O Negro e o Poder…

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Martin Luther King já dizia que o dia em que os homens se amassem de verdade o preconceito deixaria de existir. Infelizmente, a bela frase do reverendo norte-americano ainda não se legitimou de vez em pleno século XXI. No meio a tanta turbulência na história do Brasil e do restante do mundo já podemos festejar algumas conquistas.

As mulheres tiraram os sutiãs em praça pública em busca de reconhecimento, assim como os homossexuais reivindicam pela sexualidade sem rótulos. Os negros norte-americanos fizeram movimento para dizer que “Black is Beautiful”. No Brasil, os movimentos negros identificam a partir da triste realidade da escravidão do povo negro a imagem social e as suas condições sociais na atual conjuntura. Ao mesmo tempo os movimentos trabalham a auto estima e a luta por dias melhores para a população afro-descendente.

São batalhas diárias que tiveram os seus momentos mais preciosos entre as décadas de 70 e 80, em pleno período da ditadura militar, e foram construídas à base de muito radicalismo pelos segmentos minoritários da sociedade para que pudessem se impor diante de um massacre histórico pelos os quais foram submetidos durante o curso da história. Porém, seguir tal conceito não condiz com os dias atuais. As questões têm que ser diluídas senão correm o risco de caducar.

Acompanhando a imprensa local tomei conhecimento da criação da Secretaria de Estado Extraordinária Pela Igualdade Racial e veio a inquietação. Por conta disso, resolvi manifestar-me como um cidadão e profissional liberal do jornalismo. Espero que o meu comentário seja compreendido como civilizado e pertinente. Não estou questionando a competência de quem vai dirigir o órgão.

A instituição está assegurada pelo governador eleito do Maranhão Jackson Lago. Reforço a importância da criação da Secretaria. A iniciativa é louvável, pois se abre um canal a mais de visibilidade para que todos nós afro-descendentes, militantes ou não, dreadlocks ou não, possamos mostrar a cara.

Se existe uma dívida a ser paga ela veio no momento exato. É bom que se tome cuidado para que a Secretaria não se comporte como uma estrutura burocrática do Governo, mas que se permita a manter um contato aberto e direto com a comunidade excluída. É necessário que as vozes saíam dos seus “status” sociais para não verticalizar. Quem tem que falar sobre as questões dos quilombolas são os próprios quilombolas, assim como deve acontecer com os moradores da Liberdade, Anjo da Guarda, da Baixada Maranhense e aos confinados nas delegacias e no Complexo Penitenciário.

Deixo mais uma vez bem claro que não quero me colocar na contramão do processo, sou otimista e desejo o sucesso aos escolhidos para a Secretaria de Estado Extraordinária Pela Igualdade Racial. Só espero que não seja implantado um modelo em que venha disseminar práticas conservadoras e que não assimilem o equívoco de estar no Poder Público.

É hora de deixar o lirismo de lado e pensar que o espaço criado seja acessível não apenas para discussões. Precisamos de ações que beneficiem as pessoas negras ou não negras inclusas como minoria e agentes e sujeitos do processo.

1 comentário para "O Negro e o Poder…"


  1. fernanda andrade

    Olá pedro blz????
    vc q tá organizando uns shows no armazem né?
    poxa devia ter uns artistas nacionais lá!
    como Mauricio Manieri! ele é show!
    bjus

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