CADÊ A BIBLIOTECA DE HUMBERTO DE CAMPOS?

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Recentemente a Academia Maranhense de Letras, em continuidade ao seu extraordinário Plano Editorial, publicou seis livros extraídos das obras do notável escritor Humberto de Campos.

Esse magnífico trabalho em favor da literatura maranhense, organizado pelo acadêmico e escritor Sebastião Moreira Duarte, que faz parte da Coleção Biblioteca Escolar, trouxe a lume textos do saudoso e consagrado intelectual maranhense, nascido na antiga cidade de Miritiba, que mudou de nome em homenagem ao seu filho mais ilustre.

São livros imperdíveis, porque mostram o sentimento de um escritor que deixou uma gigantesca obra literária, em prosa e poesia, motivo pelo qual pertenceu à Academia Brasileira de Letras e representou o Maranhão na Câmara de Deputados e se tornou um dos intelectuais mais lidos no Brasil em todos os tempos.

Quem já leu os Diários Secretos e As Memórias Inacabadas de  Humberto de Campos, em que ele evoca assuntos de sua vida, especialmente a vivida  no Maranhão, não pode ficar em silêncio diante de um fato lamentável perpetrado contra o memorável escritor, que, além da extraordinária obra legada ao povo brasileiro, possuía uma rica, fantástica e volumosa biblioteca, a respeito da qual tenho um documento público, registrado no Diário Oficial do Estado do Maranhão, editado a 2 de março de 1935.

De que trata esse valioso documento histórico, que revelo nos dias de hoje e acontecido há mais de oitenta anos, mas precisa ser conhecido do povo maranhense?

O documento diz respeito a uma decisão de relevante valor cultural, tomada pelo então interventor Antônio Martins de Almeida, que nem maranhense era, ao assinar o decreto 781, de 28 de fevereiro de 1935, que transcrevo literalmente a seguir: “ O Interventor Federal no Estado do Maranhão, usando de suas atribuições que lhe confere as leis vigentes e tendo em vista que o saudoso escritor Humberto de Campos deixou uma biblioteca, composta de perto de dois mil volumes, avaliada em 20.000&000 (vinte contos de réis), pelos srs. José Olympio Pereira Filho, proprietário da Livraria José Olympio Editora, dr. Adelman Tavares, da Academia Brasileira de Letras, e dr. Fernando Nery, diretor da Secretaria da referida Academia, e considerando que o Governo, adquirindo a biblioteca daquele consagrado escritor patrício, tem em mira fortalecer o patrimônio cultural do Estado, pela fonte de ensinamento que ela representa ao bem coletivo; e considerando que o Governo, além de amparar o interessa coletivo, presta, ainda, merecida homenagem ao imortal escritor maranhense, evitando que a sua biblioteca, adquirida por outrem se disperse, decreta para o efeito da compra, que fica, desde já, aberto o crédito extraordinário de vinte contos de réis”.

Diante desse claro e indiscutível documento oficial do Governo do Maranhão, duas questões precisam ser esclarecidas. Primeira, será que essa operação administrativa e financeira autorizada pelo Interventor Martins de Almeida chegou a ser concluída?        

Segunda, se a biblioteca foi comprada, que eu acredito positivamente, até porque ordem de interventor era rigorosamente cumprida, qual o destino que ela tomou em São Luís?

Na Biblioteca Pública Benedito Leite, o local certo para alojá-la, pelo que fui informado, de Humberto de Campos, só existe um retrato do escritor na parede.

GULLAR ACIMA DO CHÃO

O jornalista Ruy Castro, na sua coluna, na Folha de São Paulo, escreveu que “Ferreira Gullar, o poeta brasileiro que mais escreveu em poesia sobre poesia, tem os seus livros reunidos em “Toda Poesia” pela Companhia das Letras. Lá estão “A Luta Corporal”, os cordéis, as pedras-de-toque, menos o livro de estreia “Um pouco acima do chão”, impresso em São Luís aos 18 anos e cujo parnasianismo o maduro Gullar rejeitou.

“Um pouco acima do chão”, que Gullar não gostava   e se arrependeu de tê-lo feito, foi reeditado em São Luís por Jomar Moraes, antes de seu falecimento.

BANDEIRA DO BRASIL

As seguidas manifestações de ruas, promovidas pelo presidente Jair Bolsonaro, têm rendido bons frutos às lojas que vendem bandeiras, especialmente a do Brasil.

Um amigo meu, na semana passada, procurou e não encontrou no comércio de São Luís nenhuma bandeira brasileira para o filho, que precisava de uma não para participar de manifestação política, mas atender a uma solicitação do colégio onde o garoto estuda.

MUDANÇA PARA O CANADÁ

Dois arquitetos que brilharam em São Luís pela competência profissional e retidão nos serviços que prestavam, estão deixando o Maranhão.

Ricardo Perez e Gracy Bogéa, atendendo aos apelos dos filhos que estudaram, se formaram e hoje são profissionais respeitados fora do Brasil, conseguiram convencê-los a trocar São Luís pela capital do Canadá, onde passarão a ter melhores condições de trabalho e de vida.

MARANHÃO INFELIZ

O senador Weverton Rocha, no lançamento de sua candidatura, em Imperatriz, à sucessão do governador Flávio Dino, anunciou em alto e em bom som, o slogan da sua campanha eleitoral: “Com Weverton o Maranhão será feliz”.

 Eu já acho o contrário.

DEMOCRATA, JAMAIS

O presidente Jair Bolsonaro, como dizia Jânio Quadros, é um homem incapaz de conviver com a democracia.

Ao contrário de todos os ex-presidentes da República, foi de uma total indiferença com relação aos atletas brasileiros, que participaram das recentes Olimpíadas de Moscou.

O mesmo procedimento dispensa aos doentes ou vítimas da Covid-19. Ele nunca foi a qualquer hospital de nenhuma cidade brasileira para visitar um doente ou se solidarizar com a morte de alguma vítima da coronavirus.

O que ele gosta mesmo é de afrontar as leis, acabar com a urna eletrônica e de promover motociatas.   

EMOÇÃO DE SARNEY

O ex-presidente José Sarney ficou sobremodo emocionado e feliz com a visita dos membros da Academia Maranhense de Letras, na tarde da última terça-feira.

Sarney, decano da Casa de Antônio Lobo, continua o mesmo: não se desliga dos movimentos e das ações culturais da instituição, na qual ingressou aos 22 anos.

Um ato que Sarney faz questão de participar é do processo de votação dos candidatos que dela pretendem fazer parte.

NEGÓCIO DESFEITO

As negociações em torno da venda do São Luís Hotel para o Tribunal de Justiça não chegaram a bom termo.

Depois de avaliações técnicas, o presidente do TJ, desembargador Lourival Serejo, ficou convencido de que as instalações físicas do hotel não se adequam ao bom funcionamento da instituição que preside.

TROCA DE COLO

A frase é da autoria do engenheiro Aparício Bandeira, que eu assino em baixo: “Eu votei no Bolsonaro para presidente para me livrar do Lula. Mas ele agora coloca o Lula no meu colo.

CANDIDATURA DE NELSON

Depois de reiterados apelos para fazer parte da Academia Caxiense de Letras, o engenheiro e escritor Nelson Almada Lima, decidiu inscrever-se à vaga deixada pelo saudoso Raimundo Medeiros.

Nelson deverá disputar a eleição com cinco candidatos, mas é o favorito.     

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