Flávio Dino teve começo, meio e fim trágicos em 2017

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Flávio Dino teve que se explicar diversas vezes em meio aos sucessivos escândalos, mas perdeu poder de convencimento

O governador Flávio Dino (PCdoB) encerra 2017, terceiro ano do seu mandato, desmoralizado pela mídia nacional por causa da polêmica entrevista que concedeu recentemente à Folha de S. Paulo, duramente criticada por internautas e pelo programa “Os Pingos nos Is”, da Rádio Joven Pan. É um cenário semelhante ao protagonizado pelo comunista logo na primeira semana deste ano, quando veio à tona o escândalo do “aluguel camarada”, assim chamado porque um imóvel locado pelo governo para abrigar uma unidade de ressocialização da Funac, no bairro Aurora, tem como proprietário um engenheiro filiado ao PCdoB, mesmo partido de Dino, que na época ocupava alto cargo no governo, mais precisamente na Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), e foi exonerado em meio à ampla repercussão negativa do caso.

“Mentiroso”, “sem vergonha”, “perigo público” e “malandro” foram alguns dos adjetivos atribuídos Flávio Dino pelos apresentadores dos “Pingos nos Is”, Joice Hasselmann, Augusto Nunes e Felipe Moura Brasil. O trio de âncoras da Jovem Pan reprovou a posição favorável do comunista à candidatura do ex-presidente Lula a um terceiro mandato presidencial, mesmo estando o petista condenado pela Justiça Federal, em primeira instância, e na iminência de nova condenação, em segunda instância.

Os três jornalistas também repudiaram a tentativa do governador maranhense de colocar pobres contra ricos, à custa da apologia ao Estado paternalista e da demonização da classe chamada por ele de elite.

“Aluguel camarada”

Aluguel de prédio pertencente a filiado ao PCdoB com emprego na Emap abriu série de escândalos no governo comunista (Foto: Flora Dolores/O Estado)

Divulgado em primeira mão por este blog em 4 de janeiro (relembre aqui), o episódio rendeu matéria no jornal O Estado do Maranhão, que no dia seguinte abordou o caso com riqueza de detalhes. Daí para sua propagação na imprensa nacional foi questão de tempo. Coube ao Bom Dia Brasil, da Rede Globo, expor o favorecimento comunista a todo o país. Foram duas reportagens, a primeira delas seguida de comentários nada elogiosos do apresentador Alexandre Garcia (recorde aqui e aqui).

O escândalo do “aluguel camarada” da Funac foi o prenúncio de uma série de outras polêmicas que marcaram o governo Flávio Dino em 2017. Na sequência veio a Operação Turing, deflagrada em março pela Polícia Federal, que resultou na prisão de um ex-adjunto da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap) e na condução de blogueiros para prestar depoimentos (relembre aqui).

Clínica

Clínica Eldorado foi sendo reformada com dinheiro público após ter sido alugada por quase R$ 1 milhão, com direito a aditivo contratual (Foto: Paulo Soares)

Em agosto, foi vez de o Maranhão e o Brasil saberem que Flávio Dino alugou e pagou a reforma de uma clínica particular pertencente à família de um desembargador, que tem em seu corpo societário ninguém menos do que a assessora jurídica da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Configurado mais um “aluguel camarada”, dessa vez com gasto muito maior do que o anterior, restou à mídia local não alinhada ao governo e à imprensa nacional escancarar para todo o país mais um ato de improbidade cometido pelos comunistas.

Para completar o rosário de crimes contra o erário público registrados no terceiro ano do governo Flávio Dino, outro escândalo veio à tona, gerando mais repercussão nacional negativa para o Maranhão. E, pela segunda vez, o rombo foi na Saúde, de onde foram desviados cerca de R$ 18 milhões, conforme investigação da Polícia Federal, durante a Operação Pegadores.

Gravidade

Pivô do escândalo na Saúde, Rosângela Curado recebe abraço afetuoso de Flávio Dino:

O episódio foi, talvez, o mais grave de todos, tanto pela quantia que escoou pelo ralo ralo da corrupção, quanto pelos personagens envolvidos, dentre os quais a ex-subsecretária de Saúde e candidata derrotada a prefeita de Imperatriz, Rosângela Curado, figura proeminente na hierarquia estadual, até então blindada e intocável, tamanha a sua proximidade com figuras de proa do grupo governista, como o próprio Flávio Dino e o deputado federal Weverton Rocha, apontado como seu padrinho político.

O ano de 2017 foi turbulento para o governador e seus aliados, que, enquanto se lançavam à campanha política antecipada, foram perdendo o discurso de honestidade, tamanho o prejuízo causados pelos escândalos à outrora virtuosa imagem palaciana.

Diferente da propaganda que enaltece os três anos de gestão comunista, a sensação de Flávio Dino é de que seu palanque ruiu depois do festival de improbidades que marcou o ano, talvez o mais infeliz da história do Maranhão no que se refere às práticas depreciativas de um governante.

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