela Academia Maranhense de Letras, intitulado “Breve História das Ruas e Praças de São Luís”, o verbete “Praça João Lisboa” é muito claro quanto à importância histórica desse espaço público, que remonta a 1643, quando se torna o palco memorável da batalha em que as tropas   do bravo Antônio Teixeira de Melo derrotaram os holandeses invasores.

Ali, também, existiu um pelourinho de mármore, que servia de instrumento de suplício dos negros escravos, mas destruído em 1888 pelo povo após a abolição da escravatura, bem como, em 1838, no governo de Vicente Tomás Pires de Figueiredo, instalou-se o Liceu Maranhense, no Convento do Carmo, dirigido por Sotero dos Reis.

Quanto à mudança do nome de Largo do Carmo, para Praça João Lisboa, Vieira Filho informa que veio no bojo da Resolução nº 14, de 28 de julho de 1901, em homenagem à memória do nosso maior jornalista, que ali morou durante muitos anos.

No governo de Luís Domingues, por efeito da Lei Estadual 582, de 24 de abril de 1911, foi autorizada a contratação do escultor francês, Jean Magrou, para fazer a estátua de João Lisboa, guardado nos porões do Palácio dos Leões até 1918, de onde saiu por iniciativa do governador Antônio Brício de Araújo, que a inaugurou solenemente.

Sabe-se, também, que o pedestal primitivo, desenhando pelo engenheiro Haroldo Figueiredo, foi mudado por outro no governo Magalhães de Almeida, mas, na administração do interventor Paulo Ramos, sofre nova modificação, com o deslocamento do pedestal da estátua para “a primeira seção da praça, voltada para a Rua Nina Rodrigues”.

Naquela época, a execução de obras públicas, em São Luís, não era tarefa fácil por dois motivos: 1) divergências políticas entre os governantes em torno dos problemas da cidade; 2) carência ou dificuldade na aquisição de material de construção.  

Quem atesta esses problemas são os interventores Antônio Martins de Almeida (1933 a 1935), que nomeou prefeito de São Luís, o engenheiro Antônio Alexandre Bayma, e Paulo Ramos (1936 a 1945), que fez do médico Pedro Neiva o gestor da capital maranhense.

Martins de Almeida, na edição do Diário Oficial, de 1º de março de 1935, abordava a questão urbanística de São Luís de maneira desastrosa: “Queremos fazer um apelo aos capitalistas e proprietários de São Luís, no sentido de que empreguem os seus capitais em edificações ou reconstruções, modificando esse deplorável aspecto de cidade colonial, retardada, retrógrada, com que tanta gente apoda a nossa bela capital.”

Em seguida, dizia: “Precisamos varrer do alto dos telhados essa vegetação luxuriante que se ostenta em toda parte, nas ruas mais centrais da urbe. Devemos extinguir esse tipo de casarão secular, biqueiras à frente, sacadas do tempo de Dom João, em que se aprazem de habitar entre ratos, morcegos e baratas, muitas das nossas famílias abastadas.”

Não por acaso, o prefeito Antônio Bayma, nomeado por Martins de Almeida, que no estilo bolsonariano, sob o argumento de facilitar o tráfego, ordenou o corte de algumas árvores da Praça João Lisboa, sob o pretexto de que elas, por serem frondosas, também atentavam contra a segurança do Estado.

Se o mineiro Martins de Almeida, pregava ações radicais no sentido de desfigurar a cidade colonial, para que a administração municipal se visse livre dos problemas urbanísticos, o maranhense Paulo Ramos, governava  em sentido contrário ao que preconizava o seu antecessor, fato comprovado no Diário Oficial, de 19 de agosto de 1938, em que divulgava as dificuldades para execução de obras públicas em São Luís: “A construção é caríssima é quase inexequível, pois em nosso meio mantemos em grau mínimo a indústria de material necessário. O tijolo, a cal, a telha, a areia grossa, etc, atingem preços excepcionais, havendo verdadeiros lances de leilão. A falta de material sacrifica o orçamento de qualquer construção, mesmo o mais bem organizado.”  

Com todas essas dificuldades, o interventor Paulo Ramos não era pessimista e nem se deixava abater pelos problemas que o Maranhão enfrentava na área da construção. Para superá-las, respaldava-se na boa arrecadação da máquina fazendária e no aporte de recursos federais, que drenados para a gestão do prefeito Pedro Neiva de Santana, permitiam a realização de obras para mudar a fisionomia da capital maranhense, sem necessidade, como era desejo de Martins de Almeida, de fazer alterações bruscas na paisagem colonial da urbe ludovicense.

Como prova de que Paulo Ramos e Pedro Neiva estavam perfeitamente sintonizados quanto à maneira de proporcionar a São Luís uma nova roupagem urbanística, basta  lembrar o ano de 1938, quando a população que habitava a capital do Estado, via com bons olhos os melhoramentos nela introduzidos, com destaque para as reformas das praças Antônio Lobo, Gonçalves Dias e João Lisboa, os calçamentos das ruas Dom Francisco, Jansen Muller, Leôncio Rodrigues, Sete de Setembro, Mário Carpenter, Avenida 5 de Julho, a restauração do Palácio dos Leões, do Instituto Oswaldo Cruz, do Hospital Geral, e as construções das Avenidas ligando a Praça João Lisboa ao Mercado Novo e à Avenida 5 de Julho.      

CADÊ O MST?

Eu não votei em Jair Bolsonaro e nem aprecio a sua maneira de governar o Brasil, mas por causa de sua presença no Palácio do Planalto, o nefando MST, que o PT sustentava para invadir propriedades rurais, saiu de cena.

PALMAS PARA ANDERSON

Quem tem competência, se estabelece. Menos de trinta dias à frente da Secretaria da Cultura, o novo titular, Anderson Lindoso, resolve o problema da Casa da Cultura de Itapecuru, que o antecessor Diego Galdino nada fez para solucionar.

Na semana passada, para minha satisfação, estive na minha terra e assisti o secretário Anderson Lindoso autorizar a empresa que fez a reforma da Casa da Cultura, a, nesta segunda-feira, a trabalhar e corrigir a construção que o inverno levou de roldão. 

FLÁVIO E BOLSONARO

A animosidade entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador Flávio Dino não é de agora.

Vem dos tempos em que os dois cumpriam o mandato de deputado federal e tiveram um forte desentendimento que, por pouco, não descambava para uma imprevisível luta corporal.

A turma do deixa-disso evitou a briga, mas não impediu os dois de esquecerem o motivo pelo qual a briga se originou.

AMOR E PAZ

Para mostrar a nova fase pessoal e política que ora  vive, o governador Flávio Dino, na semana finda, fez duas declarações públicas, que revelam sua adesão à causa do amor e da paz.

Primeira, poderá procurar José Sarney para nova conversa. Segunda, não se esquivará a receber o presidente Jair Bolsonaro na sua visita ao Maranhão, no final de agosto.

INSPEÇÃO DE OBRAS

Todas as vezes que o governador Flávio Dino ausenta-se do Estado e transfere o cargo para o substituto legal, Carlos Brandão, acontece algo inusitado.

O vice imediatamente anuncia que vai ao interior inspecionar obras.

Trata-se de uma procedimento desnecessário e deselegante para com o titular do cargo.

SOCORRO ARAÚJO

Se há uma mulher que admiro pelo trabalho e criatividade, chama-se Socorro Araújo, secretária de Turismo da Prefeitura de São Luís.

Além de lutar para São Luís ser reconhecidamente um polo turístico nacional, pelo seu patrimônio histórico e artístico, desenvolve a nível local uma programação de valiosa contribuição cultural, para que as novas gerações, nas férias escolares, adquiram conhecimentos dos valores e dos acontecimentos que tiveram o Maranhão por palco.

Pelas iniciativas culturais que Socorro Araújo têm promovido e apresentado nas ruas e praças de nossa cidade, merece ser louvada e aplaudida.  

INFLUÊNCIA DE FILHOS

É inegavelmente verdadeira a influência dos filhos do Presidente da República, Jair Bolsonaro – Eduardo, Flávio e Carlos, nas iniciativas do pai e nas atividades políticas e administrativas do País.

No Maranhão, Renato Archer, Newtinho Bello, Jaime Santana e Edinho Lobão, foram filhos que se notabilizaram e tiveram participação nos governos dos pais, Sebastião Archer da Silva, Newton Bello, Pedro Neiva de Santana e Edison Lobão.

Graças a Deus, não chegaram a ter a força deletéria dos filhos de Bolsonaro.

ANIVERSÁRIO DE G. DIAS

Como tem acontecido nos últimos anos, a Academia Maranhense de Letras prestará homenagem ao seu patrono, Gonçalves Dias, pelo dia de nascimento, a 10 de agosto de 1823.

Pelo fato da efeméride, este ano, cair no sábado, a homenagem ocorrerá na sexta-feira, dia 9 de agosto, às 17 horas, para que os alunos da rede pública e privada possam participar do evento, na praça onde se encontra a estátua do grande poeta, a ser lembrado em verso e prosa pelos maranhenses.

PARTICIPAÇÃO DE SARNEY

Quem imagina que o ex-presidente José Sarney marcou presença na reunião do MDB, para emprestar solidariedade a algum candidato a prefeito de São Luís, equivocou-se totalmente.

Sarney, que da vida política e partidária, só quer ter boas recordações, compareceu ao encontro emedebista para rever os amigos do partido ao qual pertence, destacando-se o ex-senador João Alberto.

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