A prisão da ex-subsecretária de Estado da Saúde e candidata derrotada a prefeita de Imperatriz na última eleição, Rosângela Curado, deixou sobressaltado o deputado federal Weverton Rocha (PDT), seu padrinho político. Uma das aliadas mais próximas do pedetista e sua suplente imediata na Câmara Federal, Rosângela foi reduzida a figura incômoda após a Operação Pegadores, da Polícia Federal, que a apontou como cabeça de uma organização criminosa que desviou R$ 18 milhões em recursos públicos federais, por meio de fraudes na contratação e pagamento de pessoal, em contratos de gestão e termos de parceria firmados pelo Governo do Estado do Maranhão na área da saúde.

Weverton Rocha outrora dedicava total prestígio a Rosângela, a ponto de agraciá-la com quatro meses de mandato parlamentar. Agora, vê tal vínculo como algo comprometedor, capaz de envolvê-lo em novo escândalo, bem maior que o já rumoroso caso do Ginásio Costa Rodrigues, que lhe rendeu uma denúncia de dispensa indevida de licitação, modificação ilegal de contrato administrativo e peculato, na modalidade desvio, aceita em março deste ano pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O maior medo de Weverton é que a PF, à medida que avance nas investigações, identifique suas digitais nos atos de corrupção atribuídos a Rosângela. Não há qualquer comprovação quanto a isso, até o momento, mas a ligação estreita entre o parlamentar e a ex-subsecretária pode ampliar os horizontes da investigação policial, que conta com o auxílio providencial da Receita Federal e da Controladoria Geral da União (CGU).

Para observadores atentos da cena política, é impossível que Weverton desconhecesse as peripécias da aliada, que até antes da operação lhe prestava contas de todos os seus movimentos nos bastidores do poder.

Ainda acalentando o sonho de eleger-se senador, o deputado vê seu projeto ameaçado de implosão justamente por alguém que vinha servindo fielmente aos seus propósitos, até então.