Bianca Klamt encarna a deusa indígena para a Elle Espanha

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Mesmo há dois meses longe do eixo internacional – lembra que falamos que ela tinha entrado num, digamos, período sabático, após 11 anos ininterruptos de trabalho? relembre aqui Bianca Klamt continua firme e forte na cena fashion. Prova disso é a mais recente edição da Elle Espanha, que traz a top num editorial pra lá de exuberante, onde ela exibe looks com pegada folk – tendência que a Europa anuncia para os próximos meses -, com inspiração indígena.

Curtindo as festas de fim de ano na Ilha, Bianca se prepara para regressar à sua rotina profissional atribulada. Antes de voltar para Paris, seu atual ponto fixo, a bela vai dar o ar da graça nas semanas de moda tupiniquim. E em grande estilo!

É que Bianca será estrela do desfile do estilista Victor Dzenk, na semana de moda carioca que se aproxima. O desfile, que trará uma coleção inspirada em São Luís (como já dissemos aqui), acontece dia 13 de janeiro. Além de desfilar, a modelo maranhense será estrela da campanha. Nada mais sugestivo!

Hot Spot traz agora, com exclusividade, um petisco do editorial da Elle Espanha.Fotos: Reprodução

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Com a palavra… Bruno Duailibe

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Hot Spot volta com os textos do nosso convidado especial, Bruno Duailibe, que assina, uma vez por mês, uma crônica para a coluna Opinião, do jornal O Estado do Maranhão, e reproduzido, em seguida, no blog.

No último domingo, 25, foi publicado o artigo que trazemos a seguir, onde o autor, motivado pelo momento que está vivendo (prestes a se tornar pai pela primeira vez), nos brinda com uma mensagem sensível e mais que oportuna para este momento de reflexão que a virada do ano nos inspira.

Lembrando que, excepcionalmente, este post não virá acompanhado da ilustração de Salomão Jr, como sempre acontece, devido as atribulações destes últimos dia do ano. Vamos ao texto!

Tripé da cidadania

Ao chegar num bar que não era o de costume, feliz foi a coincidência que tive em encontrar sentado sozinho numa mesa, com o olhar voltado para o horizonte, o poeta a quem me referi há algum tempo num conto publicado neste matutino com o título “Atos e não palavras”. Aproximei-me e o cumprimentei, pedindo, em seguida, permissão para partilhar de sua companhia.

Conversa vai, conversa vem, comentei as boas novas que recebera quanto ao meu bebê que ainda está na barriga da mãe, mas que chegará em breve para desbravar o mundo. Rapidamente, ele se tornou para mim e fitando-me com a feição de quem faria uma revelação surpreendente disse:

–— Meu caro Bruno, tu nunca mais serás o mesmo quando esta estrela guia nascer!

Algumas pessoas já tinham me dito isso, contudo, foi nesse justo momento que essa certeza se tornou inafastável. E, como quem procura o auxílio de alguém mais experiente, falei das preocupações que volta e meia consumiam-me, desde que soubera que seria pai.

Lembro-me de lhe ter contextualizado as minhas angústias. Relatei-lhe com minúcias que todos os dias vejo que a violência aumenta; que a educação do jeito que está não é garantia de que se conseguirá um emprego digno; que o sistema público de saúde ainda é sinônimo do caos e o pior é que, à medida em que o tempo passa, diminui o número de pessoas preocupadas com os pequenos e grandes deveres que temos de honrar em nosso convívio social. Em tom apaziguador, ele me interrompeu:

–— Eu te compreendo. Antes mesmo de nascer meu primeiro rebento, vovó me dizia que, mais cedo ou mais tarde, meus descendentes passariam a ser o principal foco de minha vida.

Antes de retomar a palavra e completar com mais detalhes meu raciocínio, o poeta me advertiu:

–— Ademais, como diz o sevilhano Antônio Machado, “não há caminho, se faz caminho ao caminhar”.

Sem que houvesse tempo para eu absorver a sua assertiva, ele completou:

–— Então, acima de tudo, ama. E cria o teu filho firmando a educação dele naquilo que eu costumo chamar por tripé da cidadania.

–— Tripé da cidadania? – indaguei-o curioso.

Eu imaginei que o poeta fosse enveredar pelo direito de votar e ser votado dos cidadãos. Contudo, logo percebi que tinha me enganado.

–— Saúde, Educação e Segurança são os elementos que para mim constituem o tripé da cidadania – respondeu-me num tom peremptório.

Depois que ele falou isso, achei que viria um discurso sobre uma sociedade utópica. E nem tinha ideia de como me surpreenderia com suas tocantes palavras.

–— Quando falo de saúde, refiro-me não àquela que se perde momentânea ou definitivamente. Acho que a verdadeira saúde vem do modo de vida que escolhemos para nós. A forma de nos alimentarmos, de pensarmos, de nos exercitarmos, da apreensão que fazemos de nós e dos outros. Enfim, de como cuidamos do nosso corpo, a morada de Deus, e da nossa mente. “Mente sã em corpo são” diziam os gregos. Como sabes, esse povo já cultuava a saúde física, taí as Olimpíadas para comprovar o que digo. Mas não deixavam de integrar a cultura e a arte em sua educação, que vinham no auxílio de propiciar também o equilíbrio psicológico do indivíduo.

Percebi que o poeta estava passando da saúde para a educação de forma muito rápida. Atento ao seu discurso, provoquei-o:

–— Poeta, os gregos também viviam se preparando para a guerra, não?

–— Duailibe, quando falo dos gregos me refiro mais à Atenas do que à Esparta. Em Esparta, sim, o cidadão era preparado apenas para servir ao Estado, enquanto que em Atenas a educação era voltada para a formação de um indivíduo completo.

–— Compreendi, poeta. E o que queres dizer com “segurança”? – indaguei-o.

–— Uma forma de nos mantermos seguros é nos aceitarmos como somos e aceitar os outros tal como eles são. Achar o outro diferente é normal, mas não aceitar tal diferença é perigoso.

–— Poeta, quer dizer que segurança para ti não tem nada a ver com aquela que o Estado tem que nos propiciar?

–— Exato. O Estado não tem que cuidar de ninguém, deve é criar condições para cada um cuidar de si. Sou a favor da “lei de murici”, ao invés de um monte de leis para proteger os mínimos detalhes da vida cotidiana.

–— Meu amigo, isso não seria uma anarquia, palavra que deriva do grego e significa, literalmente, “sem governo”? – perguntei, provocando-lhe com a acidez da ironia.

–— Jamais! É antes a consciência de que cada cidadão é o Estado e de que são com seus pequenos gestos que ele faz o bom Estado. E isso passa, sem dúvidas, pela educação, pelo sentimento de segurança que advém também do respeito às diferenças, ao nosso corpo e ao próximo. Trocando em miúdos: És cristão?

–— Sou, claro – respondi-lhe.

–— O tripé da cidadania pode ser resumido apenas ao esquecido princípio “Amai ao próximo como a ti mesmo”. Portanto, se achares que as ideias antiquadas de teu amigo aqui nada valem, aplique no teu cotidiano esse mandamento e serás um bom pai.

Bruno Duailibe

Advogado. Graduado pela Universidade Federal do Maranhão. Pós-Graduado em Direito Processual Civil no ICAT-UNIDF / [email protected]

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