Debutante

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O festival Recbeat comemora 15 anos mantendo a mistura de novas tendências e tradições. Uma das mais relevantes exposições para a música independente no País, o evento acontece nos quatro dias de folia de momo – de sábado a terça-feira, na terra do frevo e do maracatu: Recife (PE). As edições recentes do Recbeat chegam a reunir 30 mil pessoas em shows ao ar livre, gratuitos, que integram o calendário oficial do carnaval da capital pernambucana.

O Recbeat nasceu a partir das festas criadas por Antonio Gutierrez, o Gutie, no início dos anos de 1990, em bares alternativos e inferninhos de Recife, como o Franci’’s Drinks”.

O projeto ganhou força e, em 1999, a secretaria de cultura convidou Gutie para transferir a festa para a capital, instalando-a na Rua da Moeda, no bairro conhecido como Recife Antigo, centro histórico da cidade. Gutie chamou uns amigos para abrir filiais de bares e restaurantes por perto, o que ajudou a dar um gás ao local. Em 2004, o festival ficou grande demais para a Rua da Moeda e teve de se mudar para o Cais do Porto, às margens do Capibaribe, cartão postal da cidade, “mas as pessoas ficaram por lá e criaram um espaço alternativo no Recife Antigo que existe até hoje”, diz o curador.

No festival já tocou de Tom Zé a Bonde do Rolê. De algum tempo para cá, o foco foi ampliado para incluir a música ibero-americana e privilegiar bandas fora do eixo Rio-São Paulo, além da sempre efervescente cena pernambucana, como o samba requintado de Zé Manoel, que abre o evento, e a tradição moderna do Original Olinda Style – Eddie + Orquestra Contemporânea, que fecha o Recbeat deste ano na terça-feira gorda.

A programação de 2010 traz ainda os festejados Lucas Santana, o bluesman norte-americano Magic Slim, Cidadão Instigado e Céu, mas a maior parte é de bandas brasileiras pouco conhecidas no País, como Caldo de Piaba, do Acre; e Gabi Amaranto, que leva ao carnaval de Recife o tecnobrega do Pará, além de música da Colômbia, da Espanha, da Argentina. “Nossa proposta é plural, multicultural. Não acho que o Recbeat seja uma alternativa, somos mais um complemento. Já ouvi muito que eu estava desvirtuando o carnaval, mas não é verdade. Não somos um festival de rock, não temos temas, temos climas”, explica.

lucassantana

Recbitinho

Além das opções de diversão noturna com shows para jovens e adultos, o Festival RecBeat conta na tarde da segunda-feira (19/02), com uma edição vespertina voltada para crianças. A versão mirim do festival, o RecBitinho traz a companhia teatral Circo In Bottiglia para apresentar o espetáculo “Il Trasporto Umano”. O espetáculo também possui música ao vivo, com intervenções dos personagens na história, clowns e mágicos, encantando os espectadores em uma mistura de referências de circo, teatro e musicais.

Fica caracterizado que nem todo mundo quer maracatu e frevo o tempo todo. O carnaval em Recife dura 24 horas, é um carnaval que não acaba nunca, então uma programação diferente não muda as coisas. Ninguém vai perder nada.

Depois do carnaval, o Recbeat faz pela segunda vez uma edição paulistana no Sesc Pompeia, com o nome de Pompeia Beat. Três bandas pernambucanas e uma banda argentina estarão na programação entre 18 e 20 de fevereiro. Em julho, o festival faz seu primeiro voo internacional, no festival Ghent, da Bélgica, a convite do Cucamonga, programa de rádio que divulga músicas do mundo todo. Segundo Gutie, o convite internacional está se desdobrando e o Recbeat poderá ter edições também em outros países no verão europeu.

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