A QUESTÃO URBANÍSTICA DE SÃO LUÍS

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Quando, anos atrás, eu costumava diariamente frequentar a Biblioteca Pública Benedito Leite, para pesquisar e buscar informações nos jornais de São Luís do passado, não deixava de tirar cópias xerox  (tempo em que se podia fazer esse procedimento) de  notícias, atos e fatos curiosos e interessantes, de autoridades públicas ou de personalidades da vida privada, pois sabia que um dia me serviriam de subsídio jornalístico.

Recentemente, revisitando aquela volumosa e preciosa documentação, deparo-me com uma matéria publicada na primeira página do Diário Oficial, datada de 1º de março de 1935, quando o Maranhão era governado pelo capitão Antônio Martins de Almeida e São Luís estava sob a administração do prefeito nomeado, engenheiro Antônio Bayma.

Nome da matéria: “A questão urbanística de São Luiz”, que tem tudo a ver com a atual realidade da capital maranhense, pois reporta-se a problemas tratados e vistos na recente gestão do prefeito Edivaldo Holanda Junior, que terminou o mandato com altos índices de popularidade pelas intervenções realizadas na cidade e que caíram no gosto da população.

Para o leitor fazer um paralelo entre as administrações de Antônio Bayma e Edvaldo Holanda, separadas no tempo por 85 anos, mas focadas na questão urbanística da capital maranhense, nada melhor do que reproduzir aquela matéria na qual os problemas da cidade se parecem e conduzidos por tratamentos quase semelhantes.

A matéria do Diário Oficial tem esse conteúdo:  “Maranhense nato e amante de sua terra, desejando o seu progresso e o seu desenvolvimento, o engenheiro de comprovado tirocínio, inteligente, culto, o dr. Antônio Bayma, muito cedo, compreendeu as faces, as coordenadas, as modalidades do grave problema urbanístico de São Luiz e lançou-se a uma obra de remodelação e reforma da velha cidade.

“Essa obra dinâmica e producente aí está aos olhos de todos, para admiração dos homens de senso e que saibam ver com justiça e equilíbrio, e para a confusão e desconcerto dos indiferentes, dos oposicionistas sistemáticos e dos maldizentes contumazes.

“Queremos com estas considerações fazer um apelo aos capitalistas e proprietários de São Luiz, no sentido de que empreguem os seus capitais em edificações ou reconstruções, modificando esse deplorável aspecto de cidade retardada, retrógrada, com que tanta gente apoda a nossa bela capital.

“A edificação de palacetes, vivendas, grandes prédios comerciais, não só contribuirá para o embelezamento da cidade como para a fortuna de seus proprietários.

“É certo que São Luiz é uma das cidades do Brasil onde o custo dos alugueis de casas atinge as mais altas proporções, constituindo fonte de renda e emprego de capital invejável.

“Precisamos varrer do alto dos telhados essa vegetação luxuriante que se ostenta em toda parte, nas ruas mais centrais da urbe.

“Devemos extinguir dos casarões seculares, as biqueiras à frente das sacadas do tempo de D. João, em que se aprazem de habitar, entre ratos, morcegos e baratas, muitas das nossas famílias abastadas.

“Estamos certos que o ilustre prefeito, no seu honesto propósito de tudo produzir pelo bem de seus jurisdicionados, não deixará de adotar medidas que visem incentivar a iniciativa privada em tal sentido.

“A isenção do imposto de qualquer natureza, sobre as novas edificações, durante determinado período, a suspensão e anulação de executivos ou quaisquer medidas fiscais sobre os prédios a serem reformados ou reconstruídos, tudo isso são providências capazes de despertar o interesse dos proprietários em melhorar as suas casa, de residência ou aluguel, pois o governador da cidade não deixará de receber sugestões presentes como um propósito delicado de colaboração de nossa parte na sua proveitosa e fecunda administração.”  

SARNEY VACINADO

Depois de mais de um ano enclausurados em sua residência, em Brasília, para não serem contaminados pelo Covid-19, o ex-presidente José Sarney e a esposa Marly, foram, afinal, vacinados.

Com essa providência, o casal Sarney está habilitado para vir a São Luís, o que se dará na primeira quinzena de março, para matar a saudades dos familiares, amigos e da terra.

PRESIDENTES DESEQUILIBRADOS

Segundo os historiadores, pela Presidência da República do Brasil, passaram quatro chefes de governo desequilibrados.

O primeiro, Delfim Moreira, vice que assumiu com a morte do eleito, Rodrigues Alves, em novembro de 1918, atacado pela gripe espanhola.

O segundo, Jânio Quadros, que renunciou em agosto de 1961.

O terceiro, Fernando Collor de Melo, expurgado do poder, via impeachement, em dezembro de 1992, pelas comprometedoras atitudes.

O quarto, encontra-se atualmente no Palácio do Planalto, fazendo o Brasil retroceder no tempo e no espaço.

INUTILIZADA ORGANIZADA

De uns tempos para cá, São Luís passou a contar na estrutura administrativa da prefeitura de uma Guarda Municipal.

Quando era prefeito da capital maranhense, Epitácio Cafeteira quis criar essa corporação, mas mudou de ideia após consultar o seu assessor de imprensa, o versátil jornalista, Amaral Raposo, que o dissuadiu com este argumento: -Trata-se de uma inutilidade organizada.

Tudo indica que Amaral Raposo tinha razão.

CANDIDATURA DE ROSEANA

Especialistas em política do Maranhão afirmam com segurança de que só há meio do MDB, nas eleições de 1923, salvar-se de um completo naufrágio.

A ex-governadora Roseana Sarney se lançar candidata a deputada federal.

Ela, além dos votos para se eleger, poderá robustecer o quociente eleitoral, dando condições ao MDB de ter maior representação na Câmara dos Deputados.

ESTOU VACINADO

Depois de tanta ansiedade e espera fui vacinado contra o Covid-19.

Tomei a primeira dose na última quinta-feira e recebi um aviso para uma segunda dose nos meados de maio.

Não posso deixar de parabenizar a gestão do prefeito Eduardo Braid, sob pena de cometer uma injustiça pelo meu silêncio, da perfeita e harmoniosa organização montada no Centro de Convenções do Sebrae, para atender aos que, como eu, são octogenários.

BLOCO DO EU SOZINHO

A bancada que faz oposição ao governador Flávio Dino na Assembleia Legislativa é formada por apenas três deputados: José Adriano, César Pires e Wellington do Curso.

Quando José Sarney governou o Maranhão, houve época em que só havia um deputado na linha de oposição ao governador: Orlando Medeiros, que liderava o Bloco do Eu Sozinho.         

RENÚNCIA DE HAICKEL

Pela nomeação para o cargo de secretário de Comunicação da Prefeitura de São Luís, o intelectual Joaquim Haickel renunciou ao posto de tesoureiro que ocupava na Academia Maranhense de Letras.                                

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