Mixando em Sampa…

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Um grupo de ‘deejays‘ brasilienses, coordenados por Rodrigo Barata e Tiago Pezão, há cinco anos, criou na capital federal o projeto Criolina, uma festinha que começou animando 700 pessoas no Calaf, nas noites de segundas-feiras, e hoje ganhou o mundo. Os ‘deejays’ Barata, Ooops, Pezão e Daniel Black já atravessaram o oceano para turnê européia. (Veja a programação do Tapas Club)

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O Criolina é a “bagunça” da música do mundo, encarada pelos DJs residentes e um time de produção chamado “Só o Som Salva”. As noites de festa levantam o público ao som de uma mistura única de variados ritmos e batidas, mais um tanto de brincadeiras sonoras, boa disposição e muito groove.

Para Barata, o Criolina vem de crioulo, música negra. Como tem um produto de limpeza chamado creolina, aí ficou Criolina. Mas tem não só música negra, samba, jazz-funk, samba-rock, carimbó, cumbia, bossa nova, samba-reggae, lambada, maracatu, afoxé. É música do mundo, global beats, balcan beats do leste europeu, musica africana, japonesa, tudo que é para dançar, se tiver groove… sem fronteiras, de todas as cores”.

Tendo circulado pelo Brasil inteiro, com shows semanais em São Paulo (Rua Augusta, todos os sábados) e mensalmente no Rio (Cinema Lapa), a festa Criolina e seus DJs já passaram por Goiânia, Fortaleza, Uberlândia, Recife, Florianópolis, Curitiba, Belo Horizonte, Belém do Pará, São Luiz do Maranhão (2005), entre outros. Além disso, têm tido a participação de DJs de todo o Brasil e também de outros países, chegando a incluir também bandas independentes, tornando-se um ponto de circulação.

O ex-professor de história, baterista de punk-rock e hardcore, mais conhecido como DJ Barata, e seu sócio Rafael DJ Ooops, pela mão da produtora brasileira residente em Portugal, Claudia Góes, passaram por Lisboa em meio a sua digressão européia, com atuações na Holanda, Espanha, Bélgica, Dinamarca e França, preparando-se para ser destaque em cartaz do projeto de DJs Circuito Latino-Americano, que será realizado na Argentina e Chile.

No ano passado, eles mostraram no “tanque” do Bartô (Chapitô), em Lisboa, porque o trabalho como deejays se tornou uma referência de uma nova modalidade de música que tem conquistado um publico especial. Ora com fones nos ouvidos e remexendo nos seus mixers e lap-top, ora descendo para um pezinho de dança com o público ou fazendo um som no pandeiro, DJ Barata e DJ Ooops mantiveram o Bartô animado até altas horas da madrugada, como já havia acontecido na noite anterior no Musicbox, com a pista lotada às 7 da manhã.

Mixando na Paulicéia

E como já dizia Carlinhos Brown, em “Magalamabares”, “Quem tem Deus como Império no Mundo não Está Sozinho”, o “Mixando o Mundo”, idealizado e capitaneado pelo DJ Pedro Sobrinho, tem como parceiro o projeto musical e festivo candango. No dia 5 de junho, sábado, o Mixando o Mundo incursionará na versão paulistana do Criolina. A festa tem como local o Tapas Club, na rua Augusta, nº 1246, no bairro da Consolação, (SP). No line up, tem ainda os DJ´s Barata (DF) e DJ Oops (DF), além das bandas Catarina Dee Jah (PE) com participação da cantora Lurdez da Luz (SP).

Durante uma hora de audição o projeto de pesquisa criado em São Luís, no bar Maloca, mapeia a diversidade sonora local e global, sempre com coerência. Não é uma tarefa fácil, mas o “Mixando o Mundo” é uma marca de respeito e aos poucos o Brasil toma conhecimento. Já esteve em Fortaleza, Rio de Janeiro e Brasília, no ano passado. Agora, é a vez de São Paulo.

De acordo com o seu criador, o DJ Pedro Sobrinho, o “Mixando o Mundo” existe e impõe sua personalidade, seja tocando bossa nova, jazzy, coco, mina do Maranhão, indie-rock, música ucraniana, africana, cubana, cumbia colombiana, ou quando é convidado para animar festinhas em casa, de aniversário, casamento, batizado, bar temático. O que se quer é tocar a tradição ou modernidade, o lado A ou lado B da música percebendo que tudo se resume apenas em um lado da moeda. Portanto, foi feito para correr mundo e as possibilidades de apresentações do projeto são muitas e infinitas.

De volta pra casa, o DJ Pedro Sobrinho fará o seu ‘mix com a música que toca o mundo’ no dia 10 de junho, quinta-feira, a partir das 19h, na inauguração do ECI – Museum, na rua 14 de julho, casa nº 20, Praia Grande. Na ocasião, haverá recital lírico com os músicos Evgeny Itskovich (piano) e Maria Itskovich (vocal), além de exposição de artes plásticas.

Catarina Dee Jah

Catarina Dee Jah é a dama no cenário musical pernambucano. O discurso sonoro de Catarina remete ao discurso barulhento das periferias e, ao mesmo tempo, surdo pelas elites.

Com uma roupagem nova e ousada, Catarina, artista, DJ e cantora atualiza esses discursos de diálogos da periferia brasileira, da música tradicional, da cultura popular e da (re)descoberta da cultura terceiro-mundistaglobalizada. Catarina faz releituras conscientes da música criada e consumida pelos artistas de brega, cumbia, samba e hiphop.

A cantora passeia do dub ao kuduro, da música eletrônica ao tecnobrega. É neste diálogo musical que Catarina pretende mostrar sua música. Ela dança, debocha, solta frases de efeito e tem uma sinceridade que chega a machucar os desavisados.

Mas também sabe emocionar os corações e olhos atentos com suas canções e expressões. Catarina se fez presente na edição do RecBeat no carnaval 2009 , em Recife e São Paulo, junto com a banda colombiana Bomba Estéreo.

Pra quem não conhece, fica aí a disposição. Pra quem já conhece, fica aí para diversão. Música boa para audição!!!

Lurdez da Luz

Cantores com cara de poucos amigos entoando versos ásperos e pesados sobre a dura realidade da vida em comunidades. Essa pode ser a primeira imagem que vem à cabeça quando se fala de rap e hip-hop nacional. Mas, é nesse ambiente extremamente masculino que a paulistana Lurdez Da Luz, vêm se destacando.

Vocalista durante dez anos do Mamelo Sound System e integrante do projeto 3naMassa, Lurdez – que na verdade se chama Luana – faz sua estreia solo com um álbum homônimo. Apesar da pegada de rap e hip-hop continuar, o tema em que ela se concentra está um pouco diferente: a cantora faz rap com letras de amor.

A decisão por um trabalho solo veio da necessidade de falar mais sobre relacionamentos, homens e sexo, o que ficava difícil com o parceiro de Mamelo, Rodrigo Brandão. Não pense, entretanto, que Lurdez faz canções melosas e de finais felizes. A cantora faz uma abordagem mais universal ao focar no amor de irmão ou no amor pelo planeta.

Não deixe de ouvir os funks dançantes “Ziriguidum”, que tem participação de Brandão, e “Corrente de Água Doce”, que conta com Jorge Du Peixe, do Nação Zumbi. E ainda “Andei”, com a rapper de Santo André, Stefanie, com um fundinho de samba que faz toda a diferença. Da Urbália para o mundo – por E. Ribas

Apesar do pouco tempo na praça, o álbum lançado este ano, que leva o seu nome de batismo, “Lurdez da Luz”, já vem rendendo frutos à MC. Ela ganha a luz dos holofotes e da mídia, que quer conhecê-la e apresentá-la ao grande público, além de produtores de festas, que garantem uma agenda razoavelmente cheia, se compararmos com a média no rap nacional.

1 comentário para "Mixando em Sampa…"


  1. Kamila e adriano

    Eii Pedro, aqui é Kamila e Adriano, estamos em sampa e vamos dar uma passada na festa de hj!

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