Vereador Marlon Botão aciona Vale e Caema para discutir o abastecimento de água na área Itaqui-Bacanga

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Vereador Marlon Botão repercutiu suspeita de moradores de que a proximidade dos bairros com a Vale seja o motivo do problema no abastecimento

Mais de 50 mil famílias da área Itaqui-Bacanga sofrem atualmente com a falta de abastecimento de água. A denúncia é do vereador Marlon Botão (PSB), a partir de inspeções feitas presencialmente em bairros como Cidade Nova, Argola e Tambor, Gapara, Residencial Luís Bacelar, Vila Embratel, Alto da Esperança e Residencial Paraíso.
De acordo com o parlamentar, o problema é especialmente grave nas comunidades mais pobres do eixo Itaqui-Bacanga.

“Dou o exemplo da Cidade Nova, uma comunidade composta em sua maioria por trabalhadores autônomos, por pessoas que vivem de Auxílio ou pequenos bicos, onde mais de 400 famílias hoje sofrem diariamente com a falta de abastecimento, que não têm água para as necessidades mais básicas do dia a dia”, disse.

“Fomos até lá atendendo um chamado da população, e constatamos que o poço artesiano que tinha uma vazão de 22.500 litros, o que já era insuficiente e só garantia abastecimento na metade do dia, hoje está com uma vazão de apenas 6.500 litros. Algumas pessoas ainda conseguem comprar galões de água para a suas famílias, mas a grande maioria não tem como arcar com esse custo e termina ficando sem água até para as necessidades mais básicas, o que é inadmissível”.

Segundo o vereador, diversos moradores suspeitam que a proximidade dos bairros com a Vale pode ser o motivo do problema no abastecimento. Também há relatos de que a água que chega está amarelada, com odor, o que levou as famílias a suspeitarem de uma possível contaminação da água por algum minério.

“A situação de algumas dessas comunidades é realmente desesperadora. Porque são famílias muito humildes, que não têm a quem recorrer. No Cidade Nova, o poço foi tomado por uma crosta, o que pode ser o motivo da diminuição drástica da vazão de água”, disse.

“E o preocupante é que essa água, quando chega, ainda vem amarelada e com odor, imprópria para o consumo. Quem não tem condição de comprar galão de água mineral acaba sendo obrigado a consumir essa água suja, o que afeta diretamente na saúde dessas pessoas. São milhares de famílias no Itaqui-Bacanga sem ter o básico, que é água limpa para consumir”.
Desabastecimento total

Para o vereador, a maior preocupação é a possibilidade de desabastecimento total nessas comunidades do Itaqui-Bacanga – caso não haja uma resposta imediata das autoridades competentes em apresentar uma solução sustentável.

Uma das comunidades da área Itaqui-Bacanga afetadas pelo desabastecimento de água

“Nós estamos tratando aqui de um problema grave de possibilidade de desabastecimento total dessas comunidades do Itaqui-Bacanga caso os lençóis freáticos sejam contaminados. Se os lençóis freáticos que abastecem essas comunidades forem contaminados de forma irreparável, as próprias condições de vida dessas localidades serão destruídas”, disse.

“É uma situação muito preocupante que precisa de uma resposta imediata. Precisamos saber o nível em que estão esses lençóis freáticos e identificar se há contaminação dessa água, para que a gente possa iniciar imediatamente um processo de despoluição. Nós precisamos preservar as nossas comunidades, urbanizá-las de forma sustentável, porque São Luís não tem mais pra onde crescer, é importante lembrar que os recursos naturais são limitados”.

Vale e Caema acionadas

Depois da inspeção nos bairros, e de ouvir os moradores, o vereador Marlon Botão pediu uma reunião com a Vale e com a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema). “Depois das nossas inspeções, e de ouvir esses relatos dos moradores, entrei em contato com a Vale, pedindo uma reunião, para que a gente tenha uma resposta sobre o que pode ser feito”, disse.

“Porque a Vale, ao ocupar esses locais, tem uma responsabilidade social com a região. E eu tenho certeza de que, justamente por isso, é de interesse da empresa que as famílias dessas comunidades próximas vivam bem. A Vale, assim como a Caema, tem que ser uma parceira nossa na resolução desse problema. Água limpa para beber, para tomar banho, cozinhar, é direito básico de todos”.

Com a Caema, o vereador informou que irá discutir a possibilidade de expansão do Sistema Italuís para o abastecimento dessas mais de 50 mil famílias.
Parceria com UFMA e UEMA

Um dos poços artesianos inspeccionados por Marlon Botão para discussão da falta de abastecimento de água nas comunidades com a Vale e a Caema

Marlon Botão também informou que coletou uma amostra da crosta que está obstruindo o poço artesiano do Cidade Nova para a análise desse material na UEMA.
“Fiz questão de coletar uma amostra desse material e levar até os laboratórios da UFMA e da UEMA para descobrir se realmente se trata de um material prejudicial à saúde das pessoas, e se há o risco de contaminação também dos lençóis freáticos”, disse.

“Fomos até a UEMA juntamente com representantes da comunidade para levar esse material, e saímos de lá com a garantia de que técnicos da Universidade irão até o poço artesiano do Cidade Nova para fazer essa inspeção in loco. Estou otimista de que, juntos, com o esforço da comunidade, dos técnicos da UEMA, com a parceria da Vale e da Caema, vamos conseguir resolver essa situação”.
Audiência Pública

O vereador afirmou ainda que já propôs, na Câmara Municipal de São Luís, uma Audiência Pública para discutir o problema do abastecimento de água na área Itaqui-Bacanga – que será realizada em uma das comunidades da região.

“Vamos convidar as famílias, toda a comunidade, e convocar as autoridades para encontrarmos juntos uma solução para esse problema que há tantos anos atinge essas milhares de famílias da área Itaqui-Bacanga. E a diferença é que essa nossa Audiência Pública vai ser feita no Itaqui-Bacanga, não na Câmara Municipal. Queremos a participação das pessoas, das famílias que são as mais interessadas na resolução desse problema”, disse.

“O nosso objetivo é encontrar uma solução definitiva. É inadmissível que ainda hoje, no ano de 2022, a gente ainda tenha que brigar para garantir um direito básico como esse, que é ter água potável, limpa, própria para o consumo. São Luís nunca será uma cidade desenvolvida enquanto a sua população não tiver seus direitos básicos assegurados. Nós fortaleceremos a cidade fortalecendo e cuidando das pessoas. Eu vou até as últimas consequências para garantir a solução do abastecimento de água e a preservação das comunidades do Itaqui-Bacanga”, finalizou o vereador.

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