Secretário de Segurança Pública do Maranhão criticou soltura de bandidos pela Justiça e demonstrou sintonia de ideias com o ministro Sérgio Moro ao apoiar Pacote Anticrime
Em participação ao vivo, por telefone, nesta quinta-feira (17), no Programa Ponto Final, apresentado pelo jornalista Roberto Fernandes, na Rádio Mirante AM, o secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, fez duras críticas ao excesso de instrumentos jurídicos que favorecem a soltura de criminosos e, por consequência, a impunidade. Mesmo filiado ao PCdoB, partido pelo qual chegou a ensaiar uma candidatura a deputado federal, na pré-campanha do ano passado, o titular da SSP condenou a postura contumaz de políticos de esquerda de defender com intransigência direitos humanos a bandidos.
“Não adianta fingir que não há crime. O crime existe. Há muitos criminosos liberados, muitos organizados em facções. E nós vamos partir com a força do Estado para cima deles”, afirmou. Portela questionou o fato de muitos indivíduos presos serem soltos por decisões judiciais. Ele criticou certos benefícios penais, como a progressão de regime, e defendeu o aumento do tempo máximo de prisão após condenação no Brasil de 30 para 50 anos.
Enaltecendo o trabalho da polícia, ele informou que quando assumiu o cargo de secretário de Segurança Pública, o número de pessoas presas no Maranhão era de 6 mil e que hoje a massa carcerária do estado já chega a 12 mil indivíduos. “Somado a esses, temos ainda os que prendemos e já foram soltos”, frisou.
Benevolência
Questionado sobre a benevolência de políticos de esquerda de defender amplos direitos humanos a criminosos de todo tipo, Jefferson Portela disse que é preciso repensar essa atitude. “A esquerda tem que rever essa postura”, respondeu, indo de encontro à corrente política da qual ele próprio faz parte.
O secretário demonstrou sintonia de ideias com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro ao manifestar-se a favor do Pacote Anticrime, idealizado pelo ex-juiz federal, desafeto do governador Flávio Dino (PCdoB). Na opinião de Portela, o pacote, que prevê o endurecimento das leis para punir bandidos, já poderia ter sido aprovado, pois foi apresentado ainda no primeiro mês do governo do presidente Jair Bolsonaro.