Mudança pela Renovação

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Duvido muito que eu pudesse em qualquer outro grupo que não este, ao qual faço parte, externar as minhas opiniões da forma franca e direta como faço, apontando erros e indicando caminhos.

Sempre me vi e sempre busquei me construir como um nobre cavaleiro andante. Um daqueles forjados no fogo das batalhas, onde a coragem, a honra e a lealdade serviram de metais na confecção da arma de meu ser, onde a subserviência jamais fez parte dessa amálgama.

Pois então abordemos hoje um assunto que para muitos é complicado, mas para mim é simples.

Já faz algum tempo que as pesquisas apontam a vontade do eleitor em mudar. Esse é um fato que não se deve nem se pode desconhecer.

Acontece que o eleitor não quer mudar apenas no Maranhão. Isso é um sentimento que vai mais além. É um sentimento nacional e até mesmo mundial. É o salto geracional que faz com que isso aconteça de tempos em tempos. Nós estamos nesse tempo.

Mas para que essa afirmação sobre a vontade de mudar seja bem entendida, vamos tentar esmiuçá-la e entendê-la.

Quem quer mudar? O eleitor; quem é o eleitor? Em primeira análise é o cidadão, aquele que é atingido pelos problemas do dia a dia acarretados pelo convívio em sociedade; quais são esses problemas? Coisas como a precariedade da saúde e da educação, como a falta de segurança, como o caos no trânsito e nos transportes, como a falta de saneamento básico, de infraestrutura, de habitação e como a falta de emprego.

Quando se analisa todos esses fatos, se observa que muitas coisas precisam ser feitas urgentemente para benefício de todos, independentemente de classe social, raça, faixa etária ou financeira.

Quando a educação for melhor, todos vão sair ganhando; quando o sistema de saúde funcionar com agilidade e eficiência, todos vão melhorar de vida; quando conseguirmos conter a marginalidade e diminuirmos a violência, todos serão beneficiados; quando providências simples forem tomadas para resolver nossos problemas de trânsito, transporte, habitação, saneamento básico e infraestrutura, tudo irá melhorar; quando o desenvolvimento for tanto que a busca pelo emprego for natural, tudo estará melhor.

Sejamos práticos. Em sã consciência alguém acredita que um gestor público, quem quer que seja ele, deseje fazer o pior para a população? Será que Fernando Henrique e Lula disputaram a presidência para saber quem faria menos bem ao povo brasileiro? Será que Roseana e Jackson algum dia tiveram a intenção de prejudicar o povo maranhense? E em relação aos ludovicenses? Será que Castelo e Edivaldo Junior alguma vez cogitaram o que fazer de pior? A resposta é um sonoro NÃO! Não creio que nenhum mandatário procure fazer aquilo que não é bom para os cidadãos.

Mas o certo é que muita coisa errada, muita coisa que não é boa, acaba sendo feita, e isso independe de quem é o mandatário, qual é o Município, o Estado ou mesmo o país.

O certo é que a vontade de mudança está presente.

Mudar aqui no Maranhão seria entregar para a atual oposição a direção dos destinos de nosso Estado? Sim! Isso por si só já seria uma grande mudança. Mas a pergunta que se impõe é outra. Essa mudança de nomes, de partidos, de pessoas, por si só resolverá todos esses problemas, para os quais o cidadão eleitor quer as soluções e as mudanças?

Em minha modesta opinião, é claro que não. Essa mudança pura e simples, de nomes e de grupos não resolverá nada, como já foi provado durante os seis anos de Zé Reinaldo e Jackson Lago à frente do governo do Estado e durante os 32 anos de administração de nossos adversários na prefeitura da capital. Mudou alguma coisa? Nada. E é isso que vai acontecer com uma simples mudança de nomes e grupos dominantes.

As dificuldades são muitas e imensas. Superá-las é tarefa difícil e complicada, que fica fácil e simples só no discurso daqueles que se opõem a quem esteja na situação. O inverso seria igual se fôssemos nós que estivéssemos na oposição.

Se nós acreditamos realmente que podemos renovar e revigorar o nosso grupo político e assim, com ele, conseguir o apoio decisivo dos políticos e do povo do Maranhão, temos que começar a fazê-lo logo, desfraldando a bandeira da renovação de nosso estado.

Mudemos internamente para que possamos mudar verdadeiramente o Maranhão, pois as mudanças que nossos adversários estão propondo estão respaldadas na liderança de ex-membros de nosso grupo político, que mudaram apenas de lado, mas não demodus operandi.

 

PS: Bem-aventurados os que têm coragem de reconhecer seus erros e forças para se renovar, pois eles serão respeitados por todos e seguidos por muitos.

É importante que se diga que o texto acima não está incluído nas bem-aventuranças do sermão da montanha.

6 comentários para "Mudança pela Renovação"


  1. Marcelo filho

    Secretário muito bem explicado. A Oposição nunca deu jeito na capital. Eles comandam a ilha de São Luis por todos esses anos. Hoje São Luis tá rica de buracos, iluminação, semaforo danificados, obras não terminadas, engarrafamento em toda cidade. Tudo isso tem jeito basta a ROSEANA SARNEY ser Prefeita de São Luis. Não tenho duvida que nossa cidade não estaria assim. Não aceitamos mais tantos prejuizo de manuteção de carros. Com eles a capital está assim imagina se fosse o Estado.

  2. Blog do Jorge Aragão | Mudança pela Renovação

    […] Por Joaquim Haickel […]

  3. Carlos Eduardo

    Esse é o discurso de todo mundo que ta no poder. Tinha um chefe no setor onde trabalho que sempre dizia: “Pq mudar de chefe se as coisas podem piorar?”. Joaquim Haickel vc esqueceu de uma coisa chamada alternância de poder. Ela tem que existir em qualquer lugar civilizado. Acabou! O poder vai passar pra outro grupo, só assim o grupo ao qual vc pertence irá refletir e propor no futuro a mudança, e assim vai nessa dialética toda. Isso é coisa mais natural do mundo. Pare com isso! Essa choradeira toda não cai bem! To falando sério!

  4. maximus menezes

    Com todo respeito ao seu texto, acredito que suas posições transcendem os fatos reais da atual conjuntura política porque derivam de uma visão bastante limitada da realidade maranhense e nacional. As referências ideológicas podem ser a causa de tanta inépcia intelectual apresentada em suas palavras ou então, o simples fato de não expor a verdade em troca de outra falsa de sociedade. Poderia apresentar aqui inúmeros motivos da negação do grupo Sarney nas pesquisas apresentadas até hoje, mas isso seria perca de tempo e sinceramente, acho que o senhor possui a mínima noção disso. As políticas Públicas desenvolvidas pelo seu grupo desde os anos 60 como agronegócio, clientelismo, nepotismo e outros levaram o estado ao mais baixo índice de pobreza nacional, mesmo com a presença de programas federais de erradicação da pobreza. Sem contar com a educação básica de péssima qualidade e ausência de expansão universitária para os municípios como foi feito no Piauí anos atrás. Em fim, não acredito que Flavio Dino irá mudar o estado do dia para noite porque seria uma ignorância enorme acreditar nisso. Mudanças não ocorrem assim, mas Flavio pode iniciar um novo momento, um novo estágio que o estado necessita e o Brasil também, decepcionado com a politica do PT e de seus mensalões. A união em torno de FD é uma luta de todos que não querem mais viver na tutela de um grupo que só enricou seus bajuladores e esqueceu seu povo. Como você nunca passou por isso, não imagina o quanto a fome, a falta de trabalho, a falta de saúde e educação de qualidade machuca a dignidade das pessoas.

    • Joaquim Haickel

      Gostaria de uma vez só responder ao Maximus e ao Carlos Eduardo.
      Dizer-lhes que concordo plenamente com sua discordância de meu ponto de vista. Que vocês acreditarem que eu esteja errado e vocês estejam certos é a coisa mais importante nisso tudo, pois é a base da democracia e do estado de direito, onde as pessoas podem defender suas ideias e suas crenças e não serem de qualquer modo penalizados por isso.
      Concordo com o fato da alternância de poder ser fundamental para a saúde desse sistema, mas defendo que essa alternância aconteça democraticamente, obedecendo as regras legais vigentes, o sistema eleitoral e a normalidade. Sendo assim não posso concordar com essa conversa midiática de oligarquia e de décadas de predomínio de um só grupo quando já tivemos períodos que esse grupo esteve fora do poder e nada mudou, nossa capital mesmo nunca, nas últimas três décadas esteve sob nosso controle e os problemas que ela enfrenta não são diferentes do resto do Maranhão. O que eu não concordo é com o messianismo e uns e a demonização de outros.
      É verdade que meu grupo político cometeu e continua a cometer muitos erros políticos e administrativos. O que não é verdade é que outro grupo que assumir o poder não os cometera como querem fazer parecer. Erros iguais e diferentes dos cometidos até aqui acontecerão e isso será natural. Sou contra é se vender a ideia que só se pode mudar pra melhor mudando de grupo ou de pessoa. Isso é falso. Gostaria de ter a oportunidade de provar que se pode mudar pela renovação. Vou tentar fazer isso. Posso não ter essa oportunidade, mas sei que é possível e vou tentar.

  5. Tets

    Lê o texto abaixo e vê se tu aprendes alguma coisa seu otário!

    Passei o fim de semana recebendo mensagens pelo WhatsApp e facebook com questionamentos sobre a aliança entre PCdoB e PSDB.
    As críticas sobre a aliança vieram especialmente da chamada classe média informada de São Luís, um ajuntamento de pessoas que moram num raio que abrange as avenidas Jerônimo de Albuquerque, São Luís Rei de França, Daniel de La Touche, Colares Moreira e Holandeses. São os privilegiados que tem acesso à internet banda larga num estado com menor percentual de usuários da grande rede de computadores no país.
    De uma classe média informada, em qualquer lugar do mundo, espera-se o mínimo de capacidade de relativização dos fatos, de percepção da dialética que rege os acontecimentos, de capacidade de reflexão sobre a complexidade da realidade política. E, muitas vezes, a política é mais real do que a própria realidade, se é que me entendem.
    É por acreditar nisso, que me dou ao trabalho de expor algumas questões que poucos querem ou podem expor. Acredito na inteligência das pessoas, não subestimo meus poucos e leais leitores.
    Num momento histórico tão delicado, quando a opinião pública demonstra profunda insatisfação com sua classe política, corremos o sério risco de radicalizar o debate, personificando movimentos que na verdade são estruturais.
    Mas, vamos lá.
    Em primeiro lugar, não se trata de uma aliança entre Flávio Dino e João Castelo, mas da integração do PSDB ao conjunto de partidos que já integram uma frente ampla de oposição no Estado. Há uma grande diferença. Temos que acabar com a ideia personalista e estreita de poder.
    O PSDB, para quem não sabe, é um dos partidos mais importantes do Estado. Detém a prefeitura do segundo maior município do Maranhão, Imperatriz, além de outros municípios; possui uma bancada de deputados federais e estaduais (um deles, Neto Evangelista, é liderança ascendente em São Luís); possui um tempo de TV no horário eleitoral maior do que todos os demais partidos alinhados à oposição e um candidato à prefeito que em São Luís obteve nada mais nada menos do que 220 mil votos. É um quarto da população da cidade.
    Eu morro de amores por João Castelo? Não, não morro. Mas, não posso ignorar que boa parte da cidade ainda o considera um líder importante. Quem o legitima como liderança da cidade não é o PCdoB ou Flávio Dino, mas o conjunto de 220 mil eleitores que o queriam reeleito em 2012.
    As pessoas podem até questionar em que circunstâncias João Castelo foi para o segundo turno e como obteve tantos votos, mas não podem ignorar que ele, agradando ou não a classe média, é bem quisto por boa parte dos ludovicenses.
    Em segundo lugar, não podemos perder de vista quem é o maior adversário do Maranhão. Não se trata aqui apenas de derrotar o grupo Sarney. Trata-se de derrotar uma lógica liderada por ele, que diga-se de passagem, tem mais de dois séculos de duração. O sentido de patrimonialismo no Maranhão tem capilaridades em todas as instituições do Estado, Pessoas se apropriam de bens públicos como se particulares fossem; se perpetuam em cargos de confiança na máquina estatal à ponto de transmiti-los de pai para filho. Essa concentração de poder e de cargos públicos, não precisaria dizer, é a responsável pela maioria das nossas mazelas.
    Derrotar esse projeto está no centro do Programa de Governo que a oposição debate e cujo compromisso tem sido fortalecido em todas as centenas de encontros que vem ocorrendo no Estado. De modo inédito, diga-se.
    Em terceiro lugar, àqueles que reproduzem o discurso de que Flávio Dino deseja derrotar o grupo Sarney se aliando a políticos corruptos, infelizmente tem uma percepção tacanha e superficial da dinâmica política. Uma coisa é a política tradicional de alianças, nas quais as lideranças fazem pactos espúrios entre si, geralmente envolvendo cargos ou benesses futuras. Outra coisa é a política de alianças que a oposição vem costurando desde 2012, com negociação franca, aberta e transparente.
    O PSDB não vem para a aliança em decorrência de negociações de porão com um ou outro cacique que poderia ter ascendência sobre o partido. Não é uma aliança das elites que conspiram contra o povo, até porque, antes de legitimar a pré-candidatura junto a um punhado de partidos, Dino se credenciou junto à opinião pública.
    Nunca houve no Maranhão espaço tão grande para se discutir democraticamente quem se alia a quem, como são feitas as alianças ou em que bases elas serão feitas. No grupo Sarney, como sabemos, todas as alianças são costuradas nos porões do poder, sem conhecimento das pessoas ou da imprensa, abarrotadas de chantagens e cooptação e jamais colocam na mesa as questões programáticas. Desde o princípio, as lideranças que passaram a compor o Movimento Diálogos pelo Maranhão se aproximaram numa dinâmica que foi ancorada no debate popular. Antes mesmo das lideranças políticas chegarem, os Diálogos pelo Maranhão já estavam na rua pautando o debate em torno da superação do atraso maranhense.
    Em terceiro e último lugar, há nove partidos além do PSDB na aliança pela vitória da oposição. Portanto, não se pode falar em um projeto de governo que tenha a cara majoritária de um ou de outro partido. Flávio Dino se esgoela há mais de um ano percorrendo o Maranhão para pautar a agenda do debate público em torno da urgente superação do drama maranhense. Será que esse esforço terá sido em vão, justamente no momento em que a pauta da política nacional se volta para superação da república velha, que tem em Sarney seu principal símbolo no país? (LEIA AQUI)
    Sempre digo e volto a repetir: Temos todos que ter consciência do momento histórico pelo qual passamos. Temos na oposição um pré-candidato nascido e criado no bojo das lutas populares. Alguém que vem de uma carreira construída autonomamente e marcada por renúncias, desde a abdicação da vitoriosa carreira de juiz. Alguém que ganha a vida dando aulas na Universidade Federal do Maranhão. Do outro lado, há o símbolo do poder familiar para poucos, gente que sequer esconde ter enriquecido às custas do empobrecimento da população.
    Não é brincadeira. Precisamos de absolutamente todos que se comprometam a derrotar um projeto que está entranhado, repito, em todas as instituições do Estado. Se quisermos começar a superar isso, não podemos nos dispersar com falsos dilemas e um absurdo reducionismo, profundamente injusto, sobretudo com o PSDB, que não nem é nem de longe um partido personificado na figura de um único líder.

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