A Série A do Campeonato Maranhense ganhou um reforço de peso para 2014, sem o qual, aliás, é menos A do que gostaria. Entretanto, será que o Moto voltou realmente? A campanha pífia na Copa Cidade de São Luís, os erros da diretoria e o mau comportamento da sua torcida dizem que não. Durante todo o torneio, que por Lei o clube rubro-negro sequer deveria ter participado, em nenhum momento o time deu lampejos de ser uma equipe de primeira divisão.
Para começar, o Moto não poderia participar de um torneio que vale vaga na Copa do Brasil de 2014 com clubes de primeira divisão no mesmo ano que conseguiu o acesso. Isso foi uma tremenda forçação de barra por parte da Federação Maranhense de Futebol (FMF) e dos dirigentes rubro-negros. Atropelar a Lei só para ter um time de massa em uma competição que normalmente é fracasso de público.
Por contenção de despesas, o Moto entrou na Copa Cidade de São Luís com o mesmo time que foi campeão da Série B achando que poderia se dar bem. No começo até pareceu que o time dava para o gasto, pois se classificou invicto para a semifinal, mas foi ai que os motenses começaram a conhecer a “cor da chita”. O Papão subestimou o Cordino e foi desclassificado dentro de casa.
Com a eliminação no primeiro turno veio a tona o que havia de podre nas entranhas da administração motense: salários atrasados para uns e não para outros, falta de experiência dos dirigentes e de planejamento para o torneio. E a solução para contornar a crise foi pior que a própria: demissão do técnico Celinho, que montou o grupo e estava invicto há cinco jogos antes da eliminação.
Veio então o treinador Dirceu de Mattos, que ao treinava um time de futebol há de três anos, e chegou como a solução do problema. Não tenho nada contra o Dirceu. Até o acho um cara super bacana. Entretanto, trazer um cara de fora com um salário alto e pago adiantado, enquanto, o Celinho sequer recebe o salário dele além de ter sido uma grande sacanagem com o técnico que subiu o time foi uma grande prova de ingerência.
O resultado não poderia ser outro. Dirceu de Mattos demorou a conhecer o time e vieram resultados negativos contra times do interior que a diretoria preferiu jogar nos ombros da arbitragem em outra prova de amadorismo. Para tirar o foco na crise e com “olho gordo” no sucesso do Sampaio, dirigentes e torcedores do Moto passaram a responsabilizar o Sistema mirante pelo fracasso do clube na Copinha. Esse teria sido talvez o maior absurdo cometido pelos dirigentes e torcedores do rubro-negro na temporada.
Entretanto, o pior estava guardado para o clássico contra o arqui-rival Sampaio Corrêa. Com o time misto e cansado pela exaustiva campanha na Série C, o Tubarão venceu com facilidade o Papão por 3 x 1. Daí foi um desfile de amadorismo por parte de dirigentes, jogadores e torcedores, que passaram a criticar o torneio do qual eles não deveriam ter participado, torcedor que depredou o estádio e jogador que agrediu um ex-companheiro de clube por estar comemorando a vitória.
Espero que os dirigentes do Moto tenham apreendido a lição na Copa Cidade de São Luís, porque o estadual de 2014 já está batendo na porta e um novo rebaixamento pode acontecer se o time não se preparar para a competição.