Depoimentos de militares em sindicância desmentem versão do governo Flávio Dino sobre espionagem

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Dois tenentes ouvidos revelaram pressão de coronel filiado ao PCdoB para que informações sobre adversários de comunistas fossem levantadas

Flávio Dino foi desmentido por militares ouvidos em sindicância

Depoimentos de militares colhidos na sindicância aberta pela Policia Militar para apurar a denúncia de que a tropa foi usada pata espionar adversários políticos do governo Flávio Dino (PCdoB) no interior do estado desqualificam a versão de que a ordem de monitoramento de opositores foi algo avulso, de iniciativa de um oficial de baixo escalão e que o Comando Geral da PM não sabia de nada. Pelo menos dois oficiais ouvidos relataram que o coronel Heron Santos, ex-candidato a deputado estadual pelo PCdoB, mesmo partido do governador, vinha pressionando para que as informações fossem levantadas.

Reportagem exibida ontem pela TV Mirante, no JMTV2, trechos reveladores de depoimentos colhidos na sindicância. Um deles foi prestado pelo tenente Juarez Martins Coelho, auxiliar do chefe do Comando do Policiamento do Interior (CPI), coronel Zózimo Paulino da Silva Neto.

Segundo o oficial, a major Ana Paula, responsável pela cobrança de prazos, fez uma reunião sobre o memorando por meio do qual foi repassada a ordem de espionagem, com a presença de dois tenentes, um cabo e dois soldados. Nessa reunião, a major Ana Paula declarou que o coronel Heron Santos, que chegou depois ao comando, cobrou o levantamento das informações sobre os adversários do governo. Segundo ela, o coronel disse que teria que apresentar os dados ao subcomandante geral da PM, no dia seguinte.

Coronel Heron teria dado pressão em militares por informações pedidas no memorando

Ainda de acordo com o depoimento de Juarez, Heron deu orientação a um soldado para que abrisse em seu computador as tabelas com as informações sobre as unidades da PM no interior e comentou que os dados estavam vindo incompletos. O oficial declarou ter estranhado que o ex-comandante estivesse utilizando os digitadores do CPI, embora não esteja mais à frente do comando, e o fato de ele sempre estar no local.

Pressão

O tenente Josué Alves Aguiar, um dos responsáveis pelo setor de digitação do CPI, segue a mesma linha. O oficial relatou que há algumas semanas o coronel Heron esteve no comando para cobrar as respostas das unidades em relação às informações pedidas pelo memorando. Josué revelou, ainda, que a major Ana Paula estava sendo pressionada pelo oficial superior e que ela afirmou que estava apenas repassando a pressão.

Além desqualificar a versão palaciana de que de que o Comando Geral da PM e o governo não sabiam de nada sobre a ordem de espionagem, a sindicância aponta um personagem que pode ter atuado como elo entre militares e políticos para o uso da corporação para espionar adversários dos comunistas.

Filiado ao PCdoB e ex-candidato a deputado estadual na eleição de 2014, o coronel Heron Santos tem muito o que explicar no caso.

Assista à matéria da TV Mirante:

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