Vamos reagir!

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Durante a semana que passou a imprensa nacional noticiou o resultado da avaliação feita pelo Ministério da Educação acerca das instituições de ensino superior. O Índice Geral de Cursos (IGC) foi divulgado e, para nossa decepção, as universidades do Maranhão apresentaram um resultado pífio.

Para quem se orgulha de ter tido, séculos atrás, Gonçalves Dias, Sousândrade, os irmãos Azevedo entre tantos e, mais recentemente, Josué Montello, Ferreira Gullar, José Sarney e Nauro Machado, só para citar alguns, deve ter ficado desolado ao constatar a triste realidade do nosso ensino superior.

E quanto às próximas gerações? Com a oferta do ensino neste patamar de qualidade, quem serão as nossas futuras referências?

Mas o pior de tudo é que não se ouviu nenhuma voz ser levantada para externar o espanto, ou mais, a indignação com o quadro lamentável que foi escancarado para a nossa sociedade!

Afinal de contas, onde andam as nossas lideranças estudantis? Os nossos sindicatos, as nossas entidades representativas de classe que assistem à divulgação de um quadro constrangedor como esse sem se manifestar?

Será que o assunto da campanha eleitoral é mais importante que isto? E não seria pelo menos conveniente que os candidatos aproveitassem essa “deixa” e abordassem o tema tão importante como este em seus debates, comentando e apresentando propostas que possam nos tirar dessa incômoda posição?

Ao contrário, o que se viu foram Instituições saírem em euforia para divulgarem que foram as melhores! Melhores em que, pergunto eu? Afinal, numa avaliação aonde a pontuação máxima chega a 500, obter 265 pontos é motivo para comemorar? Não! É motivo sim, para se envergonhar, para se questionar  e para extrair desta triste realidade oportunidades de melhoria, a fim de ofertar um ensino superior de qualidade.

Rui Barbosa, quase cem anos atrás, nos deixava uma lição de vida: “Aqui não se chora. Aqui se reage. Aqui não se alçam bandeiras de lágrimas. Desfralda-se a bandeira da luta e da liberdade…”

A mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) revelou que, no Brasil, temos cerca de 14 milhões de jovens e adultos analfabetos. No Maranhão a mesma pesquisa aponta que mais de 20% da população não sabe ler nem escrever.

Com tal desanimador quadro, como crescer e se desenvolver galgando degraus mais elevados na escada da ascensão social?

Por outro lado, é sabido que os grandes conglomerados que atuam no Maranhão sinalizam investimentos da ordem de U$ 28 bi a serem aplicados em nosso Estado, em um curto horizonte de 5 a 6 anos.

Não é erro de digitação, não! São vinte e oito bilhões de dólares a serem distribuídos nas áreas de mineração, refino de petróleo, geração de energia, no agro-negócio e na expansão das atividades portuárias.

Há que se insurgir contra com esse quadro desolador apresentado pela avaliação do MEC pois sem mão de obra qualificada jamais poderemos acompanhar e participar dessa etapa de crescimento que se avizinha para um futuro bem próximo.

Não vamos nos iludir! Mais uma vez iremos importar mão de obra dos outros estados da federação, que estão mais preparados, formando profissionais mais capacitados, e serão estes que ocuparão os melhores postos de trabalho.

Não deve ser esquecido que o maior compromisso do empresário privado, não é com a região e sim com a qualidade e com o resultado do seu negócio.

Vamos abrir os olhos enquanto é tempo!

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