A substituição da adutora do Sistema Italuís é a primeira grande obra de Flavio Dino (PCdoB) em quase três anos de governo. E embora tenha recebido o serviço adiantado em cerca de 70%, o comunista e sua equipe técnica não têm sido capazes de concluir e entregar a benfeitoria à população. Após colapso registrado na estrutura, no último domingo, causado por um vazamento na tubulação recém montada, o governador, em vez de admitir a falha, levantou a suspeita de sabotagem, em uma tentativa desesperada de politizar o caso e de terceirizar a culpa, lançando mão de um subterfúgio ao qual apenas os covardes recorrem.

Reforçam a inaptidão de Flávio Dino para tocar grandes obras os seis adiamentos da inauguração da nova adutora, contabilizados pelo jornal O Estado do Maranhão, que sempre se manteve vigilante em relação à intervenção no Sistema Italuís e a outras pendências não sanadas pelo atual governante, em diferentes áreas.

Não é exagero afirmar que as sucessivas reportagens publicadas pelo matutino foram decisivas para que o Estado se mobilizasse pela tão esperada conclusão do serviço, iniciado em 2012, executado com relativa celeridade até 2014 e relegado à estagnação a partir de 2015, ano em que os comunistas ascenderam ao poder.

Habituado a obras de pequeno impacto, como intervenções de trânsito que em pouco tempo se mostrarão meros paliativos; aplicações de asfalto com qualidade e critérios técnicos questionáveis e reforma e construção de escolas básicas por flagrante motivação política, Flávio Dino ainda não havia se deparado com um projeto de alta magnitude desde que passou a ocupar o Palácio dos Leões. E mesmo tendo herdado o serviço jé em fase adiantada, não demonstrou qualificação para realizá-lo de forma satisfatória.

A hipótese de sabotagem levantada por Flávio Dino soa mais como estratégia de defesa ou mesmo como artimanha para ganhar tempo diante de um episódio que escancarou a incompetência do atual governo em promover a mudança prometida em palanque, do qual os comunistas insistem em não descer.

Em meio aos danos causados ao povo pela falta d’água, que já se prolonga por seis dias, resta recomendar cao governador que ajuste seu discurso à realidade, para que a fama de falastrão não destrua o que lhe resta de credibilidade.