Sérgio Frota e Ranilton de Oliveira não são indiciados na Operação Cartola

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O dirigente do Tricolor apareceu nas escutas em uma conversa gravada, Zezinho do Botafogo ligou para o Frota para tentar manipular a arbitragem do jogo entre Botafogo (PB) e Altos

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) denunciou à 4a Vara Criminal de João Pessoa 17 pessoas acusadas de integrar uma organização criminosa no âmbito dos órgãos e instituições que desempenhavam os principais papéis no gerenciamento do futebol paraibano, na quarta-feira (20). Elas são acusadas de praticar vários crimes para manipular resultados de jogos, beneficiando, com isso, dirigentes de times, funcionários da Federação Paraibana de Futebol (FPF), da Comissão Estadual de Árbitros de Futebol e do Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba (TJDF). O Ministério Público também pugnou pela destituição de todos os réus que ocuparem cargos nas entidades, FPF, da Comissão de Árbitros e no TJDF. O presidente Sampaio Corrêa, Sérgio Frota, foi citado. O dirigente do Tricolor apareceu nas escutas em uma conversa gravada, Zezinho do Botafogo ligou para o Frota para tentar manipular a arbitragem do jogo entre Botafogo (PB) e Altos (PI), pela última rodada da fase de grupos da Copa do Nordeste. Porém, o mandatário do Tricolor e o árbitro Ranilton Oliveira não foram indiciados.

Logo que sou da acusação Sérgio Frota negou as acusações e disse que não participou de nenhum esquema e que é contra corrupção no futebol. “Que interesse eu teria no jogo Botafogo (PB) e Altos (PI)? Tenho muitos defeitos, mas não sou corrupto. Se tivesse que comprar um juiz teria comprado no jogo Sampaio Corrêa x Ponte Preta, que, com a eliminação, perdemos R$ 1,8 milhão. Se eu tivesse influência em arbitragem, o Sampaio não teria terminado em sexto lugar no Campeonato Maranhense. A verdade prevaleceu”, afirmou.

Zezinho pediu ao deputado Sérgio Frota o nome do juiz, que seria do Maranhão. Em um determinado momento, Zezinho passa o telefone para Breno e eles conversam rapidamente. O deputado pede que a conversa continue de noite e diz que vai resolver o problema. A partida em questão foi vencida pelo Belo pelo placar de 1 x 0. O árbitro do jogo foi o maranhense, da cidade de Imperatriz, como o próprio deputado fala no telefonema, Ranilton Oliveira. “Eu atendo todos dirigentes de clube. O Zezinho me ligou e eu estava na Assembleia [Legislativa], quando estou em plenário não converso com ninguém e disse que “à noite eu resolvo”. Faço isso, com todos vocês jornalistas. No sentido, que à noite eu falaria com ele e não que iria manipular arbitragem. Eu não tenho o telefone de Ranilton Oliveira, muito pelo contrário uma vez o critiquei por ter marcado um pênalti contra o Sampaio, que na minha opinião não foi”, tudo não passou de especulação.

O presidente do da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol do Maranhão (CEAF-MA), Marcelo Filho, por meio de redes sociais se manifestou sobre a arbitragem de Ranilton Oliveira. “Assisti o jogo e não vi nada de extraordinário. O Ranilton Oliveira apitou corretamente. Eu o conheço e posso garantir que é uma pessoa integra e a verdade foi comprovada”, comentou.

As investigações tiveram origem em um inquérito instaurado pela Delegacia de Defraudações de João Pessoa sobre supostos desvios de valores nas prestações de contas da FPF. De acordo com o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do MPPB, o controle e a manipulação de jogos e resultados se dava há pelo menos d10 anos por parte de dirigentes da FPF, de integrantes da Comissão de Árbitros, além da participação da presidência e da procuradoria do TJDF. Nesse período, várias denúncias foram arquivadas, sem que tivessem sido apuradas. O objetivo principal da organização era obter vantagens econômica, política e associativa.

O esquema

Os 17 denunciados pelo MPPB incorreram nos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica e crimes contra o futebol (Estatuto do Torcedor).

As investigações apontam que a Orcrim se dividiu em núcleos (gestores/líderes; supervisores e logística), com atribuições distintas que, após praticar os crimes principais (a manipulação dos resultados das partidas de futebol), utilizavam-se de influência política e social, para praticar diversos outros delitos subsidiários, que eram imprescindíveis para o sucesso da empreitada criminosa, como a utilização de documentos falsos, a intimidação de testemunhas, a ocultação e destruição de provas, entre outros. Os resultados dessas ações geravam elevados desvios econômicos, prejuízos financeiros e prejuízos que também atingiam a esfera moral da sociedade, com o descrédito no futebol paraibano.

A manipulação dos resultados das partidas de futebol se dava através de fraudes nos sorteios dos árbitros escalados, direcionando os juízes que integravam a Orcrim para atuarem nas partidas cujos resultados interessavam ao grupo criminoso. As fraudes também ocorriam durante a arbitragem dos jogos para beneficiar algumas equipes.

A denúncia na íntegra está no site www.mppb.mp.br.

Os denunciados

1. Amadeu Rodrigues da Silva Júnior

2. Breno Morais Almeida

3. Leonaldo dos Santos Silva

4. Marinaldo Roberto de Barros

5. José Renato Albuquerque Soares

6. Severino José de Lemos

7. Genildo Januário da Silva

8. Adeilson Carmo Sales de Souza

9. Antônio Carlos da Rocha

10. Antônio Umbelino de Santana

11. Eder Caxias Meneses

12. Francisco de Assis da Costa Santiago

13. João Bosco Sátiro da Nóbrega

14. José Maria de Lucena Netto

15. Tarcísio José de Souza

16. Josiel Ferreira da Silva

17. José Araújo da Penha

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