Contra a banalização do crime

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Amanheci com a sensação de que o Brasil é uma caixinha de boas e péssimas surpresas. E o Maranhão, como um dos estados da federação, não pode ficar de fora do contexto. Sentimos orgulhosos em dizer que vivemos num País e num estado cheio de belezas naturais, arquitetônicas, rico e diversificado culturalmente, e com um povo trabalhador e festivo. Mas é deprimente quando temos que ler um jornal, acessar a internet, ligar o rádio ou a TV e estar diante de noticiários destacando os mais variados tipos de crimes, como exemplos: seqüestro, latrocínio, homicídio, entre outras barbáries, que nos causam uma certa “síndrome do medo”.

Moisés Nobre e Gerô. Foto: Divulgação
Moisés Nobre e Gerô. Foto: Divulgação

Ao levantar bem cedo soube da morte do repentista Jeremias Pereira da Silva, carinhosamente chamado no meio artístico de Gerô. Segundo a imprensa, ele foi vítima da atitude inconseqüente e racista de dois policiais militares fardados e em plena atividade.

Gerô era um artista simples, às vezes angustiado pelas contradições da vida, mas dono de um bom caráter. Sempre que o encontrava pelas ruas de São Luís, lá estava ele cantarolando um baião já gravado, ou outro que acabara de gravar. É triste saber que tenha morrido de forma trágica e o pior confundido como um delinqüente pelo fato de ser pobre e negro.

Chegamos a uma guerra urbana e rural velada que tem deixado a sociedade civil e governantes atordoados. De um lado, a criminalidade banalizada e devastadora e do outro a Polícia, que em determinados momentos deixa de cumprir o seu papel de cidadã e proteger aqueles que não precisam de Polícia.

É bíblico, está nos mandamentos da Lei de Deus. Não justifica se tirar a vida de um irmão em qualquer que seja a circunstância. A atitude dos policiais foi de despreparo e abuso de poder. Esperamos que o Sistema de Segurança Pública se sensibilize com o caso, apurando. E se os policiais tiverem a culpa no cartório que paguem pelo que fizeram, não apenas sendo expulsos da Corporação, mas sendo punidos no rigor da lei.  Afinal de contas, torturar também é crime Hediondo.

E que o governo do Estado cumpra o seu papel indenizando a família de Gerô, mesmo sabendo que o dinheiro não venha confortar a dor da perda.

Fique com Deus Gerô. A forma trágica com que você partiu simbolize uma luta da sociedade civil e poderes constituídos. Governantes e Poderes Constituídos (Movimentos Negros, Secretaria Extraordinária de Promoção da Igualdade Racial, etc.) que trabalham em defesa das minorias. Juntos possamos refletir numa perspectiva de uma mudança de comportamento. Assim, estaremos evitando no futuro episódios dessa natureza tendo como vítimas Gerôs, Josés, Joãos, Pedros, caboclos, mestiços, artistas ou anônimos, residentes na Liberdade, Barreto, Anjo da Guarda, Coroadinho, entre outros bairros carentes e vulneráveis pela falta de Políticas Públicas.

4 comentários para "Contra a banalização do crime"


  1. Anônimo

    deixo ak minha nota de repudio aos acontecimentos tuculência e violência parecem não nos assustar pq não agir este fato de pura estupidez não pode cair no eskecimento como as marias da penha,os joãos hélios e viniciuos mortos pela nossa incompetencia de agir e presionar as pessoas a fazer e parar de falar pq o mundo é feito de gente ainda !!!!!!!meus sentimentos a família e amigos intimos pq tem de prestar sentimentos aos barbaros q praticaram tal atrocidade pq transformaram esse mundo num lugar mais triste hoje !!!!!!!!de uma jovem q acredita nas pessoas!!!!

  2. Roseana

    Pedrinho, to aqui longe agora, fora do Brasil e so assim nos podemos perceber a diferenca entre as culturas.De fora, vemos um Brasil repleto de violencia sem justificativa e um pais tao rico jogado ao caos.E conhecendo o primeiro mundo eh que percebemos o quanto nosso pais esta entregue as maos do preconceito e da violencia! Infelizmente…
    um abraco bem grande de uma amiga que te adora e te admira muito!
    beijos

  3. Anônimo

    Caro Pedro.
    Leio diariamente as noticias do meu estado, principalmente sua coluna. Vibrei, com a possibiliade de rever o Barrica no dia 08/04 aqui no Drgão do Mar. Me farei presente com toda a minha familia e amigos que admiram a cultura maranhense. Lamentamos a forma cruel como foi a morte do GERÔ e do Prefeito de P. Vargas. Onde vamos chegar ? Em quem acreditar se a instituição que pensamos em cuidar da nossa segurança esta cometendo essas barbaridades.
    Abcs

    José Luiz Prazeres

  4. Anônimo

    Oi Pedrinho. Leio sempre que posso o seu blog. Gosto das suas colocações, da sua postura diante dos acontecimentos no nosso estado. Já conversamos sobre algumas delas, lembra?
    Acho q pessoas como você que utiliza dessa ferramenta para colaborar com a mudança, devem ser lembradas e homenageadas, sempre.
    Admiro vc pela inteligência e coerência.

    Um grande abraço,

    Leo.

    Obs.: Precisamos conversar. Me acione.

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