Crendices da Baixada Maranhense

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Nesta postagem, abordaremos algumas curiosidades da Baixada Maranhense concernentes às lendas rurais e crendices que povoam o imaginário dos habitantes da nossa microrregião.

A cobra que mama: essa crença popular diz que a cobra jibóia mama na mulher lactante, enquanto esta dorme, e durante isso coloca a ponta da cauda na boca do bebê para ele não acordar e chorar. Evidentemente, nem a morfologia da boca da cobra e nem a sua fisiologia (enzimas necessárias para degradar o leite humano) estariam adaptadas para essa lactação.

 Aparição de aparelhos: Segundo os habitantes da Baixada, os aparelhos são discos voadores (OVNIs) que apareceram muito nos campos da Baixada, sobretudo nas décadas de 70 e 80. Em São João Batista, há um senhor apelidado de “Queimado de Aparelho”, pois teria parte do corpo lesionada por uma língua de fogo lançada a partir de um disco voador (aparelho).

Chá de fezes de cachorro: segundo essa crendice, o chá de cocô de cachorro é um santo remédio para pessoas acometidas de sarampo, sobretudo crianças.

Cobreiro – nome popular de uma doença da pele. Recebe essa denominação porque dizem que a dermatose é proveniente do uso de uma roupa sobre a qual passou alguma cobra. Segundo dizem os mais velhos, o paciente morre se as duas pontas da lesão se encontrarem, após contornarem o seu corpo.

Curacanga: De acordo com a definição de José Jorge Leite Soares, escritor pinheirense e autor da obra intitulada “Curacanga – Crônicas”, a curacanga é uma assombração representada por uma bola de fogo que vagueia pelos campos da Baixada e que, consoante a crença popular, persegue viajantes, canoeiros e vaqueiros. Diz a lenda que quando uma mulher tem sete filhas, a última delas vira curacanga, a cabeça sai do corpo e, à noite, assume a forma de uma bola de fogo, que sai girando à toa amedrontando quem encontra. Segundo os cientistas, trata-se do fenômeno conhecido como fogo-fátuo (combustão espontânea de gases), isto é, uma reação química proveniente da queima do gás metano, que se inflama em contato com o oxigênio. O gás é produzido pela decomposição de substâncias orgânicas depositadas nos campos, como fezes de gado, animais mortos, vegetação seca etc.

Curado de cobra: algumas pessoas da Baixada acreditam que sejam “curadas” e dizem já terem sido mordidas várias vezes por cobras venenosas e que, mesmo sem tomar soro anti-ofídico, não apresentam nenhum problema de saúde. O que acontece na realidade é que certas pessoas são picadas logo após a cobra haver destilado todo o seu veneno em uma presa (rã, rato do campo etc). Dessa forma, sem veneno a picada se torna inócua, levando o caboclo a crer que é realmente “curado de cobra”.

Leite de sapo cega: o “leite” corresponde ao veneno contido nas glândulas localizadas dorsalmente atrás dos olhos do animal. O sapo não consegue projetar esse veneno nos olhos de uma pessoa em pé; todavia, se essas glândulas forem comprimidas, o veneno pode espirrar a uma curta distância e atingir os olhos da pessoa que está maltratando o anfíbio. Mas não há comprovação de que cause cegueira.

Surra de cobra caninana: essa lenda diz que a cobra caninana surra qualquer mulher grávida que encontrar pelo caminho, correndo sobre a ponta da cauda, dando chicotadas e perseguindo a vítima até a sua casa.

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