Desnorteado, agonizante e, agora, covarde. Os três adjetivos definem com precisão a situação política do governador Flávio Dino (PCdoB) após a debandada de parcela expressiva do seu grupo no segundo turno da eleição de prefeito de São Luís e o fracasso retumbante nas urnas do seu pupilo Duarte Jr. (Republicanos). Definhando na vida pública como nunca se viu, o comunista sofreu mais um duro golpe no dia seguinte à derrota ao ser chamado de sem noção por Ciro Gomes (PDT), com quem tenta disputar o protagonismo na oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Ao comentar o desempenho político de Dino na sucessão municipal na capital maranhense, Ciro disse que o governador do Maranhão “perdeu a noção da realidade”. “O Flávio Dino resolveu não apoiar ninguém no primeiro turno. Foi votar com camiseta ‘Lula Livre’. Eles perderam um pouco a noção da realidade. Ganhou essa eleição quem soube interpretar a realidade do país com humildade”, disparou o cacique cearense, que, diferente do comunista, ajudou a eleger o pedetista José Sarto Nogueira prefeito de Fortaleza.

Apesar da declaração hostil e, até certo ponto, desrespeitosa do antigo aliado, Dino respondeu, nas redes sociais, seu canal de comunicação preferido, com um discurso apaziguador, rebaixando-se mais ainda, provavelmente por entender que um eventual confronto retórico poderá desmoralizá-lo e liquidá-lo de vez no cenário político.

“Não responderei a Ciro Gomes. Por duas razões: primeiro, tenho respeito e apreço por ele. Segundo, é a minha contribuição para que o campo nacional-popular caminhe unido. Não me cabe acirrar conflitos desnecessários”, escreveu o governador, abandonando completamente a pose de maiorial.

Quem diria que outrora onipotente Flávio Dino, que um dia já se arvorou de “professor de Deus”, chegasse a estado tão deplorável. Haja decadência!