Governo Flávio Dino impõe censura prévia a advogado que apoiou a comunidade Cajueiro

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Morador da comunidade Cajueiro tenta abrir diálogo com o secretário de Estado dos Direitos Humanos, Francisco Gonçalves

Circula em redes sociais um vídeo em que o ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/ MA e advogado da Comissão Pastoral da Terra, Rafael Silva, denuncia uma tentativa de censura prévia e silenciamento de lutas populares imposta por meio de ação judicial movida pelo Governo do Estado do Maranhão contra ele.

Em vez de acolher as demandas dos populares, o secretário acionou a Justiça

Segundo relato de Rafael Silva, no vídeo, o governo pede na ação que ele seja condenado a pagar R$ 50 mil, seja proibido de fazer críticas públicas à gestão de Flávio Dino (PCdoB) e exclua quatro postagens que fez no Facebook sobre o tratamento dado a seis moradores do Cajueiro numa ocupação da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular, ocorrida de 23 a 26 de agosto de 2019.

Prédio militarizado

Coronel Sílvio Leite, comandante do Gabinete Militar do Governo do Estado, e o advogado Rafael Silva, na sede da SEDIHPOP, em 23 de agosto de 2019

O prédio teria sido “militarizado” sob comando direto do Gabinete Militar do Governo do Estado, segundo o advogado. Ele denuncia nas postagens o tratamento “autoritário” dado aos manifestantes dentro da Secretaria de Estado de Direitos Humanos.

Exausto, um dos representantes do Cajueiro teve que descansar deitado no chão após o grupo ser repelido pelo governo

Consta no processo, como anexos da petição inicial da Procuradoria Geral do Estado (PGE MA), peças que informam o monitoramento das redes sociais de Rafael Silva pela Secretaria de Estado de Comunicação e Assuntos Políticos.

Grupo de moradores do Cajueiro transformou corredor da secretaria em dormitório após ter suas demandas ignoradas

Um ofício emitido pelo secretário de Estado dos Direitos Humanos (Ofício n° 1293 — GAB/SEDIHPOP São Luís, 11 de outubro de 2019), também incluído pela PGE MA, demonstra que o processo foi aberto a pedido do secretário de Estado dos Direitos Humanos, Francisco Gonçalves.

Outro morador da comunidade deitado no chão da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos após a má recepção

O processo, de n° 0843341-26.2019.8.10.0001, tramita na 7ª Vara da Fazenda Pública de São Luís e pode ser acessado pelo Processo Judicial Eletrônico do Tribunal de Justiça do Maranhão. O pedido de liminar foi negado pelo Poder Judiciário e segue agora na fase de contestação, que o advogado terá que apresentar até esta quarta-feira (4).

Assista ao vídeo:

Abaixo, a página inicial do processo, que pode ser consultado, na íntegra, no site do Tribunal de Justiça do Maranhão:

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