Laeticia: uma maranhense de raça

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Filha de pai belga e mãe maranhense. Desta mistura étnica nasceu a mineira, de Beagá, Laeticia Madsen. A Laeticia, originária do latim, costuma dizer que se considera uma “maranhense de raça”.

Em um bate papo descontraído ao Blog, a artista multimídia disse que o seu berço cultural está no Maranhão. “Foi aqui nessa terrinha que tudo começou: o teatro, a dança e a inspiração musical. A experiência vivenciada aqui acabou brotando de vez quando fui morar em Floripa”, esclareceu.

Laeticia disse que essa paixão pela musicalidade e a cultura maranhense, que são autênticas e brasileiras, está presente no atual momento do Maria Preá e no primeiro CD “Avesso”.

– O Maranhão está presente em minha vida e trajetória artística. Procurei devolver toda essa aprendizagem, o legado absorvido, com a concepção desse trabalho. Ele contou com a participação de músicos paulistas e maranhenses que incorporaram a idéia. “Avesso” retrata a músicalidade maranhense numa conjuntura contemporânea. Fizemos releituras de clássicos locais sem perder a essência. Portanto, esse filho é maranhense – destacou.

O grupo Maria Preá, formado por Gustavo Souza (bateria), Rovilson Pascoal (guitarra), Filpo Ribeiro (violão, viola e rabeca), Michelle Abu (percussão) e Renata Amaral (baixo), faz show único nesta sexta-feira, 27, a partir das 22h30, no Espaço Armazém (Praia Grande). No repertório, composições como “Carcará” (João do Vale), “Ponteira” (Sérgio Habibe), “Circo dos Horrores” (Josias Sobrinho) e “Vidente” (Erasmo Dibel), que serão apresentadas em arranjos elaborados para fazer o público dançar.

O caldeirão rítmico do grupo inclui bumba-meu-boi, tambor-de-crioula, baião, samba, reggae e coco, temperados com moldes contemporâneos e universais. Entre as releituras do Maria Preá, estão temas de tambor de mina. A banda tem um nome representativo e tipicamente nordestino, além de ter uma vocalista que está mais para uma onça com atitude no palco do que para uma gatinha manhosa.

A Maria Preá é dona de currículo produtivo. Um bom exemplo é a I Mostra Nordeste Brasil, que ocorreu em abril deste ano, no Anhembi (São Paulo), onde se apresentou como representante do Maranhão, ao lado de Antonio Vieira, Criolina, Tião Carvalho, Flávia Bittencourt, entre outros artistas locais. Ao ouvir o CD “Avesso” comungo com a opinião da Laetícia quando ela diz que o disco é um “símbolo de brasilidade em que o Maranhão é o carro-chefe”. Agora, não compreendo como um trabalho dessa natureza feita por uma artista que não esqueceu de beber na rica fonte da cultura maranhense, e mesmo com o perifil cosmopolita, tenha ficado de fora da programação dos arraiais oficiais ou não da cidade ?

Lógico, valorizar o produto local é necessário e importante. Mas é preciso enxergar que pelo fato da linguagem musical ser única, as barreiras do preconceito, do medo, da aversão ao novo e da xenofobia foram quebradas. Esse um bom exemplo de show em que o público teria a oportunidade de assisti,  comungar e julgar uma proposta musical sem rótulos e com o jeito de ser do povo brasileiro. “Avesso” a toda essa burocracia “burra” ainda institucionalizada nos quatro cantos desse País, a Maria Preá vai à luta e convida a todos para um encontro com a diversão.                                                  

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