Lama, caos e bons shows…

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É generalizado o tratamento ao consumidor de música no Brasil. Se paga um preço alto para se assistir a um show internacional  e ainda tem determinados produtores que pisam na bola no quesito infraestrutura.

O jornalista Mauricio Stycer fez críticas aos inúmeros problemas que presenciou no show das bandas Radiohead, Kraftwerk e Los Hermanos, em São Paulo. Ele considerou deficiências graves em virtude do porte do espetáculo e os preços salgados cobrados, onde o menor valor custava R$ 200, dinheiro que muitos brasileiros não têm acesso.

– Sempre haverá quem diga que show de rock bom é assim mesmo – desorganizado, com lama e caos. Não concordo. Acho que não é necessário sofrer para se divertir num bom show – ainda mais com os preços cobrados no Brasil. Em primeiro lugar, o local do evento. A Chácara do Jockey fica na zona sul de São Paulo, numa área não servida por metrô e cujo acesso se dá por uma única avenida – em obras. Não há estacionamentos decentes no local – os carros iam parando pelo caminho, sob assédio de flanelinhas, tumultuando o acesso (dezenas foram multados depois que o show começou) – argumentou o jornalista.

O drama

Conta Maurício que pegou um táxi, na região central da cidade, às 18h30 e chegou ao local do show, 12 quilômetros depois, às 19h40. Havia placas, pelo caminho, indicando a Chácara do Jockey, mas não viu nenhuma sinalização decente para a entrada no espaço do show.

Na entrada, nenhum controle de carteirinhas de estudantes. Quem adquiriu os ingressos pela internet não precisou comprovar os dados que forneceu. Quem pagou inteira, sentiu-se lesado. Apesar de proibido para menores de 16 anos, viu algumas crianças no local.

A Chácara do Jockey é um enorme descampado, de terra e grama. Vários trechos estavam encharcados por causa das chuvas dos últimos dias. No escuro, não poucos espectadores enfiaram o pé na lama. Dependendo da direção do vento, um cheirinho de coco de cavalo ocupava o ambiente.

Para comprar uma cerveja era preciso permanecer 20 minutos numa fila longa. Para chegar no balcão do bar, imundo e encharcado, era necessário superar um mar de lama. Na saída do show, outro caos – filas, congestionamento, confusão geral. Houve gente que esperou uma hora e meia para conseguir sair com o carro do estacionamento “oficial” (tarifa: R$ 35).

Britanicamente

Do ponto de vista da organização, Mauricio elogiou apenas os horários dos shows, que começaram dentro do previsto.

– A pontualidade amenizou a falta de estrutura. E todo mundo foi dormir feliz com a qualidade dos espetáculos: Los Hermanos, que não consegui ver, Kraftwerk e Radiohead – elogiou.

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